Servidores da Assembleia e TCE são “esquecidos” pela bancada federal

Descaso de deputados e senadores deixa servidores do Legislativo e Tribunal de Contas fora da Transposição.

Publicada em 18 de April de 2015 às 14:48:00

Autoria e fonte da notícia: Sindler

sind-90Todos os servidores do Poder Legislativo de Rondônia e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) devem ficar fora da transposição do governo federal – Lei que possibilita servidores do ex-território de Rondônia e do Estado, contratados antes da Constituição de 1988, a migrarem para os quadros da União -, e amargar um prejuízo de mais de 30 anos de trabalho.

O “presente” foi dado aos servidores pela bancada federal de Rondônia – três senadores e oito deputados – esta semana durante aprovação, pelo Senado Federal, da Medida Provisória (MP n° 660), que autoriza os servidores civis e militares, além dos empregados públicos dos ex-territórios do Amapá e de Roraima, a se transferirem para o quadro de pessoal em extinção da União.

Os servidores de Rondônia já haviam conquistado esse direito, mas só vai valer para o Executivo e Judiciário, inclui-se, também, o Ministério Público, que tecnicamente estaria ligado ao Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ). Como houve mudanças na MP 660/14, o texto volta para reexame na Câmara dos Deputados. A validade desta medida esgota-se no dia em 03 de maio deste ano.

As alterações na matéria foram apresentadas pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele explicou que era preciso corrigir injustiças cometidas quando da votação da proposta na Câmara dos Deputados.

Assim, de acordo com o texto aprovado no Senado, ficam assegurados aos policiais militares e bombeiros militares dos ex-territórios os mesmos vencimentos pagos a esses profissionais do Distrito Federal.

Devido ao comportamento dos representantes de Rondônia no Congresso Nacional, o Estado de Rondônia ficou “manco”, já que um dos poderes que formam o tripé Executivo, Judiciário e Legislativo ficou de fora.

A atitude dos deputados e senadores revoltou a maioria dos servidores que, por tempo de trabalho, teriam direito a opção de migrar para os quadros do governo federal.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo de Rondônia (Sindler), Raimundo Façanha, classifica a falta de iniciativa da bancada federal como desrespeitosa e injusta.

Para Façanha, faltou compromisso dos parlamentares com a categoria, ao “esquecer” pessoas que se dedicaram e ajudaram na formação  do Estado, e que , por merecimento, deveriam ter sido incluídas na transposição.

Nilton Capixaba recebeu documentação das mãos de Façanha. Só promessas vazias

Nilton Capixaba recebeu documentação das mãos de Façanha. Só promessas vazias

 

 

 

 

 

PARECER JURÍDICO

Façanha destaca  que participou, juntamente com Rubinho Luz, da primeira reunião após aprovação da EC n° 60, ocorrida em dezembro de 2009. A reunião foi realizada no Ministério do Planejamento com  João Bernardo, na época ex-secretário do Ministério do Planejamento.

Questionado por Façanha , João Bernardo disse: “Independe qual o órgão de origem de vocês. Pela EC 60 os servidores de Rondônia ficarão em um quadro em extinção e serão pagos pelo Tesouro Nacional”.

Porém,  o secretário informou da necessidade de se enviar para o Congresso Nacional um Projeto de Lei para criar diversos cargos na estrutura do MPO, para absorver os servidores que seriam transpostos das prefeituras e dos Poderes. Isso, até o momento, incluía o Poder Legislativo.

Em novembro de 2012 o presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho, atendendo a um pedido dos sindicalistas representantes dos Poderes, encaminhou para a então ministra Gleise Hoffman, da Casa Civil da Presidência da República , expediente requerendo a inclusão no Projeto de Lei enviado ao Congresso Nacional para enquadramento dos servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, no quadro em extinção da União, em conformidade com a Emenda Constitucional nº 60 de 2009.

Façanha afirma que levou pessoalmente o expediente da Assembleia Legislativa e entregou nas mãos do líder da bancada federal de Rondônia,  deputado Nilton Capixaba, que se comprometeu em apoiar o pedido do Poder Legislativo. E disse, ainda, ser justo o pedido e que os servidores da Assembleia teriam o direito de buscar a remuneração equiparada àquela regularmente concedida aos servidores públicos federais que exerçam cargos equivalentes.

“Vou pedir apoio da nossa líder deputada Marinha Raupp e dos demais colegas de bancada para que possamos atender ao pedido do presidente da Assembleia”, disse Capixaba, à época.

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