Precisamos apressar a regularização fundiária e incentivar a produção, diz Padre Ton

Padre Ton concordou com o jornalista Marcelo Bennesby, que disse “ser um tapa na cara” do povo de Rondônia o fato de termos três usinas hidrelétricas e 18 mil pessoas não têm energia com qualidade.

Publicada em 02 de September de 2014 às 18:49:00

O candidato ao governo pelo PT, deputado federal Padre Ton, segundo entrevistado da roda de entrevistas promovida pela Rede TV no programa “Fala Rondônia”, apresentado pelo jornalista Marcelo Bennesby, disse hoje (2) ser necessário acelerar a regularização fundiária e incentivar o setor produtivo, para que o Estado volte a crescer.

“Temos mais de 80% de assentamentos não emancipados, com ausência de saúde, educação, água, energia, sem assistência. Muitos vendem a posse por causa desse abandono, e isso provoca a concentração de terras num Estado em que mais de 80% das propriedades rurais são de pouco mais de quatro módulos”, disse Padre Ton.

O candidato disse que as pequenas propriedades são importantes porque geram desenvolvimento na economia local, nos municípios, e podem conviver com o agronegócio, importante na produção de milho, soja e gado de corte.

Padre Ton disse que incentivará a instalação de agroindústrias e que vai fortalecer a “desanimada Emater” para que a assistência técnica seja levada aos produtores.

Esgoto
Ao falar sobre obras não concluídas na capital, Padre Ton disse ter sido contrário à construção dos viadutos por responsabilidade da prefeitura, lembrando que esteve no DNIT para defender que o órgão assumisse as obras, e lamentou o fato do Estado não ter conseguido levar adiante a rede de esgotamento sanitário prevista para Porto Velho, superior a mais de 800 quilômetros, paralisada desde 2009.

“Essa obra teve direcionamento na licitação do projeto básico, era para ser licitada em blocos, mas isso não foi feito. O Tribunal de Contas da União determinou que fizessem um projeto básico dentro das normas existentes, o atual governo conseguiu manter a obra a lei orçamentária nacional, mas não conseguiu licitar a obra e reinicia-la na nossa capital”, criticou o candidato.

Padre Ton reafirmou que será “um governador que não dará as costas para Porto Velho”, dizendo que irá desenvolver programa para levar aos bairros da cidade água tratada e esgoto.

Energia

Padre Ton concordou com o jornalista Marcelo Bennesby, que disse “ser um tapa na cara” do povo de Rondônia o fato de termos três usinas hidrelétricas e 18 mil pessoas não têm energia com qualidade. “Cujubim, Buritis, Machadinho e São Francisco não estão interligados com o linhão, por exemplo, vivendo com energia de motores”, destacou, dizendo que será um governador para cobrar do governo federal mais atenção para com o Estado, buscando rever inclusive as compensações das usinas.

Segurança pública
Implantar o programa Polícia Amiga e de imediato adotar o policiamento ostensivo são algumas das propostas anunciadas pelo candidato, que criticou a excessiva segurança dada a ex-governadores. “Não é justo um ex-governador ou governador ter mais policiais do que municípios como Alto Alegre dos Parecis ou Parecis”, disse.

Padre Ton disse que irá pressionar o governo federal para instalar a Polícia Federal na região de fronteira, citando a necessidade de estrutura no distrito de São Domingos e em São Miguel do Guaporé.

Ser candidato
Ele disse ao Fala Rondônia que decidiu ser candidato a governador porque a vida do povo e do Estado não vai bem, e que, eleito, será um governador presente em Porto Velho, onde identificou carências de relevo, como o fato de 50 bairros não contarem com água encanada.

“É também capital com grande índice de evasão escolar, violência assustadora e saúde ruim. Precisamos descentralizar a saúde, a maior reclamação do povo, e atender as pessoas com dignidade”, disse.

Padre Ton respondeu perguntas sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo, sobre política e religião, vida familiar e sua trajetória religiosa e política.



Texto Mara Paraguassu