Quatro servidores de carreira do Judiciário tomam posse como juízes substitutos do TRT 14ª Região

Outros três novos magistrados, aprovados no XVII Concurso Público Federal, atuavam como advogados e profissionais liberais.

Publicada em 10/01/2012 às 21:52:00

Ex-servidores da Justiça do Trabalho dos estados do Pará, Espírito Santo, da Justiça comum de São Paulo e um do TST foram empossados segunda-feira (9) como juízes federais substitutos do TRT 14ª Região (Rondônia e Acre). Outros três novos magistrados, aprovados no XVII Concurso Público Federal, atuavam como advogados e profissionais liberais.

São eles: Carlos Antonio Chagas Júnior, Fabrício de Amorim Fernandes, Giselle Bringel de Oliveira Lima David, Jailson Duarte (ex-servidores do Judiciário), José Roberto Coelho Mendes Júnior, Maximiliano Pereira de Carvalho e Daiana Monteiro Santos.

Com provas objetivas aplicadas em fevereiro de 2011, o concurso ofereceu 10 vagas, mas somente os sete empossados foram classificados em todas as etapas, que incluíram também provas discursivas, provas práticas de sentença, exames psicotécnicos e prova oral.

Durante a solenidade de posse, a desembargadora-presidente, Vania Abensur, juntamente com a desembargadora Socorro Miranda e a diretora da Escola Judicial, juíza Isabel Carla Piacentini, deu as boas vindas aos colegas que assinaram o termo de posse no Plenarinho do edifício-sede do TRT.

A partir desta terça-feira (10), os juízes iniciarão o VI Curso de Formação Inicial, que contará com o Módulo Regional (60 dias) e o Módulo Nacional (30 dias), através da Escola Nacional da Magistratura – Enamat. Somente após os 90 dias, os novos magistrados exercerão suas funções nas Varas do Trabalho a serem designadas pela Presidência do Tribunal.

Perfil

O melhor classificado no concurso foi Carlos Antonio Chagas Júnior, 28 anos, natural de Franca-SP. Formou-se em 2006 na Faculdade de Direito de Franca em São Paulo. Sobre sua trajetória na área jurídica, conta que ainda na faculdade foi aprovado no concurso público do Tribunal de Justiça de São Paulo e lotado no Juizado Especial Cível da Comarca de Franca.

Há pouco mais de dois anos vem se preparando e prestando concursos públicos em todo o Brasil, o qual considerou que o do TRT 14 foi o que mais lhe agradou, tanto pela dignidade da prova, quanto pelo tratamento do pessoal. “Decidi ser magistrado já no início da faculdade. Pra mim, é a mais nobre das profissões, você estar ali julgando os seus semelhantes”, declara.

Carlos Antonio revela ainda que uma frase o marcou muito na fase de estudos: “Quando os juízes tiverem medo, nenhum cidadão poderá caminhar livre pelas ruas”. E finaliza: “é o magistrado que vai fazer cumprir as leis, vai tornar efetiva a letra morta da constituição, vai trazer dignidade ao cidadão, por isso que eu quero ser juiz”.

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Daiana Monteiro Santos é uma paulista de 29 anos e formada na Universidade São Judas Tadeu em 2004. Foi consultora em Direito do Trabalho e Previdenciário em uma empresa de Auditoria, tendo em seguida cursado no exterior um mestrado em Direito Social. No retorno, iniciou os estudos para a magistratura do trabalho, exatamente em março de 2009. Nesse período, prestou concurso para o TRT da 2ª Região (São Paulo).

A jovem juíza revela que no início da faculdade se apaixonou pelo Direito do Trabalho. “Na época, assisti a várias audiências tanto na justiça estadual, quanto na federal e foi na trabalhista que descobri que era aquilo que iria fazer pra minha vida”, diz.

