Um país movido a galões de otimismo

Valdemir Caldas

Publicada em 10 de fevereiro de 2016 às 10:27:00

O brasileiro é movido a galões de otimismo. Chega a ser até exagerado. Durante a campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff prometeu segurar a inflação, reduzir impostos e aumentar a oferta de emprego. Passada a refrega eleitoral, fez exatamente o contrário. A inflação fechou 2015 acima dos 10% (a mais alta dos últimos treze anos), a taxa de juros está nas alturas e quase nove milhões de trabalhadores foram parar na rua da amargura - a maior taxa desde 2012, segundo informações do IBGE. E muitos acreditaram nessa patacoada.

O ex-presidente Lula vai morrer dizendo que o escândalo do mensalão, que mandou para a cadeira as principais lideranças petistas, nunca existiu. Tudo não passou de obra da oposição, mancomunada com setores da mídia, para tentar macular a sua biografia e a do PT. O tríplex de quase trezentos metros quadrados, localizado no edifício solares, reformado por uma das empresas envolvida no petrolão, não é seu, mesmo contra todas as evidências, que o apontam com dono do imóvel. E ainda tem gente capaz de colocar a mão e outras partes do corpo no fogo por ele.

A economia só ainda não chegou ao fundo do poço porque até isso foi roubado. A política pauta-se pela bandalheira explícita, com a presidente da República e os presidentes do Senado e da Câmara tendo que prestarem explicações à Justiça por suspeitas de ilicitudes as mais variadas, que vêm correndo as bases da sociedade e empurrando a imagem do país para a sarjeta. Mesmo assim, ainda há quem os considere inocentes,  dizendo que tudo isso é passageiro, que o Brasil é um país de riquezas incomensuráveis e que as dificuldades de hoje logo estarão no passado. Trata-se, apenas, de mais uma crise, como tantas de que se têm notícia, engendradas pelas cassandras de mau agouro.

Certo? Errado! O ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o PT são os responsáveis por todo esse imbróglio no qual o país está imerso. Afinal, o que se esperar de um governo que oscila entre a incompetência e a hipertrofia administrativa, senão um fiasco atrás do outro. Que o Brasil é um país grande, de dimensões continentais e, portanto, capaz de sair dessa crise, todo mundo sabe, graças, é claro, não a ação de políticos, mas ao esforço e a resignação de seu povo. Agora, próspero e generoso, só mesmo para Lula, Dilma e sua turma. Ai já é otimismo exagerado.