Plano de Mobilidade Urbana vai “desafogar” trânsito

No Plano de Mobilidade Urbana foram traçadas diretrizes para as áreas de transporte e trânsito na capital, com uma perspectiva de 10 anos

Publicada em 14/09/2010 às 15:41:00

O aumento significativo da frota de veículos em Porto Velho, fez com que a prefeitura da capital começasse a pensar na implantação de um plano de mobilidade para desafogar o trânsito nas áreas mais críticas, principalmente nos horários de pico — das 07h às 08h, das 12h às 13h e das 18h às 19h. O aumento da frota ficou em torno de 18%, sendo a maior taxa registrada entre as capitais dos Estados brasileiros. Na avaliação da secretária municipal de transporte e trânsito, Fernanda Moreira, o  momento econômico que vive o país, aliado aos grandes empreendimentos em andamento na capital de Rondônia, podem ser apontados como os principais responsáveis pela “explosão” da venda de veículos em Porto Velho. “Foi uma somatória de situações favoráveis que contribuiu também com a redução dos impostos incidentes sobre a venda dos veículos, facilitando a aquisição de carros, notadamente os chamados populares. Isso fez com que o número de veículos circulando nas ruas da cidade, aumentasse consideravelmente. Se por um lado esse quadro demonstra uma melhora no poder aquisitivo da população, por outro tem causado certos transtornos no trânsito que obrigou a prefeitura a adotar uma nova estratégia para fazer frente a essa problemática”, afirmou a secretária Fernanda Moreira (Semtran).

No Plano de Mobilidade Urbana foram traçadas diretrizes para as áreas de transporte e trânsito na capital, com uma perspectiva de 10 anos, de acordo com a secretária são fundamentais até para os planejamentos futuros das próximas gestões municipais, no que diz respeito a obtenção de recursos para a execução dos projetos da área. “Hoje não se concebe mais trabalhar essa questão do trânsito no improviso. É preciso planejamento, até porque sem projeto, nenhuma instituição consegue alocar verba federal. Então, na gestão do prefeito Roberto Sobrinho, houve a preocupação de organizar o setor com a finalidade de alcançar os êxitos esperados”, disse.

Viadutos

Dentro desse planejamento estratégico, uma das obras fundamentais são os viadutos, que estão sendo construídos nos locais de grande circulação de veículos, com o objetivo de desafogar o trânsito nessas áreas e também desviar a rota dos carros pesados — principalmente carretas — do centro da cidade, partindo da Avenida Jorge Teixeira, uma das principais vias da capital.

“Com a conclusão das obras dos viadutos vamos poder organizar o tráfego pesado na BR 364, no trecho em que a rodovia faz ligação com os bairros da cidade. Eliminando esse gargalo já será possível melhorar a circulação de veículos nos locais críticos, como nos cruzamentos das Avenidas Jatuarana e Campos Sales”, salientou a secretária.

Os primeiros viadutos estão sendo construídos na BR 364, com Avenida Jatuarana e Rua Três e Meio com a Uruguai, no Trevo do Roque, na rodovia BR-364, bairro Mato Grosso, na Avenida Campos Sales, próximo a Vila da Eletronorte e na Avenida Prudente de Moraes. O investimento é da ordem de R$ 105 milhões com financiamentos do governo federal (Ministério dos Transportes), através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II), com a contrapartida da prefeitura de Porto Velho. 

Outro projeto em fase de elaboração no departamento nacional de infraestrutura de transportes (DNIT), é o chamado Arco Norte que também prevê o desvio do tráfego de carros pesados, a partir da BR 364. O desvio será feito na altura da comunidade Santa Marcelina, fazendo ligação com Migrantes até “desembocar” no porto da cidade. Com isso, o centro ficará livre das carretas dando mais mobilidade ao trânsito em toda região central da cidade.

Corredor para ônibus

Ainda no centro de Porto Velho, está em fase de implantação o corredor exclusivo para os ônibus que circulam pela Avenida 7 de Setembro. A intenção é fazer com que o tráfego nessa via flua melhor, além de diminuir o tempo de espera dos usuários do transporte coletivo nas paradas de ônibus, principalmente dos bairros mais distantes do centro.

“Detectamos que esse atraso dos ônibus, às vezes é provocado pela demora que os coletivos levam para circular pelo centro da cidade por causa do trânsito intenso, e criando-se o corredor, vamos melhorar a circulação dos ônibus, diminuindo o tempo que eles levam se deslocando do centro para os bairros e quem ganha com isso são os passageiros”, explicou Fernanda Moreira.

Reabertura de ruas e sinalização

Também estão em execução pela prefeitura de Porto Velho, obras que visam melhorias do sistema viário como a abertura de ruas para criar rotas alternativas de ligação dos bairros ao centro e vice-versa. Obras como as realizadas nas Avenidas Pinheiro Machado e 7 de Setembro, para a secretária de transporte e trânsito de Porto Velho, foram primordiais para desafogar o trânsito nas vias de grande circulação como as Avenidas Vieira Caúla e  Amazonas. “A Av. 7 de setembro na primeira etapa, foi aberta até a Rio Madeira, com serviços de pavimentação. Na segunda fase, será feita a ligação da Av. 7 de Setembro até a Guaporé. Existe também o projeto da duplicação da Vieira Caúla, que será fundamental para diminuir esse ‘gargalo’ que hoje ainda se vê em alguns pontos da cidade”, frisou.

Paralelo às obras de infraestrutura a prefeitura de Porto Velho, está investindo na sinalização de ruas e avenidas. Estão sendo realizados os serviços de ampliação e recuperação de sinalização vertical (colocação de placas) e horizontal (sinalização de pista), recuperação de faixas de pedestres e faixa de segurança em frente dos estabelecimentos de ensino. “Nessa questão da sinalização, o nosso foco são os cruzamentos onde há maior incidência de acidentes de trânsito.  

Porém, de nada adiantará todo esse investimento que a prefeitura vem fazendo se o condutor não se educar, não tiver consciência da necessidade da direção defensiva. Para diminuição dos índices de acidentes de trânsito é fundamental a colaboração dos condutores”, conclamou a secretária.

Para reforçar a necessidade dessa conscientização, Fernanda Moreira citou um levantamento feito pela prefeitura, que aponta os locais de maior incidência de acidentes. O estudo mostra que os desastres acontecem, na maioria das vezes, em locais sinalizados, o que comprova a imprudência dos motoristas. Entre as principais infrações mencionadas pelo estudo, estão o avanço de sinal vermelho, estacionamento em locais proibidos e falta de  uso do cinto de segurança.