Por que Amapá e Roraima conseguiram e Rondônia não?
Valdemir Caldas
Informa-nos a Agencia Brasil, em texto repercutido pelo site Rondonotícias, que servidores civis e militares dos ex-Territórios de Amapá e de Roraima vão para o quadro de pessoal em extinção da União.
A conquista deve-se, em grande parte, ao esforço das bancadas daqueles estados no Senado e na Câmara. Enquanto isso, o pessoal do ex-Território de Rondônia continua orando, genuflexo, à espera de um milagre.
Por que Amapá e Roraima conseguiram e Rondônia não? A resposta é simples: vontade politica. Some-se a isso o prestígio de que desfrutam as bancadas daqueles estados junto ao governo federal.
Pode-se dizer tudo do senador Romero Jucá (PMDB), menos que não saiba circular com desenvoltura pelos escaninhos do poder e tirar proveito disso. É verdade que, na maioria das vezes, muito mais para ele do que mesmo para o povo.
Já as bancadas de Rondônia, tanto no Senado quanto na Câmara, são muito fracas. Por isso, acabam sendo engolidas pelas “feras” de outros estados. Os fatos revelam que a maioria dos deputados e senadores dedica o tempo parlamentar em nome de assuntos pessoais.
A condição de representantes da população há muito foi esquecida, prevalecendo, hoje, a atuação mediada por temas que em nada dizem respeito aos interesses sociais. Mal iniciada, a nossa representação, na Câmara, se comporta de forma envelhecida e cansada.
No fundo, não se percebe sagacidade para promover mudanças e estabelecer outros parâmetros de atuação. É difícil acreditar que conseguiremos conquistar alguma coisa com representantes como os que temos atualmente, que não escutam o eco das ruas, nem se posicionam energicamente diante dos problemas mais graves enfrentados pela população de Rondônia.
O comodismo da bancada federal diante da situação difícil por que passam servidores do ex-Território de Rondônia na sua luta para serem transpostos para o quadro da União mostra que o compromisso da maioria deles está muito longe das aspirações coletivas.