Tensão na Transamazônica: Manifestantes invadem reserva indígena; mais de 140 índios permanecem refugiados

Cacique Tenharim informou que cerca de 300 manifestantes de municípios do Sul do Amazonas, não podendo alcançá-los, resolveram invadir a reserva onde residem.

Publicada em 27 de December de 2013 às 17:48:00

ACRITICA.COM

A reserva indígena Tenharim, no município de Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus), foi invadida por volta das 10h30 desta sexta-feira (27), por um grupo de, aproximadamente, 300 pessoas. Os manifestantes querem encontrar os corpos do funcionário da Eletrobras Amazonas Energia, Aldeney Ribeiro; do professor de Apuí, Stef Pinheiro; e do representante comercial Luciano Freire, desaparecidos há 12 dias.

O protesto começou na BR-230, a Transamazônica, na região do município amazonense de Apuí e se estendeu para o município vizinho Humaitá. Os manifestantes defendem que os indígenas são os responsáveis pelo sequestro e morte dos desaparecidos.

A manifestação atravessou a região da aldeia dos Tenharim, já dentro da reserva. Os pontos que serviam como pedágio e as casas de apoio para a cobrança foram incendiados e destruídos pela população de Humaitá e Apuí.

Informações dão conta de que ninguém entrou na aldeia em si, apenas nas redondezas, onde se encontram os supostos postos de pedágios improvidados pelos indígenas, à beira da BR-230. Até o momento, não há indícios de confrontos entre brancos e índios.

Segundo informações de moradores da região, a energia elétrica da comunidade indígena também foi cortada. Parte da população de Matupi está na sede da comunidade e outra parte foi para aldeia junto com moradores de Apuí, que chegaram para dar apoio.

A invasão foi confirmada pelo líder indígena Ivanildo Tenharim, que está refugiado 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Humaitá, com outros 140 indígenas. Eles permanecem na unidade desde o última terça-feira (24), porque temem ser agredidos e mortos pelos manifestantes, que promoveram caos na cidade nos últimos dias. Todos foram ameaçados.

Os índios refugiados estão a 123 quilômetros de distância (cerca de três horas de viagem) da aldeia atingida. Apesar de estar abrigado nas dependências do Exército, Ivanildo foi avisado do ataque via telefone. Ele não soube informar se houve confronto entre indígenas e os manifestantes.

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