Dia do estudante e do advogado, em um ano atípico

A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a consolidação da sociedade

Por Professor Ruzel Costa
Publicada em 11 de agosto de 2020 às 10:23
Dia do estudante e do advogado, em um ano atípico

Desde março desse ano, os estudantes do Brasil e de várias partes do mundo ficaram sem aulas presenciais, devido ao efeito devastador da Pandemia. A situação levou a sala de aula para dentro de muitas residências, mas, nem todos os estudantes tiveram a oportunidade para continuação das aulas por meio remoto, por  falta de equipamentos ou da internet, revelando a grande desigualdade de acesso entre os estudantes e até mesmo dos Docentes. No entanto algo de interessante, está acontecendo, antes o celular era considerado um vilão, pois tirava a atenção, atrapalhava a aula, hoje é um aliado não só  para as aulas remotas, mas para minimizar as distâncias entre as famílias e dos amigos ora separados. 

No decorrer do texto, depoimentos de estudantes mostrando a grande importância da continuação dos estudos e dos professores. É o que temos atualmente, e se adaptar ao tal “Novo Normal”.

Outra questão que precisa se muito bem estudada, discutida é a volta gradativa as salas de aula, se possível. 

Para a Estudante  Míriam Castelo Branco Alencar da Silva matriculada no Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino “Ser uma estudante não é fácil, além de ter que me deparar com o acordar cedo todos os dias, fazer as tarefas da escola, rever as lições, estudar para as provas, tem a família e toda a sociedade contando com o conhecimento e força para mudar, transformar a realidade da cidade, do estado, do país e até do mundo (para melhor, óbvio!). Enfim, ter uma vida repleta de descobertas, desafios, lutas, conquistas, decisões, conhece e mundos através da sua mente. Nesses últimos meses tenho, não só eu, mas muitos alunos se deparando com uma nova realidade bem diferente. A Pandemia do Covid 19, pois é, ninguém estava esperando por isso e nem mesmo que chegasse ao ponto que chegou: Não poder sair de casa com frequência, não poder abraçar, se juntar com os amigos, ir para a escola, por eu ser uma religiosa está sendo muito difícil não poder frequentar o templo regularmente, tenho uma formação em música, com isso estou fortemente inserida no setor da música local, é difícil ficar ali sozinha, não pode ter muitas pessoas. Ou seja, a maior parte dos prazeres, a liberdade foi tarada de nós. Com esse tempo de crise percebo a importância de uma escola e dos professores. Ver eles se esforçando, dedicando mais o seu tempo e energia para poder nos ensinar de uma forma simples e resumida. É admirável ver um professor deixar de curtir o seu momento livre fora do horário de aula para ajudar um aluno que ligou “fora de hora” pedindo ajuda em algum conteúdo, atividade e até mesmo para pedir um simples conselho, uma palavra amiga. Enfim, concluindo as minhas palavras, estudantes não fique desanimado. É compreensível que com essa doença o hoje e o depois não serão mais os mesmos (e estudar pela internet é um saco!), mas, olha, o mundo está tendo que se adaptar com um novo estilo de vida, tenha paciência e não saia surtando colocando em recuperação nos status, pois, está sendo um momento complicado não só para você, mas para todos que estão ao seu redor. Não se preocupe em ser sempre o primeiro ou em tirar as melhores notas (euzinha aqui não consegui ser a melhor, mas estou fazendo esse texto), dê as vezes tempo para si, mas não esqueça o seu foco! Aproveite para estudar no seu tempo e ritmo. Veja, você não está só, todos estão lutando pela mesma causa”.  Feliz dia do Estudante!

