Operações no fim de ano reduziram índices de acidentes

Ações refletiram diretamente no numero de pacientes que deram entrada na emergência do Pronto Socorro João Paulo II.

Publicada em 08/01/2013 às 12:39:00

Porto Velho, Rondônia - “Nós tivemos no dia 31 de dezembro uma redução de 44% de acidentes em relação ao mesmo período do ano passado”. A declaração foi dada pelo Tenente PM Renato Suffi, responsável interino da Companhia Independente de Trânsito, acerca do resultado das ações de fim de ano que contaram com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran).

Para o Tenente, foi o trabalho conjunto que resultou nestes índices e o sucesso se deve principalmente a parceria que resultou na unificação dos procedimentos. “Todas as blitz contam com a presença de agentes destes três órgãos e colaboração do Ministério Público que repassa informações e solicita o auxilio de outros órgãos. Tudo visando o bem comum e a ordem no trânsito”.

O trabalho realizado no trânsito de Porto Velho, considerada a capital com o trânsito mais violento do país, não acontece mais de forma empírica. O planejamento e efetivação das abordagens partem de dados estatísticos. Tais informações possibilitam identificar os locais com maior incidência, os horários e o perfil dos condutores, tornando as ações mais eficazes.

Motociclistas
Ainda responsáveis pelos altos índices, os acidentes envolvendo motociclistas representam 60% dos registros. Com estas informações foi criada a operação Cavalo de Aço. A operação é especifica para motos e fiscaliza principalmente as irregularidades. De maio até dezembro do ano passado, foram 7.771 motos abordadas, deste total, 1.436 foram removidas e 4.420 inabilitados apreendidos.

A combinação de álcool e direção é outro problema percebido. Para combater este mal, foi criada a Operação Lei Seca. Dados mostram que, desde março de 2012, a operação já abordou mais de 7.500 motoristas e resultou na prisão de cerca de 300 condutores embriagados.

Melhoria

Para os policiais que participam das ações o interessante é que os próprios motoristas estão se conscientizando, pois sabem que há fiscalização e que o objetivo é reduzir acidentes. “Essa cultura de álcool e direção é algo que precisa mudar”, alerta o Tenente Suffi.

Sobre os resultados apresentados, a Cia de Transito garante que o efetivo de homens nas ruas não aumentou e que o comprometimento continua o mesmo. “O que diferenciou foi a forma de trabalhar. Com dados, há uma maior clareza. Isso permite agir de forma direta em cima do problema”.

Está previsto para este ano, a aquisição, através de convênio, de 14 motocicletas 750 cilindradas, duas viaturas pick-up adaptadas para a apreensão de transgressores e uma van para transportar as equipes. “Em outros governos não houve esta parceria. O governador Confúcio Moura sabe que o trânsito é uma problemática que atinge diretamente a saúde pública e que muitas vidas foram ceifadas por imprudência e falta de atenção”, ressalta o Tenente Suffi.

Código
Outro aspecto importante para a melhoria do trânsito foi a alteração da Lei Seca que ficou mais rígida. Agora, quem for pego dirigindo embriagado ou sob efeito de qualquer substância psicoativa terá a carteira de habilitação recolhida, o veículo apreendido e, ainda, ficará sujeito a multa, que passou de R$ 970 para R$ 1.915,40 e a suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Em caso de reincidência, o valor da multa dobra.

A lei se estende ainda a questão da concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue. Antes, o motorista não era obrigado a produzir prova contra si mesmo, e o texto da lei abria uma margem para isto em caso de embriagues. Com a alteração, o testemunho dos policiais poderá ser um dos instrumentos para se verificar a criminalidade do fato.

Nas blitz recursos tecnológicos como filmadoras, máquinas fotográficas e ate celulares são utilizados, isso acabou com a abertura da lei e a multa acabou pesando no bolso e também na consciência dos infratores.

Dados do Ministério da Saúde

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a violência no trânsito é uma das principais causas de mortalidade no Brasil. Em 2010, 42.844 pessoas morreram em conseqüência do trânsito. No mesmo ano, Rondônia gastou R$ 1.450.962,03 com a internação de 1.986 pessoas acidentadas.

Em 2011, Rondônia foi o segundo Estado da região Norte com o maior número de vítimas fatais com 612, perdendo apenas para o Pará, onde 1.358 pessoas morreram vítimas de acidentes.

Fonte: DECOM - Departamento de Comunicação Social