Ao discursar, na convenção do PSDB, que escolheu o promotor de justiça aposentado Hildon Marques, como candidato do partido à prefeitura de Porto Velho, Mariana Carvalho disse que seu sonho era tornar a capital um lugar melhor para se viver, mas, estranhamente, quando teve a oportunidade de mostrar, na prática, que se preocupa com os destinos da cidade que a acolheu, outorgando-lhe um mandato de vereadora e outro de deputada federal, simplesmente resolveu abandonar o barco em meio à borrasca, desistindo de lutar, sem, contudo, dar explicações convincentes, sobretudo aos seus eleitores.

Que diabos de amor é esse, minha cara Mariana! Quem ama cuida; não abandona. Quem ama é capaz de dar a própria vida pelo outro. Você sabe que uma pessoa o ama não pelo que fala, mas pelo que faz. O amor não sobrevive de discursos inócuos e frases de efeito, que podem até soar como melodia agradável aos incautos e bajuladores contumazes, mas ecoam desconexos nos ouvidos do observador atento ao que acontece ao seu redor.

Não quero com isso dizer que o PSDB não fez uma boa escolha. O doutor Hildon Marques é uma pessoa séria, que desempenhou sua missão com desenvoltura e retidão, coisa rara nos dias de hoje, onde a corrupção triunfa e a população sofre, mas, Mariana, esse era o seu momento e você o jogou pela janela. Se você realmente ama tanto Porto Velho como alardeia, por que desistiu de concorrer à prefeitura, permitindo, assim, que a nossa cidade continue por mais quatro anos sendo maltratada e a população sentindo na própria carne as agruras de uma administração incompetente? Que diabos de amor é esse, Mariana!