Cirurgia bariátrica: quando e por que fazer

Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é indicada para quem quer perder peso sem precisar fazer dieta alimentar e exercícios físicos

Fonte: Da redação - Publicada em 20 de maio de 2025 às 19:12

A cirurgia bariátrica, ou cirurgia de redução do estômago, como é popularmente conhecida, teve sua técnica desenvolvida na década de 1950, nos EUA, e chegou ao Brasil nos anos 1960, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. De lá para cá muito tempo se passou e, com ele, novas técnicas foram criadas, permitindo o avanço do número de procedimentos em todo o mundo e trazendo mais segurança para o paciente, além da redução no tempo de internação e da baixa taxa de complicações, variando entre 0,5% e 1%.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é indicada para quem quer perder peso sem precisar fazer dieta alimentar e exercícios físicos. Ela não é um recurso estético, mas o tratamento de uma patologia que pode estar associada a várias outras. Segundo o Dr. Eduardo Lara, cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, “há critérios claros para eleger o candidato à cirurgia bariátrica e devem ser seguidos com rigor e baseados no Índice de Massa Corpórea (IMC), idade, comorbidades e tempo da doença”.

 São eles:

· obesidade grau III ou mórbida (IMC maior ou igual 40 Kg/m²),independente de doenças associadas;

· obesidade grau II (IMC entre 35 a 39,9 Kg/m²) associado a doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, problemas no colesterol e triglicérides, esteatose hepática, apneia do sono, artrose, dentre outras;

· obesidade grau I (IMC entre 30 e 34 Kg/m²) associada diabetes mellitus tipo 2 diagnosticado há pelo menos 10 anos e com insucesso prévio do tratamento clínico;

· idade entre 18 e 65 anos;

· falha do tratamento clínico prévio da obesidade, considerando medicamentos e mudança de hábitos de vida por pelo menos dois anos.

O médico complementa que “a cirurgia bariátrica ainda pode ser realizada em pacientes com idade entre 16 e 18 anos, sendo necessário a avaliação multidisciplinar e o consenso familiar. Os pacientes com idade superior a 65 anos também podem ser submetidos à bariátrica, levando em consideração o risco cirúrgico, as comorbidades e a expectativa de vida do paciente”.

Se as indicações para que o paciente possa fazer a cirurgia bariátrica são rigorosas há também as contraindicações que devem ser observadas pelos médicos, familiares e por ele próprio, se for o caso. São aqueles que apresentam: doença psiquiátrica não controlada ou fazem uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas, além daqueles que não têm condições de compreender o procedimento e o seguimento do tratamento com clareza ou não possuem suporte familiar adequado para isso.

Benefícios

Os benefícios da cirurgia bariátrica vão além do emagrecimento. Segundo Dr. Eduardo Lara, “ela proporciona melhor controle das doenças associadas, como a diabetes mellitus 2, colesterol e triglicérides, cardiopatias, hipertensão arterial, esteatose hepática, artrose, dentre outras. Em alguns casos pode haver até mesmo a remissão completa de algumas doenças crônicas relacionadas a obesidade, além da melhora da qualidade de vida, aumento da autoestima, da expectativa de vida e da fertilidade”.

Vale destacar que estudos recentes demonstraram que a cirurgia bariátrica pode aumentar a sobrevida em até nove anos, em alguns casos, especialmente em pessoas com diabetes, se comparado com sua expectativa de vida de acordo com seu quadro clínico anterior à cirurgia.

Dr. Eduardo Lara, entretanto, alerta que, embora o índice de satisfação dos pacientes chegue a 95%, deve-se levar em conta a importância da mudança dos hábitos de vida, da prática regular de atividades físicas e do seguimento com a equipe multidisciplinar para manter os bons resultados”.

Riscos

O medo dos supostos riscos que podem ser causados pela cirurgia bariátrica ainda chega a ser uma barreira para que pacientes deixem de procurar a avaliação médica para obter informações e esclarecer se estão elegíveis para o procedimento. Por isso, é sempre recomendável procurar equipes médicas experientes, além de saber se o hospital escolhido está devidamente equipado para a cirurgia.

O cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Dr. Eduardo Lara, que há 12 anos realiza cirurgias bariátricas, informa que os recursos cirúrgicos evoluíram muito: “Com o desenvolvimento dos materiais cirúrgicos e com uma equipe médica capacitada, os riscos diminuíram de modo expressivo, mas, como todo procedimento invasivo, a cirurgia bariátrica também pode oferecer riscos, embora eles sejam menores do que aqueles associados à obesidade não tratada”, revela.

Os números

Dados compilados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam que foram realizados 74.738 procedimentos no Brasil, em 2022. O número de cirurgias feitas pelos planos de saúde, segundo levantamento recente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi de 65.256 no mesmo período. O crescimento foi de 22,9%, se comparado com 2019, um ano antes da pandemia, quando foram realizadas 53.087 cirurgias.

No mundo, de acordo com o relatório do registro da International Federation of Surgery for Obesity and Metabolic Diseases (IFSO, do inglês), apresentado em 2019, em Madri, foram registrados 833.687procedimentos cirúrgicos em 61 países. Os dados ainda revelam que o Brasil é o segundo país que mais realiza a operação no mundo, ficando atrás apenas dos EUA.

