Rondônia tem de iniciar ciclo da industrialização, afirma Padre Ton

Mediado pelo jornalista Wilson Kirsche, da Rede Globo, o debate teve a duração de 1h40m, dividido em quatro blocos e considerações finais.

Publicada em 01 de October de 2014 às 17:47:00

O último debate do primeiro turno entre os candidatos a governador de Rondônia foi realizado ontem (30) a noite pela TV Rondônia. Mediado pelo jornalista Wilson Kirsche, da Rede Globo, o debate teve a duração de 1h40m, dividido em quatro blocos e considerações finais.

Os candidatos responderam perguntas de temas livres e sorteados e, como esperado, o governador Confúcio Moura (PMDB), com grande taxa de rejeição na campanha, foi o mais criticado, especialmente por causa da saúde.

O candidato do PT, deputado federal Padre Ton, após se manifestar contrário às isenções de ICMS dadas às empresas que forneceram equipamentos às usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, disse que Rondônia precisa iniciar processo de industrialização.

À pergunta do candidato Expedito Junior (PSDB) sobre o que é possível construir no Estado após o ciclo das usinas, Padre Ton disse ter sido “muito ruim a isenção de impostos oferecida para empresas que não são daqui, não se prioriza o que é nosso, não prioriza o linhão, que deveria ser rebaixado”, e que industrialização é política imperativa para que Rondônia possa gerar empregos e renda.

“Precisamos industrializar nossos alimentos, manufaturar a madeira, investir nos empresários que estão no nosso Estado. O dinheiro da isenção, aliás contestada pelo Tribunal de Justiça, poderia ter sido usado em incentivo a bons projetos, em saneamento, educação, saúde. Foi muito ruim terem aprovado isso no momento em que Rondônia passa por dificuldade”, observou o candidato do PT.

Padre Ton voltou a afirmar que seu eventual governo será um governo com a marca da transparência e diálogo. “Todos que quiserem trabalhar o governo não irá atrapalhar. A licitação de bens e serviços será feita de portas abertas, vou conversar com o cidadão de forma rotineira e terei um programa semanal de rádio”, declarou.

O candidato do PT anunciou a criação de Ouvidoria para que o cidadão possa fazer denúncia, “por exemplo a de alguém que estaria recebendo propina para liberar uma licença”, e emitir opinião sobre a atuação do Governo. Padre Ton se manifestou em outros momentos do debate sobre:

Educação

No terceiro bloco, ao responder pergunta do atual governador, Padre Ton disse que será preciso melhorar o salário dos professores, e que por meio do programa Escola Nova irá trabalhar para que pelo menos 30% dos alunos da educação básica tenham ensino integral, com aulas de música e lazer. Investir na formação permanente dos profissionais da educação e cumprir o Plano Nacional de Educação são outras metas. O candidato disse que o fato de Rondônia ter ficado abaixo da média do IDEB pode ter sido em razão da troca-troca de secretários. Ele lamentou o fato do cargo não ser ocupado por pessoas técnicas, que entendem da área.

Cultura

Recriar a Secretaria da Cultura é proposta do candidato. A outra proposta imediata, falou, será fazer um mapa cultural das festas folclóricas, religiosas e culturais e estabelecer com os municípios parcerias para promoção das festas de exposição agropecuária e a da capital, a Expovel, que não existe mais.

Esporte e turismo

Anunciou a proposta de fazer uma avaliação dos estádios existentes, e construir “um estádio decente em Porto Velho para realizar campeonatos de futebol.” Irá também cuidar do patrimônio histórico, como o “que restou da Estrada de Ferro Madeira Mamoré” e Forte Príncipe da Beira, para incentivar o turismo.

Dinheiro perdido

Padre Ton, ao falar da cultura, lembrou ter destinado R$ 1 milhão em emendas para o Estado, através da Secel, mas o dinheiro foi perdido porque não houve competência para executar projetos. “Era para o Flor do Maracujá e para comprar um barco para Festa do Divino”, explicou o candidato.

Saúde

Área mais reclamada pela população, segundo o candidato, a saúde será descentralizada em seu governo. “Vamos fortalecer os hospitais regionais e criar o programa de incentivo ao médico especialista. O médico tem de estar em Vihena, Guajará e no hospital regional de São Francisco, que não consegue fazer um parto. Vamos discutir a regionalização de Jaru e Rolim de Moura.”

Transporte

Ao mencionar que os recursos do IPVA são divididos entre Estado e municípios, Padre Ton disse que a proposta para o setor é fazer parceria com prefeitos para melhorar o transporte urbano, com ônibus novos e ar condicionado, incentivando o uso do transporte coletivo. “Vamos investir em sinalização e discutir a adoção dos corredores BRT e também investir em ciclovias”.

Ao final do debate, Padre Ton agradeceu o apoio de idosos, famílias, servidores, jovens, mulheres e crianças e de todos nos três meses de campanha, ressaltando que não irá privatizar órgãos públicos e que irá valorizar servidores, para fazer diferente na educação, saúde e segurança.

“Quero ser governador para fazer diferente de todos os governos que aí passaram, junto com a presidente Dilma, para governar para todos e não para poucos. Que domingo tenhamos uma eleição de paz, para lavarmos a alma, fazendo justiça com o nosso Estado, que é um Estado de gente trabalhadora”, concluiu Padre Ton.