Brasil registra 48 mil falhas na saúde infantil; RO tem 204

SOBRASP alerta sobre a importância de reduzir erros evitáveis

Fonte: Assessoria - Publicada em 17 de dezembro de 2025 às 15:54

São Paulo, 17 de dezembro de 2025 – De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), compilados pela SOBRASP - Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente - entre 1º de janeiro e 14 de dezembro de 2025 foram notificados no Brasil 459.746 eventos adversos e falhas na assistência à saúde em serviços públicos e privados. Desse total, 47.853 ocorrências envolveram crianças de 0 a 11 anos. Em 2024, foram registrados 43.944 eventos adversos nessa mesma faixa etária.

Rondônia contabilizou 204 falhas na assistência à saúde em crianças de 0 a 11 anos no período.RO__ falhas na assistência à saúde em crianças de 0 a 11 anos_17_12_SOBRASP.jpeg

É importante destacar que os números apresentados são absolutos e não correspondem a taxas padronizadas (por exemplo, por 100 mil crianças vivas por faixa etária e evento adverso). As faixas etárias analisadas foram: <28 dias; 29 dias a 1 ano; 2 a 4 anos; e 5 a 11 anos. Esses dados podem estar subnotificados, ou seja, podem ser ainda maiores. 

Os números revelam um cenário preocupante para os pacientes mais vulneráveis: as crianças. Nos hospitais, as principais causas relacionadas aos eventos adversos, envolvendo esse público, são decorrentes de falhas na comunicação entre os profissionais de saúde e os familiares e a falta de envolvimento da própria criança em seu cuidado. Isso tem levado a danos desnecessários como lesões por pressão (dano causado na pele e nos tecidos moles), quedas e a administração incorreta de medicamentos. 

           

UF/BR

NÚMEROS DE EVENTOS ADVERSOS DE 01 DE JANEIRO A 14 DE DEZEMBRO DE 2025 - ANVISA

 

29 dias a 1 ano

2 a 4 anos

5 a 11 anos

TOTAL

< 28 dias

BR

15339

17161

6810

8543

47853

AC

18

5

1

2

26

AL

142

96

24

30

292

AP

5

4

0

1

10

AM

309

248

139

158

854

BA

837

987

424

611

2859

CE

475

750

251

318

1794

DF

697

1245

420

424

2786

ES

258

280

97

150

785

GO

218

546

265

368

1397

MA

337

510

249

295

1391

MT

77

49

29

18

173

MS

387

494

234

257

1372

MG

3657

3459

1091

1538

9745

PA

201

291

169

239

900

PB

822

306

81

124

1333

PR

1053

1041

416

536

3046

PE

695

971

433

610

2709

PI

367

262

86

133

848

RJ

647

811

435

439

2332

RN

282

221

121

140

764

RS

217

465

147

214

1043

RO

53

59

45

47

204

RR

3

74

26

21

124

SC

1101

973

321

404

2799

SP

2179

2653

1155

1302

7289

SE

120

199

60

67

446

TO

182

162

91

97

532

TOTAL

15339

17161

6810

8543

47853

Segundo Paola Andreoli, presidente da SOBRASP, a prioridade da entidade é promover cuidados mais seguros a partir da implementação da participação dos pacientes e seus familiares na assistência, diretrizes essas definidas no Plano Global para Segurança do Paciente 2021-2030, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os gestores de serviços de saúde devem implantar estratégias que permitam a participação e engajamento de pacientes e familiares no cuidado. Talvez a atitude mais importante, contudo, seja a preparação dos processos de cuidado e dos profissionais para que considerem a opinião e preferências dos pacientes e seus familiares. Ouvir os pais e envolvê-los no cuidado é uma importante atitude de segurança”.

Promover a participação do paciente, na melhoria da segurança dos cuidados em saúde, implica a integração deste na tomada de decisão, de forma consciente e informada. “Desta forma, o paciente e seus familiares, em especial quando se trata de crianças e adolescentes, devem conhecer todo o plano de diagnóstico e tratamento delineado pela equipe de saúde, participando de ações como: prover todas as informações sobre histórico de doenças prévias, alergias e outras circunstâncias, identificar mudanças não planejadas ocorridas no cuidado, questionar ativamente as propostas de tratamento e acompanhar sua execução”, alerta a pediatra Priscila Amaral, membro da SOBRASP.

E ainda ressalta que o engajamento dos pais no cuidado da criança é imprescindível para promover a segurança. “Os pais são as primeiras testemunhas quando ocorrem erros de medicação, falhas quanto à adesão aos procedimentos de segurança, como a higiene das mãos, e problemas com transferência de informações durante as mudanças de turno”, finaliza dra Priscila. 

Plano Global de Segurança do Paciente 2021-2030 - A OMS lançou o Plano Global de Segurança do Paciente 2021–2030, que reforça o papel de pacientes e familiares como parceiros essenciais para uma assistência à saúde mais segura. A iniciativa propõe o envolvimento ativo da sociedade na construção de políticas e estratégias, além do aprendizado a partir de experiências com cuidados inseguros para o desenvolvimento de soluções mais eficazes. O plano também destaca a importância da transparência nos serviços de saúde, incluindo a comunicação de incidentes aos pacientes e familiares, e do acesso à informação e à educação em saúde, incentivando o autocuidado e a tomada de decisões compartilhadas.

