Sindicalismo sem resultados

Talvez por isso mesmo Lula tenha deitado e rolado em cima do funcionalismo e a CUT não fez nada para impedi-lo.

Valdemir Caldas
Publicada em 21 de abril de 2017 às 18:15

O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Rondônia (SINDSEF) vem mobilizando seus filiados para uma paralisação geral que acontecerá no próximo dia 28 de abril contra as reformas da previdência e trabalhista.

O SINDSEF, como se sabe, é filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). De acordo com o jornal Estado de São Paulo, de abril de 2008 a abril de 2015, o governo federal repassou um bilhão às entidades sindicais. As três instituições que mais receberam recursos são CUT, UGT e Força Sindical.

Talvez por isso mesmo Lula tenha deitado e rolado em cima do funcionalismo e a CUT não fez nada para impedi-lo. Falava tanto de FHC e acabou fazendo pior. Em sua delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Energia, Henrique Valladares, disse que a CUT teria recebido propina da empresa para evitar greves nas obras da hidrelétrica de Santo Antonio.

São por essas e outras que a paralisação marcada para o dia 28 de abril tem tudo para acabar em fiasco. Não se pense que a possível frustração do movimento paredista em nossa cidade decorrerá da satisfação do funcionalismo com suas atuais condições de trabalho, incluída a remuneração.

Na verdade, essa apatia é justificável. Embaladas mais por palavras de ordem destituídas de sentido, que por sólidas bases políticas, muitas de nossas lideranças sindicais não vêm fazendo o dever de casa, enquanto a grande massa de trabalhadores vê reduzir-se seu poder de compra.

Assim, perdem certas entidades sindicais a oportunidade de colocarem a cabeça para funcionar e, com originalidade, encontrarem outras formas de luta capazes de assegurar melhores salários e condições mais civilizadas de trabalho.

A greve do dia 28, pelo que tem de emblemática, não servirá para nada. O governo tem votos suficientes para aprovar a reforma na Câmara e no Senado. Quando deveria ter saindo às ruas para protestar contra o arrocho salarial, o sindicalismo sem resultado preferiu o silêncio. Agora, quer convencer o funcionalismo de que tem peso na balança para mudar o rumo das reformas.

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