Cirurgia bariátrica: quando e por que fazer

Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é indicada para quem quer perder peso sem precisar fazer dieta alimentar e exercícios físicos

Da redação
Publicada em 20 de maio de 2025 às 19:12

A cirurgia bariátrica, ou cirurgia de redução do estômago, como é popularmente conhecida, teve sua técnica desenvolvida na década de 1950, nos EUA, e chegou ao Brasil nos anos 1960, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. De lá para cá muito tempo se passou e, com ele, novas técnicas foram criadas, permitindo o avanço do número de procedimentos em todo o mundo e trazendo mais segurança para o paciente, além da redução no tempo de internação e da baixa taxa de complicações, variando entre 0,5% e 1%.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é indicada para quem quer perder peso sem precisar fazer dieta alimentar e exercícios físicos. Ela não é um recurso estético, mas o tratamento de uma patologia que pode estar associada a várias outras. Segundo o Dr. Eduardo Lara, cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, “há critérios claros para eleger o candidato à cirurgia bariátrica e devem ser seguidos com rigor e baseados no Índice de Massa Corpórea (IMC), idade, comorbidades e tempo da doença”.

 São eles:

· obesidade grau III ou mórbida (IMC maior ou igual 40 Kg/m²),independente de doenças associadas;

· obesidade grau II (IMC entre 35 a 39,9 Kg/m²) associado a doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, problemas no colesterol e triglicérides, esteatose hepática, apneia do sono, artrose, dentre outras;

· obesidade grau I (IMC entre 30 e 34 Kg/m²) associada diabetes mellitus tipo 2 diagnosticado há pelo menos 10 anos e com insucesso prévio do tratamento clínico;

· idade entre 18 e 65 anos;

· falha do tratamento clínico prévio da obesidade, considerando medicamentos e mudança de hábitos de vida por pelo menos dois anos.

O médico complementa que “a cirurgia bariátrica ainda pode ser realizada em pacientes com idade entre 16 e 18 anos, sendo necessário a avaliação multidisciplinar e o consenso familiar. Os pacientes com idade superior a 65 anos também podem ser submetidos à bariátrica, levando em consideração o risco cirúrgico, as comorbidades e a expectativa de vida do paciente”.

Se as indicações para que o paciente possa fazer a cirurgia bariátrica são rigorosas há também as contraindicações que devem ser observadas pelos médicos, familiares e por ele próprio, se for o caso. São aqueles que apresentam: doença psiquiátrica não controlada ou fazem uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas, além daqueles que não têm condições de compreender o procedimento e o seguimento do tratamento com clareza ou não possuem suporte familiar adequado para isso.

Benefícios

Os benefícios da cirurgia bariátrica vão além do emagrecimento. Segundo Dr. Eduardo Lara, “ela proporciona melhor controle das doenças associadas, como a diabetes mellitus 2, colesterol e triglicérides, cardiopatias, hipertensão arterial, esteatose hepática, artrose, dentre outras. Em alguns casos pode haver até mesmo a remissão completa de algumas doenças crônicas relacionadas a obesidade, além da melhora da qualidade de vida, aumento da autoestima, da expectativa de vida e da fertilidade”.

Vale destacar que estudos recentes demonstraram que a cirurgia bariátrica pode aumentar a sobrevida em até nove anos, em alguns casos, especialmente em pessoas com diabetes, se comparado com sua expectativa de vida de acordo com seu quadro clínico anterior à cirurgia.

Dr. Eduardo Lara, entretanto, alerta que, embora o índice de satisfação dos pacientes chegue a 95%, deve-se levar em conta a importância da mudança dos hábitos de vida, da prática regular de atividades físicas e do seguimento com a equipe multidisciplinar para manter os bons resultados”.

Riscos

O medo dos supostos riscos que podem ser causados pela cirurgia bariátrica ainda chega a ser uma barreira para que pacientes deixem de procurar a avaliação médica para obter informações e esclarecer se estão elegíveis para o procedimento. Por isso, é sempre recomendável procurar equipes médicas experientes, além de saber se o hospital escolhido está devidamente equipado para a cirurgia.

O cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Dr. Eduardo Lara, que há 12 anos realiza cirurgias bariátricas, informa que os recursos cirúrgicos evoluíram muito: “Com o desenvolvimento dos materiais cirúrgicos e com uma equipe médica capacitada, os riscos diminuíram de modo expressivo, mas, como todo procedimento invasivo, a cirurgia bariátrica também pode oferecer riscos, embora eles sejam menores do que aqueles associados à obesidade não tratada”, revela.

Os números

Dados compilados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam que foram realizados 74.738 procedimentos no Brasil, em 2022. O número de cirurgias feitas pelos planos de saúde, segundo levantamento recente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi de 65.256 no mesmo período. O crescimento foi de 22,9%, se comparado com 2019, um ano antes da pandemia, quando foram realizadas 53.087 cirurgias.

No mundo, de acordo com o relatório do registro da International Federation of Surgery for Obesity and Metabolic Diseases (IFSO, do inglês), apresentado em 2019, em Madri, foram registrados 833.687procedimentos cirúrgicos em 61 países. Os dados ainda revelam que o Brasil é o segundo país que mais realiza a operação no mundo, ficando atrás apenas dos EUA.

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