Quem entra na Assembleia Legislativa é revistado por causa do " Movimento Queremos a Aninha"

Cobradores da deputada Ana da 8 voltam a organizar manifestação contra a parlamentar. Manifestantes "contratados" gritam a palavra de ordem "Queremos a Aninha!".

Publicada em 20/11/2012 às 15:00:00

Da reportagem do Tudorondônia

Porto Velho, Rondônia – Policiais militares e servidores lotados do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) revistam nesta terça-feira (20) todos os que visitam a Assembleia Legislativa. A medida foi adotada devido aos protestos contra a deputada Ana da Oito (PT do B-Nova Mamoré), que recebeu propina do deputado cassado Valter Araújo e foi “penalizada” com perda temporária do mandato por um mês.

Nesta terça-feira, cerca de cem pessoas que exigem a cassação do mandato de Ana da Oito estão nos arredores da Assembleia Legislativa. Eles usam camisetas com a foto da deputada e exigem providências dos demais parlamentares.

Os coordenadores do movimento seriam pessoas de quem Ana da Oito teria emprestado dinheiro para sua campanha. Como ela não teria pago o que deve, eles encontraram uma forma inusitada de cobrar a parlamentar.

Todas as terças e quintas a Assembleia é tomada pelos "manifestantes" do " Movimento Queremos a Aninha", que ganhou este nome devido a palavra de ordem gritada no plenário: "Queremos a Aninha!".

As pessoas que usam as camisetas parecem nem saber direito qual a razão do protesto contra Ana da Oito. Se limitam a dizer que ela recebeu propina, por isso não merece continuar sendo deputada.

Os protestos causam constrangimento nos demais deputados. Quando eles começam a falar durante as sessões, as pessoas que usam as camisetas com a foto de Ana da Oito começam a gritar. Assim, quando alguém chega na Assembleia Legistiva precisa explicar qual assunto irá tratar e passar por uma revista.

A medida estaria sendo utilizada porque, no período que antecedeu a cassação do mandato do deputado Valter Araújo, um homem foi flagrado tentando entrar na Assembleia Legislativa com saquinhos contendo fezes, dentro de uma mochila.

Não foi divulgado se as fezes eram humanas, mas existe a suspeita de que a intenção seria atirar o material com odor indigesto em alguns parlamentares. Agora, para garantir a segurança de Ana da Oito, foi instituída a revista.