Quem precisa de Sobrinho?

Por Valdemir Caldas

Publicada em 27/04/2012 às 18:46:00

Nem Lindomar Garçom, nem Miguel de Souza, nem José Augusto. O segundo turma da eleição para a prefeitura de Porto Velho será disputado entre o deputado federal Mauro Nazif (PSB) e a ex-senadora Fátima Cleide (PT). Isso, evidentemente, se Nazif não resolver jogar a toalha antes e debandar-se para o lado do PT. E a vereadora Mariana Carvalho (PSDB), perguntar-me-ia o leitor?

Bem. Mariana precisa parar, refletir e colocar de uma vez por todas na cabeça de que essa é uma briga de pesos pesados, recarregar as baterias e buscar a reeleição, cujo êxito logrará sem maiores óbices. A menos, é claro, que queira vestir o manto de Joana d’Arc, a heroína da Guerra dos Cem Anos, e acabar incinerada na fogueira das vaidades, construída por tucanos, que, no fundo, querem vê-la alijada do mapa político.

Filha de político e empresário bem-sucedido, Mariana deveria conversar mais com seu pai Aparício Carvalho sobre o assunto, e não deixar-se persuadir pelo canto de sereia de muitos que a cercam, pois essa gente não está nem um pouco preocupada com seu futuro político.

Enquanto o processo eleitoral avança na direção das convenções partidárias, obedecendo ao calendário eleitoral estabelecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a imprensa anuncia a possibilidade de o prefeito Roberto Sobrinho vir a apoiar a candidatura do vereador Mário Sérgio (PMN), que faria um excelente negócio se, desde já, abandonasse essa idéia estapafúrdia e tentasse a reeleição, uma vez que, à semelhança de Mariana, também tem chances reais de se manter por mais quatro anos na Câmara Municipal.

É sabido (e jamais contestado) que Sobrinho não morre de amores pela ex-senadora Fátima Cleide. Tanto é verdade que, em vez de apoiá-la nas prévias do PT, como seria normal, já que reúne todas as condições para bem representar o partido, preferiu apostar todas as fichas numa candidatura neófita, sem a menor possibilidade de vitória. Por isso, vindo de Sobrinho, tudo é possível. Se esse apoio se materializar, não será de maneira espontânea, mas por imposição partidária. Por isso, Cleide deve esquecê-lo.

A dúvida, no entanto, é saber até que ponto a presença do prefeito ajudaria a alavancar a candidatura de Cleide. A essa altura do campeonato, com a imagem bastante chamuscada, por conta de fatos os mais variados, muita gente acredita, inclusive petistas de carteirinha, que o melhor para a ex-senadora seria desgrudar-se de seu companheiro de partido.

Afinal, quem precisa de Sobrinho quando se têm a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula como cabos eleitorais, capazes de fazer a diferença em qualquer eleição? Ou você acha que Cleide vai entrar nessa guerra sozinha? É claro, que não! Portanto, o melhor que ela tem a fazer e pular fora desse barco antes que ele afunde.