Origem do Dia

Em 11 de agosto de 1827, o imperador D. Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais: um na cidade de São Paulo e o outro na cidade de Olinda em Pernambuco, que mais tarde foi transferido para Recife. Até então, todos os interessados em estudar a Direito tinham de ir a Coimbra, em Portugal, que abrigava a Faculdade mais próxima. Em São Paulo o lugar escolhido para o curso foi o Convento de São Francisco, no centro da cidade, construído em meados do século XVII. Cem anos após sua criação dos cursos de Direito, foi proposto que a data fosse escolhida para homenagear todos os estudantes e advogados.

O Capítulo III da Constituição Federal Brasileira Artigo 205 consta: “A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a consolidação da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

Temos que cobrar o que está inscrito na Constituição, mas também devemos participar, discutir, analisar, questionar o atual cenário politico e socioeconômico e sanitário que passamos atualmente. Refletindo, qual a nossa real contribuição para a melhoria do País.  

Porém, vários problemas afetam a Educação no país, como a falta de vagas, a deficiência na logística do transporte escolar, o trabalho infantil, que atinge milhares de crianças, a violência e o vandalismo praticado por alguns alunos dentro das escolas. Uma possível solução para erradicar a questão estaria no ensino integral.

O Discente Matheus Henrique Borba Morais de Oliveira matriculado no Curso Técnico, na Rede Federal de Ensino relata “Enfatizando a vida do estudante em tempos de pandemia, convém reconhecer o real papel que ele futuramente exercerá para sua nação. Do olhar dos estudantes, como ser um estudante e como estudar neste período? Entretanto, na contextualização destas ponderações, devemos ser altruístas nos deveres para o aprendizado e sua fixação. No ensino remoto que as instituições de ensino têm exercido, muitas não têm estrutura suficiente para sanar todas as dificuldades de seus discentes, contudo, são poucas as instituições que conseguem fornecer maior apoio ao aluno. Os estudantes são de mera importância para o desenvolvimento do país, isto porque, futuramente serão eles que estarão exercendo tais profissões que são estritamente necessárias para o total funcionamento de cada categoria, as quais têm como público final a população. De acordo com os estudantes, é mais difícil estudar sozinho, porque o auxílio de um professor de forma presencial nunca deixará de ser o melhor, porém, é preciso que se tenha total controle da mente, porque nesse momento, será necessário batalhar mais para constituir o aprendizado de forma promissora. É tempo de se auto descobrir, encontrar sua verdadeira essência, e conhecer seus potenciais, para que se tenha em mente a sua melhor forma de estudar e aprender diante deste difícil período”. 

O Bullying grave problema que aparece com atitudes agressivas negativas, intencionais e repetitivas adotadas por um ou mais alunos contra um ou contra um grupo sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento. Executadas em uma relação desigual de poder. São sinais da vítima: não querer ir mais para a escola, pedir para mudar de turma ou de escola, queda brusca no rendimento escolar, isolamento, depressão. Uma questão a ser trabalhada.

