Comemorar o quê?

O clima que predomina, hoje, entre parcela expressiva dos servidores é de revolta e decepção

Valdemir Caldas
Publicada em 27 de outubro de 2021 às 16:20
Comemorar o quê?

28 de outubro! Para muita gente, um dia como qualquer outro, porém, nos estatutos dos servidores públicos, a data é dedicada aos que prestam serviços à máquina oficial, nos mais diferentes níveis de poder. Na oportunidade em que se celebra acontecimento da mais alta relevância na vida do funcionalismo, impõe-se uma indagação: você tem motivos para festejar o seu dia? 

Posso estar enganado, mas acredito que, à semelhança de ocasiões anteriores, as comemorações que terão lugar nesta quinta-feira serão profundamente marcadas pela indignação contra aqueles que teimam em desrespeitar a categoria e ignorar seus direitos. Direitos esses, aliás, devidamente assegurados em Lei.

O clima que predomina, hoje, entre parcela expressiva dos servidores é de revolta e decepção. E isso, repita-se, estará presente em qualquer festividade programada. Simplesmente, porque pouco ou quase nada tem sido feito para restituir à maioria dos servidores pelo menos o poder aquisitivo que seus salários devem assegurar, apesar de reconhecer o esforço de algumas instituições sindicais para tornar concreta as justas reivindicações de seus associados.

Durante as campanhas eleitorais, ouvem-se, aqui e alhures, promessas de compromissos com os servidores públicos, expulsando cada dia mais para longe os percalços. Ao contrário do elogio fácil e destituído de qualquer compromisso (comportamento, aliás, próprio de políticos demagogos), o que os servidores deste País exigem dos seus dirigentes é a execução de medidas administrativas duradouras, uma postura amadurecida e uma visão política que não contemple apenas o presente, mas igualmente, enxergue o futuro.

A saudação a todos os servidores públicos, mais que um gesto de compaixão, deve constituir-se na reiteração de um compromisso que os tenha como pedra fundamental – porque sem eles máquina pública nenhuma opera. Os servidores públicos não querem esmolas, muito menos banquetes, mas, sim, a garantia de seus direitos. 

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