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O alagoense Fabrício de Amorim Fernandes, 28 anos, formou-se em 2007 na Universidade Federal de Alagoas e desde os 21 anos atuava como servidor da Justiça do Trabalho. Trabalhou três anos no TRT da 19ª Região como técnico judiciário e mais três anos como Analista no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“Desde quando ingressei como técnico fui me apaixonando cada vez mais pela Justiça do Trabalho e construindo esse projeto de ser juiz do trabalho. Quando entrei no TST comecei a estudar para a magistratura”, enfatiza.

Realizou o primeiro concurso para juiz em 2005 no TRT/SP e desde então veio realizando todos os certames que vinham se abrindo.

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Natural de Crato, interior do Ceará, Giselle Bringel de Oliveira Lima David, 31 anos, concluiu o curso de Direito em março de 2008 pela Universidade Federal do Pará. Ainda na faculdade, ingressou no TRT do Ceará e nesse meio tempo acompanhou o marido em transferência para o Pará.

Em 2005, foi lotada em dos gabinetes de desembargador onde começou a elaborar votos. “Foi nesse trabalho que encontrei a realização profissional e vi que era a área que realmente me agradava e que me completaria profissionalmente”, declara.

Giselle afirmou que para passar no concurso para a magistratura trabalhista vinha estudando focada desde a faculdade, e a partir de 2009, intensificou os estudos na área. Em agosto de 2010, tentou o primeiro concurso no TRT/SP.

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Jailson Duarte, de Vitória-ES, é o mais experiente dos juízes empossados, com 43 anos. Sua primeira formação foi em Ciências Contábeis em 96, tendo concluído o curso de Direito em 2005. Antes de ingressar no TRT de RO/AC, trabalhou nada menos que 17 anos como servidor do TRT do Espírito Santo.

Durante sua trajetória na JT, exerceu várias funções administrativas e atualmente estava como assessor da Presidência. Desde 2008, vem prestando concursos na área.

“Justamente por ser servidor neste longo período, fui adquirindo esse projeto de vida e essa vocação, por estar em contato direto com o Direito do Trabalho”, explica Jailson.

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O representante do norte é o amazonense José Roberto Coelho Mendes Júnior, 36 anos. Formado na Universidade Federal do Amazonas em 1999, sempre atuou como advogado militante na Justiça do Trabalho.

“A minha meta sempre foi ser juiz do trabalho na região norte, fosse em RO, AM ou PA”, revela.

Sua paixão pela magistratura nasceu já na primeira audiência trabalhista que presenciou. “Na época, pedi permissão à juíza para participar e ela com muita urbanidade e autoridade me autorizou. Daquele momento em diante, tive certeza que queria exercer a mesma função que ela”, conta.

Esta não foi a primeira vez que prestou um concurso para a área em Rondônia, a primeira foi em 2008, de três tentativas, fora as provas feitas em outros estados.

“Passei a vida inteira cultivando esse sonho, essa vontade de ser juiz do trabalho, até conseguir chegar até aqui”, comemora Júnior.

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Outro atuante da advocacia, Maximiliano Pereira de Carvalho, 34 anos, é natural de Brasília-DF. Formado em 2000 pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), advogou para uma banca de advogados e também para um banco de cooperativa. Em seguida teve uma experiência na área de gestão empresarial, de onde decidiu seguir para a carreira da magistratura.

Foram três anos e nove meses de preparação para conseguir uma aprovação. “É algo que trago desde a infância, quando procurei descobrir qual seria a minha vocação. Cheguei a conhecer outras profissões, mas ir ao TRT foi algo que me impactou e cheguei a conclusão de que a magistratura era o meu caminho”, finaliza.

NOTA DA REDAÇÃO: O TEXTO FOI CORRIGIDO EM RELAÇÃO AO ANO DE FORMAÇÃO DA JUÍZA FEDERAL DO TRABALHO RECÉM -EMPOSSADA, GISELE BRINGEL DE OLIVEIRA LIMA DAVID. EM VEZ DE 2009, COMO CONSTAVA DO TEXTO ANTERIOR, O CORRETO É MARÇO DE 2008.