Bandido que matou filho de ex-prefeito revela detalhes do crime e recusa delação na PF 

Assassino confesso foi ouvido na DPC de Vilhena no dia seguinte ao crime.

Folha do Sul 
Publicada em 28 de agosto de 2017 às 10:49
Bandido  que matou filho de ex-prefeito revela detalhes do crime e recusa delação na PF 

O FOLHA DO SUL ON LINE obteve detalhes do depoimento do homem que, na noite de sexta-feira, 24, baleou o filho do ex-prefeito Zé Rover (PP), durante uma tentativa de assalto na casa do político. Ferido no pescoço, o jovem Luiz Eduardo Rover morreu logo após dar entrada no Hospital Regional.

Ao ser interrogado no dia seguinte ao crime que chocou o Estado de Rondônia, Lucas Rodrigues Ramos, 22, detalhou a ação criminosa que contou com a participação de um adolescente de 15 anos, completados em fevereiro deste ano. O garoto também foi preso e, assim como Lucas, assumiu a autoria do fato. Confira aqui.

O assassino confesso contou à polícia que conheceu o menor no submundo das drogas e, no dia do ataque fatal à casa de Rover, os dois se encontraram na avenida Melvin Jones, ocasião em que deu uma arma (pistola calibre 380) ao adolescente. Relatou que fez isso porque, se os dois fossem revistados pela polícia, o menor seria liberado, ao contrário dele.

Em seu relato, o rapaz revelou que havia deixado a cadeia de Tangará na Serra (MT) no início do mês. Após a soltura, conseguiu na justiça transferir o processo criminal para Vilhena, onde moram seus pais. A justiça matogrossense, inclusive, não o obrigou a usar tornozeleira eletrônica.

E foi justamente quando compareceu ao Fórum de Vilhena para assinar a papelada que Lucas teve uma idéia: ao notar as residências luxuosas nas proximidades da instituição judicial, decidiu roubar uma delas. 

Já em companhia do parceiro, o criminoso começou a circular pela cidade e, ao notar a suntuosidade da casa do ex-prefeito, decidiu que seria ali a ação. Os dois rapazes pularam o muro da escola estadual Paulo Freire, que fica em frente a residência, e se mantiveram à espreita. Uma caminhonete saiu, mas não deu tempo de render o motorista e Lucas resolveu agir no retorno do veículo.

Em seu relato, o marginal disse que, após invadir a casa na volta da picape, aproveitando a abertura do portão eletrônico, anunciou o roubo. O dono do imóvel teria imaginado se tratar de uma “pegadinha” e, conforme contou o assaltante à polícia, foi preciso encostar o revólver no anfitrião e gritar com ele : “Você tá duvidando, coroa?”

Conforme a descrição do depoente, Rover tentou tomar sua arma, agarrando-o pela blusa, momento em que foi feito o disparo. Segundo relatou Lucas, as pessoas que estavam na casa pularam sobre ele. Em sua confissão, ele disse que imaginava ter atirado no “coroa”.

RECUSOU DELAÇÃO

A Polícia Federal, que acompanhou o depoimento do assassino, perguntou se ele sabia da importância de Rover para a justiça. Lucas foi informado de que o ex-prefeito tem revelações a fazer e questionou se ele havia agido a mando de alguém. Diante da negativa, foi oferecida “delação premiada” ao homicida, que poderia reduzir sua pena se contasse a verdade. A resposta, novamente, foi não ao acordo.

MENOR TAMBÉM ABRE O BICO

O FOLHA DO SUL ON LINE também publicará, ainda hoje, o depoimento do garoto envolvido no assalto que resultou em tragédia.

Winz

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