Trecho entre Porto Velho e Sapezal terá prioridade

A ferrovia bioceânica terá cerca de 3,5 mil quilômetros de novos trilhos em território brasileiro, de Campinorte, em Goiás, a Boqueirão da Esperança, no Acre, e ligará o porto do Açu (RJ), no Oceano Atlântico, ao porto de Ilo (Peru), no Oceano Pacífico.

Publicada em 17 de September de 2015 às 18:07:00

O trecho da Ferrovia Bioceânica ente Porto Velho, em Rondônia, e Sapezal, no Mato Grosso, será um dos primeiros a ter o estudo de engenharia concluído e poderá ser o primeiro a ser leiloado para concessão à iniciativa privada, com concorrência internacional. Esta informação repassada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, à Frente Parlamentar Mista Pró-Ferrovia Bioceânica, animou o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que já tinha feito este pedido, defendendo que as obras comecem em Porto Velho e sigam até Vilhena e, posteriormente, até Sapezal e Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso.

O senador Acir Gurgacz considera que essa rota é viável com o fluxo de cargas já existentes neste trecho, por conta do escoamento da soja, do milho, do arroz, dos minérios e de outras culturas produzidas em Rondônia e no Mato Grosso. “Se esta ferrovia existisse hoje ela seria autossuficiente e lucrativa, e ainda aliviaria o trânsito pesado da BR-364, por isso, deve ser o primeiro trecho a ser construído”, defende Acir.

Durante a audiência, os parlamentares discutiram como o ministro do Planejamento o modelo de leilão e o passo-a-passo da elaboração dos projetos e do lançamento dos editais. A expectativa é que o projeto do trecho Porto Velho-RO/Sapezal-MT esteja pronto em maio de 2016 e que o edital seja lançado no início do segundo semestre.

O senador Acir Gurgacz destacou que a divisão da ferrovia em lotes será fundamental para viabilizar a participação de empresas brasileiras, chinesas e peruanas, ou mesmo de outros países que queiram se integrar ao projeto. “No encontro que tivemos com os representantes do governo chinês, de banqueiros e empresários chineses, em Ji-Paraná, já tratamos de elaborar um modelo de concessão aberto, que possibilite a participação de empresas estrangeiras”, frisou.

A ferrovia bioceânica terá cerca de 3,5 mil quilômetros de novos trilhos em território brasileiro, de Campinorte, em Goiás, a Boqueirão da Esperança, no Acre, e ligará o porto do Açu (RJ), no Oceano Atlântico, ao porto de Ilo (Peru), no Oceano Pacífico. O trecho peruano terá 1,4 mil quilômetros e o trecho e Campinorte ao Rio de Janeiro já está pronto. A ferrovia deverá ser construída pelo Brasil em parceria com a China e o Peru.

A ferrovia deverá integrar a estrutura intermodal de transportes do chamado Arco Norte, que terá Porto Velho como pólo de escoamento do agronegócio, através dos terminais portuários do rio Madeira. O senador rondoniense destacou a importância de investimentos em todos os modais de transporte, salientando a necessidade de modernização e ampliação dos portos fluviais da Amazônia, a duplicação da BR-364, e a reconstrução da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus.

Também participaram os senadores Jorge Viana (PT-AC), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Wellington Fagundes (PR-MT), a deputada Marinha Raupp (PMDB-RO) e mais dois deputados do Mato Grosso que integram a Frente Parlamentar Mista Pró-Ferrovia Bioceânica.