Porto Velho será cidade piloto em implantação do Sistema de Alerta de Inundação Urbana

Os estudos acerca das bacias urbanas foi um enorme avanço. Cerca de 90% da área urbana está toda mapeada quanto às áreas de risco

Publicada em 31 de October de 2014 às 17:46:00

A Prefeitura de Porto Velho e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) realizaram o seminário Sistema de Alerta de Inundação Urbana. O evento iniciou-se na manhã desta quinta-feira (30), no Auditório do Sipam, e contou com a participação da secretária municipal de Projetos e Obras Especiais (Sempre), Amélia Afonso, do coordenador municipal da Defesa Civil, José Pimentel, de engenheiros e técnicos desses segmentos municipais e também do Sipam.

Os espaços urbanos da cidade de Porto Velho, ao longo do tempo, expandiram-se de forma desordenada e as áreas de igarapés e pequenos veios d’água não foram devidamente ocupados. Com o ciclo hidrológico alterado e as áreas de proteções naturais reduzidas, as enchentes e inundações, cada vez mais, tornam-se perigos a serem considerados no planejamento municipal.


Desta forma, a Sempre e o Sipam se uniram com a tarefa de desenvolver um grande levantamento planialtimétrico da bacia do Igarapé Bate Estacas, a fim de identificarem pontos de estrangulamento das vazões. Isso resultou num estudo ainda maior, denominado de Estudos das Travessias Urbanas. “Hoje, a equipe do Sipam e os técnicos da Sempre estão apresentando as conclusões desse estudo. A partir de agora, estão sendo identificadas as áreas sujeitas a inundações e as travessias que deverão ser redimensionadas. Com todo esse levantamento de campo, a equipe da Sempre poderá elaborar o estudo acerca dos tipos de tubulações e os diâmetros corretos a serem instalados em cada uma das travessias, a fim de possam comportarem o fluxo das águas que deverão ser transportadas por esses ramais”, explicou a secretária da Sempre.

Além das conclusões desses mapeamentos, o evento serviu também para demonstrar uma nova ferramenta que passará a ser utilizada pela defesa civil na detecção de perigos de enchentes e alagamentos. Trata-se do Sistema de Alerta de Inundações. “Para a montagem desse sistema foi necessário concluir o mapeamento. Quando mapeamos as áreas de risco de Porto Velho, utilizando-nos da teoria da hidráulica das interferências, pudemos passar a definir a intensidade de chuva que afoga as interferências, que são os dutos de drenagens. Esse estudo, portanto, foi realizado na fase de campo. Depois, a base de dados foi confrontada com as chuvas que estão sendo detectadas pelos radares do Sipam. O sistema, portanto, é uma plataforma que une os dois estudos. Na plataforma, olhando a chuva que vai se abater sobre a cidade há condições de saber com antecedência onde serão os pontos de alagamentos na cidade. Nisso se constitui o Sistema de Alerta de Inundações”, esclareceu Maria Cristina Strava, coordenadora de Operações do Centro Regional do Sipam Porto Velho.

O sistema será voltado para atender a Defesa Civil Municipal. Essa demanda foi requisitada a cerca de dois anos atrás pela Prefeitura, para a qual o Sipam pôde contar com financiamento do CNPQ na elaboração dos estudos, e também do apoio do Ministério das Cidades, do CPRM e da própria Prefeitura. “Com esses recursos, conseguimos concluir essa plataforma.

Os estudos acerca das bacias urbanas foi um enorme avanço. Cerca de 90% da área urbana está toda mapeada quanto às áreas de risco. A Prefeitura pode utilizar esse produto, tanto de forma corretiva, fazendo os redimensionamentos da drenagem, como também, pode agir de forma preventiva quanto às inundações e alagações. A Defesa civil, ao receber o sinal de alerta com antecedência, poderá deslocar suas equipes para as áreas de risco, de forma a minimizar perdas materiais e o sofrimento das pessoas atingidas”, disse Strava.

O coordenador da Defesa Civil informou como será a utilização do sistema de Alerta de Inundações. “Estamos recebendo essas ferramentas que permitirão que tenhamos em tempo real o conhecimento acerca das chuvas e tempestades que se aproximem. Receberemos o alerta de uma a seis horas de antecedência. Isso nos propiciará agir de forma preventiva.

A plataforma de dados sobre as precipitações pluviométricas será interligada por radar. As informações serão repassadas via Internet. Até agora, vimos trabalhando com informações empíricas, agora vamos trabalhar com informações técnicas por meio da plataforma que será implantada”, finalizou Pimentel.