Prefeitura e Governo atuarão em conjunto para atender possíveis casos de desabrigados por alagações

Na quinta-feira (30), as medições demonstravam que o rio chegava a marca de 15,44 metros.

Publicada em 04 de February de 2014 às 18:19:00

Porto velho, Rondônia - A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil elaborou um plano de ação para atender a desabrigados, caso as águas do rio Madeira continuem se elevando no ritmo atual. O projeto de ações em parceria entre a Prefeitura de Porto Velho e o Governo do Estado, com a oferta de abrigos a serem instalados na antiga área da Expovel, tem tido boa acolhida das partes e os detalhes das ações estão sendo estudados.

Na quinta-feira (30), as medições demonstravam que o rio chegava a marca de 15,44 metros. “Somente de ontem para hoje, o rio subiu quatorze centímetros. Isso não é pouco. Comparando-se os últimos quinze anos, o nível está entre dois e meio a três metros acima do que seria esperado para o período. As análises prospectivas levam a crer numa grande cheia, mas pode ser que as condições meteorológicas mudem e isso não ocorra, contudo, temos que trabalhar com a possibilidade de que algumas famílias sejam desabrigadas”, informou José Pimentel, coordenador da Defesa Civil Municipal.

A condição de desabrigado não é a mesma de desalojado. No primeiro caso, pensa-se na perda das casas, de forma que a pessoa precise ser retirada permanentemente do local atingido, quanto aos segundo, mais comum, a pessoa precisa sai provisoriamente da residência, mas a ela pode retornar em outros tempos. “Se o quadro não mudar, talvez vejamos a maior cheia já presenciada em Porto Velho. Pela posição das casas na inclinação dos barrancos, pode ser que essa cheia venha afetar por completo as residências e aconteçam perdas totais”, ressaltou Pimentel.

Em vista dessa possibilidade, a Defesa Civil apresentou o projeto em que o Governo do Estado entraria com o terreno da antiga Expovel e com a fabricação dos abrigos. À Prefeitura caberia a logística de transportes, acomodação das famílias e oferta de serviços e materiais básicos, como higienização do local, alimentação e outros. A área pretendida é estratégica, pois facilita o atendimento a bairros como o Panair, Nacional, São Sebastiao I e II e Belmont, que devem ser os espaços mais atingidos. “Estamos contando com o apoio da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, com a autorização da Controladoria e com a chancela do governador para a liberação da área e implantação dos módulos. Pelo andamento das conversações, vemos essa parceria como aguardamos confirmada ”, explicou Pimentel.

Os abrigos não ficariam permanentemente no local e seriam de fácil montagem e desmontagem. A proposta prevê cem módulos pré-fabricados, de até 30m², com divisórias internas para acomodar famílias constituídas de 05 a 07 pessoas. Ainda que não ocupe muito espaço, o abrigo deve conter também áreas comuns para banheiros, lavanderia e refeitório. Ao Governo do Estado caberia arbitrar sobre o tipo de material a ser utilizado. “O que precisamos é de local para abrigar as pessoas de modo que não precisem ser levadas para ginásios ou igrejas. Nesses locais elas perdem a privacidade e se tornam ainda mais vulneráveis. Com os abrigos poderíamos acomodar umas quatrocentas e cinquenta pessoas num ponto estratégico, onde ocorrem mais demandas, porque se localiza entre o Igarapé dos Milagres e o Igarapé Bate estacas. Nesses pontos, o rio vai subindo e represando os igarapés, por isso é que aí as pessoas percebem antecipadamente os efeitos das chuvas”, destacou Pimentel.

O coordenador da Defesa Civil Municipal e o secretário estadual de Planejamento estarão reunidos, ainda nesta semana, com representantes da empresa Santo Antônio Energia, da qual esperam receber apoio para o projeto. “Não vamos estipular nada. Vamos ver de que maneira eles podem ajudar. Estou confiante que esse projeto vá receber ainda colaboração de outras instâncias também, pois precisamos estar todos preparados para esses possíveis casos e creio que muitos se sentirão motivados a colaborar”, concluiu Pimentel.

Por Renato Menghi