Caso Felca: Os riscos psicológicos da Adultização da infância
Para a neuropsicóloga Andrea Ladislau algumas brincadeiras ditas como inocentes, nem sempre são tão inocentes assim
Nos últimos dias, vários vídeos polêmicos de denúncia de erotização infantil feitas por um famoso influencer, vieram à tona e inflamaram as discussões sobre os riscos e possíveis perigos psicológicos que algumas atitudes podem provar na mente de uma criança ou um jovem em desenvolvimento.
Para a neuropsicóloga Andrea Ladislau algumas brincadeiras ditas como inocentes, nem sempre são tão inocentes assim. Fato esse comprovado, segundo Andrea, quando pensamos em nossas crianças e em insinuações do tipo: “Que lindos!!! São namoradinhos”.
“Típicas brincadeiras que fomentam a “adultização” de nossos pequenos. Isto porque a infância é conhecida como o período da inocência e quando crianças não compreendemos o mundo a nossa volta como os adultos, pois estamos em fases distintas, cognitivamente falando. Existe uma sensibilização na promoção e aceleração destes estágios de desenvolvimento”, explica a especialista.
Para Andrea que também é psicanalista, a infância necessita de um olhar um pouco mais cuidadoso, mas às vezes, ao lidarmos com nossas próprias crianças esquecemos de que um dia vivenciamos aquele período e acabamos por projetar nelas comportamentos nossos, de adultos.
Um desses comportamentos segundo a especialista é o namoro, algo intrinsicamente adulto que é atribuído à criança como se fosse algo normal.
“Mas vamos pensar juntos, qual o maior problema disso? A grande questão é que o desenvolvimento é pautado por etapas, cada etapa possui o seu nível de importância para um desenvolvimento saudável. E quando atribuímos a uma criança o ato de namorar, estamos precocemente “adultizando” uma fase que não deveria ser “adultizada””, alerta.
O resultado é que, quando uma criança fala que namora, ela imita um comportamento que vê em casa ou na sociedade a sua volta, sem compreender o que aquele comportamento significa.
O perigo para Andrea é incentivar o namoro de crianças é o encurtamento da infância e a sexualização precoce. Esse encurtamento acontece quando se leva ao universo infantil um conteúdo (o namoro) que pertence ao universo do adolescente e do adulto.
“Ou seja, assim como os marcos do desenvolvimento infantil e outras diversas situações do universo das crianças, não existe nenhum manual ou regra que determine qual a idade certa para começar a namorar. No entanto, não devemos romantizar o crescimento precoce”, afirma.
Mundo adulto
Para a especialista, a compreensão do sentimento amoroso e do desejo sexual é algo do mundo adulto, pois, por mais que a sexualidade esteja presente desde o nascimento, a criança ainda não entende sua complexidade.
“Ela busca o outro pelo desejo de contato humano, e olhar isso através da ótica da erotização é algo provocado pelos adultos e que as empurra para um tipo de interação para qual ainda não estão preparadas e que pode lhes causar muita angústia”, explica Andrea.
Mas e se a criança um dia chegar em casa dizendo que têm um namoradinho, o que fazer?
Para a psicanalista oNnosso papel como pais, responsáveis e educadores é explicar que namoro é coisa de adulto e que as crianças possuem amigos e colegas.
“ Lembre-se que a criança não tem maturidade para compreender o que significa namoro e por isso não deve ser estimulada a tanto. É importante que ela receba a orientação de que, certas coisas, só poderá fazer quando “crescer”. Respeitando suas etapas e períodos de crescimento”, diz.
Portanto, para a especialista, Felca colocou luz em um tema bastante polêmico que merece nosso cuidado e atenção.
“Apesar de termos evidências de que a erotização da infância acontece hoje com uma naturalidade assustadora, não podemos nos omitir ao dever de educar e orientar a criança, abominando atos que possam roubar a inocência. Afinal, criança feliz é aquela que vive a infância sendo criança e que completa em sua plenitude, todas as etapas de seu desenvolvimento infantil”, finaliza.
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