Brasil registra 48 mil falhas na saúde infantil; RO tem 204

SOBRASP alerta sobre a importância de reduzir erros evitáveis

Assessoria
Publicada em 17 de dezembro de 2025 às 15:54

São Paulo, 17 de dezembro de 2025 – De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), compilados pela SOBRASP - Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente - entre 1º de janeiro e 14 de dezembro de 2025 foram notificados no Brasil 459.746 eventos adversos e falhas na assistência à saúde em serviços públicos e privados. Desse total, 47.853 ocorrências envolveram crianças de 0 a 11 anos. Em 2024, foram registrados 43.944 eventos adversos nessa mesma faixa etária.

Rondônia contabilizou 204 falhas na assistência à saúde em crianças de 0 a 11 anos no período.RO__ falhas na assistência à saúde em crianças de 0 a 11 anos_17_12_SOBRASP.jpeg

É importante destacar que os números apresentados são absolutos e não correspondem a taxas padronizadas (por exemplo, por 100 mil crianças vivas por faixa etária e evento adverso). As faixas etárias analisadas foram: <28 dias; 29 dias a 1 ano; 2 a 4 anos; e 5 a 11 anos. Esses dados podem estar subnotificados, ou seja, podem ser ainda maiores. 

Os números revelam um cenário preocupante para os pacientes mais vulneráveis: as crianças. Nos hospitais, as principais causas relacionadas aos eventos adversos, envolvendo esse público, são decorrentes de falhas na comunicação entre os profissionais de saúde e os familiares e a falta de envolvimento da própria criança em seu cuidado. Isso tem levado a danos desnecessários como lesões por pressão (dano causado na pele e nos tecidos moles), quedas e a administração incorreta de medicamentos. 

           

UF/BR

NÚMEROS DE EVENTOS ADVERSOS DE 01 DE JANEIRO A 14 DE DEZEMBRO DE 2025 - ANVISA

 

29 dias a 1 ano

2 a 4 anos

5 a 11 anos

TOTAL

< 28 dias

BR

15339

17161

6810

8543

47853

AC

18

5

1

2

26

AL

142

96

24

30

292

AP

5

4

0

1

10

AM

309

248

139

158

854

BA

837

987

424

611

2859

CE

475

750

251

318

1794

DF

697

1245

420

424

2786

ES

258

280

97

150

785

GO

218

546

265

368

1397

MA

337

510

249

295

1391

MT

77

49

29

18

173

MS

387

494

234

257

1372

MG

3657

3459

1091

1538

9745

PA

201

291

169

239

900

PB

822

306

81

124

1333

PR

1053

1041

416

536

3046

PE

695

971

433

610

2709

PI

367

262

86

133

848

RJ

647

811

435

439

2332

RN

282

221

121

140

764

RS

217

465

147

214

1043

RO

53

59

45

47

204

RR

3

74

26

21

124

SC

1101

973

321

404

2799

SP

2179

2653

1155

1302

7289

SE

120

199

60

67

446

TO

182

162

91

97

532

TOTAL

15339

17161

6810

8543

47853

Segundo Paola Andreoli, presidente da SOBRASP, a prioridade da entidade é promover cuidados mais seguros a partir da implementação da participação dos pacientes e seus familiares na assistência, diretrizes essas definidas no Plano Global para Segurança do Paciente 2021-2030, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os gestores de serviços de saúde devem implantar estratégias que permitam a participação e engajamento de pacientes e familiares no cuidado. Talvez a atitude mais importante, contudo, seja a preparação dos processos de cuidado e dos profissionais para que considerem a opinião e preferências dos pacientes e seus familiares. Ouvir os pais e envolvê-los no cuidado é uma importante atitude de segurança”.

Promover a participação do paciente, na melhoria da segurança dos cuidados em saúde, implica a integração deste na tomada de decisão, de forma consciente e informada. “Desta forma, o paciente e seus familiares, em especial quando se trata de crianças e adolescentes, devem conhecer todo o plano de diagnóstico e tratamento delineado pela equipe de saúde, participando de ações como: prover todas as informações sobre histórico de doenças prévias, alergias e outras circunstâncias, identificar mudanças não planejadas ocorridas no cuidado, questionar ativamente as propostas de tratamento e acompanhar sua execução”, alerta a pediatra Priscila Amaral, membro da SOBRASP.

E ainda ressalta que o engajamento dos pais no cuidado da criança é imprescindível para promover a segurança. “Os pais são as primeiras testemunhas quando ocorrem erros de medicação, falhas quanto à adesão aos procedimentos de segurança, como a higiene das mãos, e problemas com transferência de informações durante as mudanças de turno”, finaliza dra Priscila. 

Plano Global de Segurança do Paciente 2021-2030 - A OMS lançou o Plano Global de Segurança do Paciente 2021–2030, que reforça o papel de pacientes e familiares como parceiros essenciais para uma assistência à saúde mais segura. A iniciativa propõe o envolvimento ativo da sociedade na construção de políticas e estratégias, além do aprendizado a partir de experiências com cuidados inseguros para o desenvolvimento de soluções mais eficazes. O plano também destaca a importância da transparência nos serviços de saúde, incluindo a comunicação de incidentes aos pacientes e familiares, e do acesso à informação e à educação em saúde, incentivando o autocuidado e a tomada de decisões compartilhadas.

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