Ciranda da Palavra discute a realidade de servidoras do Judiciário durante a pandemia

Atividade, que faz parte do Projeto Aurora, busca apoio emocional por meio da troca de experiências

Assessoria de Comunicação Institucional
Publicada em 20 de agosto de 2020 às 11:04
Ciranda da Palavra discute a realidade de servidoras do Judiciário durante a pandemia

Adaptação ao home office, sobrecarga de trabalho doméstico, cuidados com filhos e insegurança fazem parte do dilema de muitas mulheres que tiveram suas rotinas alteradas pela pandemia da Covid-19 e adoção de medidas de isolamento social. Por meio de relatos sobre suas experiências, servidoras do Tribunal de Justiça de Rondônia participaram da Ciranda da Palavra, uma atividade do Projeto Aurora, que busca a saúde emocional. Além do cunho terapêutico, a atividade, que aconteceu por meio de videoconferência nesta terça-feira, vai ajudar numa pesquisa sobre o tema.

Desenvolvido pelo Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Gestão Socioambiental (Nages), do Gabinete de Governança, junto com a Coordenadoria de Mulheres do TJRO e a Divisão de Saúde da Secretaria de Gestão de Pessoas, o projeto Aurora foi criado durante o período de isolamento social, justamente para atender à nova realidade e seus efeitos.

Mediada pela psicóloga Mariângela Aloise, a roda de conversa virtual começou descontraída, com a apresentação dos participantes, suas funções e seus novos desafios frente à pandemia. A cada relato, as servidoras foram expondo suas novas rotinas e como têm administrado o trabalho, seja em home office ou presencialmente.

Há mais de 30 anos no Tribunal de Justiça, a maior parte desse tempo no Centro de Documentação Histórica, a historiadora Nilza Menezes pontuou que há muito tempo vem buscando espaço para a discussão de gênero dentro da instituição, e isso foi finalmente viabilizado com o projeto Aurora. “Ver isso materializado dessa forma traz muita alegria. Às vezes estamos exaustas de sobrecarga emocional e o grupo é para isso, dividir essas experiências. Escutar o outro nos representa”, analisou.

Nilza está à frente de um estudo que será realizado com esses relatos. “A partir dessa pesquisa que está sendo realizada pelo grupo pretendemos trazer uma proposta que contemple as mulheres na fase de retorno ao trabalho. Sabemos que muitas ainda estão com os filhos em casa e vão precisar desse suporte”, explicou.

Ao falar sobre as atribuições do Nages, a coordenadora Maiara Moraes explicou que o projeto buscou plantar uma semente, “conhecer a realidade de cada um e fortalecer nosso papel dentro e fora do Judiciário. Compartilhar nossos desafios e nossas conquistas”, avaliou. “É um trabalho que tem uma relação direta com a saúde. Sabemos que no dia a dia temos muitas demandas que recaem sobre as mulheres que causam stress, ansiedade, adoecimento em geral”, disse Iuna Sapia, psicóloga da Disau.

Emocionada, uma servidora da capital, agradeceu a oportunidade de participar da ciranda. “Não está sendo fácil para ninguém essa nova realidade, a incerteza sobre como será a vida daqui para frente e se podemos contar com nossos colegas quando retornarmos. Só esperamos passar por tudo e ficarmos bem”, relatou.

Apesar dos desafios do isolamento social, uma consequência dele, o home office, foi exaltada como positiva em muitos relatos. Outra servidora lotada em Porto Velho compartilhou que depois que começou a trabalhar em casa, passou a acompanhar mais a rotina dos filhos e isso fortaleceu os laços familiares. “As dificuldades foram o medo de sair de casa, mas com o tempo houve a conscientização de que eu preciso aprender a me cuidar e respeitar o momento da pandemia”, disse.

Mas a fase de adaptação tem sido diferente para cada mulher. Com quase 20 anos de TJRO, outra servidora participante, além de relatar os desafios para se adequar ao trabalho em casa, também foi impactada com o diagnóstico de Covid-19, junto com a filha. Com isso, precisou passar por um isolamento muito mais rígido. “Todos ficamos perdidos no começo sem saber como fazer, mas hoje já vemos que consigo fazer minhas atividades”, contou.

A Ciranda contou com a participação de servidoras de diferentes áreas de atuação no Judiciário. “Dentro da instituição encontramos barreiras, mas se estivermos juntas e conscientes no nosso papel, isso vai sendo minimizado”, avaliou uma das servidoras idealizadoras do projeto, Cecileide Correia. A psicóloga Mariângela Aloise avaliou como positiva a participação das mulheres, que puderam se identificar nos relatos. “Essa experiência de ouvir como o outro está lidando é um acolhimento importante”, concluiu.

 

Webinário

cartaz Aurora

A Ciranda da Palavra foi voltada exclusivamente para mulheres, mas a programação inclui a participação masculina para sensibilizar sobre a necessidade de fortalecer ações de igualdade de gênero. Nesta sexta-feira será realizado o webinário Ciclicidade e Produtividade: Aprendendo a usar o ciclo menstrual como ferramenta de produtividade. A live, que será realizada no canal da Emeron no YouTube, às 16h (hora de Rondônia), faz parte da iniciativa de propor ações contínuas e integradas entre diferentes setores do TJRO, voltadas principalmente para o público feminino e que visem fomentar melhores condições laborais às servidoras e favorecer a ampliação da participação feminina no Poder Judiciário. As inscrições podem ser realizadas por meio de formulário no menu Inscrições do site da Emeron.

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