As saúvas requintadas

No Brasil, ainda não há substância ativa capaz de inibir a ação das saúvas requintadas, que não resistem à tentação de devastar o patrimônio público

Valdemir Caldas
Publicada em 23 de dezembro de 2021 às 17:19
As saúvas requintadas

 “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. A frase, atribuída a um pesquisador francês, teria sido dita há 205 anos, durante sua visita ao Brasil. Apesar de desempenhar papel importante na reciclagem de nutrientes e na fertilização do solo, segundo estudiosos do assunto, a saúva é uma praga que possui alto poder de destruição. 

A operação Lava-Jato descobriu e destruiu um sauveiro de proporções gigantescas que vinha devastando as bases da maior empresa do ramo petrolífero do país e uma das maiores do mundo: a Petrobrás. Esperava-se que, a partir da aplicação de fungicidas e formicidas legais, houvesse uma redução da praga, mas o que se tem acompanhado no noticiário é exatamente o contrário, evidenciando que, no Brasil, ainda não há substância ativa capaz de inibir a ação das saúvas requintadas, que não resistem à tentação de devastar o patrimônio público. 

No âmbito federal, o presidente Jair Bolsonaro teve um trabalho danado para afastar dos cofres públicos as saúvas que se acostumaram a mamar nas flácidas tetas do erário nos governos petistas, por meio de uma tal Lei Rouanet, apelidada por alguns de “Lei da Mamata”, dada a facilidade com que espertalhões pegavam o suado dinheiro do contribuinte para fomentar projetos culturais, mas, na verdade, usavam os milhões para finalidades outras que em nada dizem respeito à cultura, como a aquisição de bens e ostentação. São pessoas movidas exclusivamente pela ambição do dinheiro. Não conseguem se comportar socialmente como um ser espiritual. 

No Brasil, o enriquecimento ilícito ainda é aceito por parcela expressiva da sociedade com naturalidade. Tem gente que acha que Lula foi o melhor presidente que este país já teve, independente do esquema de corrupção que ele comandou e do qual se beneficiou. Não por acaso pessoas obscuras, sem qualificação profissional ou talento que lhes assegure a constituição de patrimônio econômico apreciação, acabam ingressando na política e nos diferentes setores de governo com a única intenção de construir fortuna e turbinar suas já polpudas contas bancárias. E quando aparece alguém disposto a colocar as coisas nos eixos, logo é chamado de retrogrado, ditador ou bobagens do gênero. Como o Brasil já se mostrou incapaz de acabar com as saúvas que prosperam nos mais diversos escalões da República, pelo menos já deveria ter encontrado uma substância para controlar essa praga, antes que elas, as saúvas requintadas, acabem com o nosso país.

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