Nem o mais ferrenho petista poderá concordar com a declaração leviana feita pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), segundo a qual o Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma Rousseff, ou seja, jogou na vala comum a qualidade moral dos julgadores, inclusive, de seus colegas de partido. Em resposta, a também senadora Ana Amélia (PP-RS) prometeu recorrer ao Conselho de Ética.

O perigo de generalizar é que se coloca no mesmo saco de gatos bons e maus. Que o Senado da República não é nenhum eremitério, todo mundo sabe. Agora, achar que todos os seus membros não tem moral é uma afirmação, no mínimo, leviana. Certa, portando, a senadora Gaúcha se pedir o enquadramento da petista.

É tática de menino birrento, quando apanhando em erro, tentar envolver os circunstantes em suas safadezas. A situação pela qual passa o país é extremamente grave. A cidadania está aturdida, com o renovar diário de acusações, num verdadeiro festival de denúncias. Estranha-se a facilidade com que pessoas envolvidas de um modo ou de outro nas bandalheiras produzem declarações e fazem revelações levianas à imprensa.

A declaração da senadora petista não conduz a nada. Pelo contrário, mostra que os aliados da presidente Dilma já nem mais sabem o que dizer diante da derrota mordiscando-lhes os calcanhares. É o salve-se quem puder. Prova de que ninguém consegue entender-se

Não sou louco a ponto de dizer que no Partido dos Trabalhadores só tem bandido. Pelo contrário, conheço muita gente séria nas hostes petistas. De igual modo, não concordo quando a senadora Gleisi lança uma nuvem de desconfiança sobre o caráter de todos os membros do Senado.  

Reconhecidamente, muitos dos que lá têm assento não passariam incólumes em frente a uma delegacia de polícia, mas, há, também, pessoas honestas, que ainda conseguem andar pelas ruas deste país de cabeça erguida. Pouquíssimas, mas há.