Para a Estudante Ana Clara Barreto Cunha matriculada no Ensino Médio da Rede Privada de Ensino “Ser um estudante é saber se adaptar. O dia 11 de Agosto, no Brasil, é um dia em especial para os estudantes, homenageando todo o esforço e dedicação ao conhecimento e ao crescimento pessoal. Este ano em especial tem sido bastante atípico e ser um estudante tem sido mais exaustivo do que antes. Então, caso você estude diariamente se valorize, agradeça a oportunidade, e lembre-se que você será recompensado (a) pelos seus esforços. Desde que a sociedade se considera sociedade há estudantes nela, afinal, estudantes são aqueles que se dedicam a buscar o conhecimento. Ao longo da história a humanidade alcançou grandes avanços, e, quem os realizou foram os gênios que nunca deixaram de ser eternos estudantes. O que permitiu e ainda permite estas conquistas é o olhar inovador, a curiosidade, e a vontade de aprender. É isso que os estudantes fazem, não importa o grau de escolaridade, do primário ao doutorado, todos são estudantes e todos querem aprender, se reinventar, descobrir o mundo com outros ângulos. O estudante sabe ser versátil, sua forma de estudar é maleável a qualquer situação em que se encontra. Na Grécia Antiga, para aprender, os filósofos se encontravam em praças. Na Idade Média, os aprendizes iam à casa de seus mestres aprender seus ofícios. Na Idade Moderna, os estudantes começaram a frequentar escolas e na Idade Contemporânea isso se intensificou. Apesar da escola ter se tornado um símbolo de aprendizagem e desenvolvimento, em qualquer lugar onde um grupo de estudantes se reúna com objetivo de aprender, o conhecimento será compartilhado. Os estudantes dão cor aonde quer que passam, e a escola é o ambiente mais colorido de todos os lugares onde frequentam. Na situação atual do mundo em pandemia com vários países em quarentena, os estudantes tiveram que se adaptar de novo, agora, sem ver os amigos diariamente, sem abraços e sem muita gente ao redor. A escola se tornou um local quase vazio, sem os alunos, sem barulho, sem risadas, quase sem vida. Mas, mesmo assim, os estudantes ainda se comunicam, fazem vídeochamadas, conversam com os professores, debatem nas salas virtuais, pois o estudante nunca para. Ele tem forças para se reerguer e seguir o ritmo da aprendizagem, o ritmo da vida. Neste momento, as formas de estudar estão diversificadas, basicamente todas se resumem à internet. Aulas remotas, sistema EAD, atividades avaliativas online, videoaulas ou videoconferência, são novos métodos de ensino nada é como antes. Com os empecilhos os estudantes não desistem. Em época de pandemia o estudante vai atrás das oportunidades, pois é na crise, no clímax da história, que os estudantes se preparam para superar os desafios. Se você é um estudante, você é inspiração!

Advogado – sempre estudante!

“Ser Advogado é ser justo, sempre. Ser intransigente com a injustiça e a ilegalidade. Ser solidário com o inocente e ser duro com o infrator. Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade. Amar a Pátria, guardar a fé em Deus, na verdade e no bem”. (OAB – Cruz Alta – RS).

No "Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Constituição Federal – 1988.

Juramento do Advogado muito interessante.

“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”. 

Advogado em tempos de Pandemia 

 “Exercer uma função social é buscar ir além das próprias limitações em prol do bem comum. É exercer com maestria a missão que a própria Constituição lhe confiou, buscando fazer do seu ofício uma verdadeira missão.” [Geizilaine Camila da Silva Rezende Oliveira Nazário]

A Advogada Ana Paula Lima Soares relata “Antes de adentrarmos ao  assunto, é importante ressaltar que temos a ideia de que o advogado é apenas parte da organização judicial fazendo a intermediação entre juiz – Estado e a parte, em busca da justiça no caso concreto aos envolvidos no processo. Pois bem, ser advogado é muito além disso, pois exercemos função social para garantia dos direitos da sociedade. Neste ano de 2020, fomos todos pegos de surpresa pela Pandemia do Covid 19 e estamos vendo nossa capacidade de resiliência ser posta à prova, objetivando preservar nossos familiares, salvar empregos e atividades empresariais. Alguns terão como suportar alguns meses, outros não, pois já precisam trabalhar para que nada lhes falte. Nesta “guerra”, óbvio que muitos atritos e desavenças surgirão – aliás, já estão surgindo. Estamos vivendo a maior e mais quente discussão em torno dos contratos vigentes, aliada a uma dura recessão. Revisão de valores, inadimplências, pedidos de carência, paralisação de atividades, falhas e cancelamentos de pedidos já realizados, desocupações etc. Resumindo, estamos enfrentando um verdadeiro “cabo de guerra”, onde em uma ponta está aqueles que querem receber e, na outra, aqueles que não podem pagar. Por trás disso tudo – não se pode esquecer – estarão escondidos interesses comuns, quais sejam, todas as partes litigando para sobreviver! Apesar desses impasses e da grande possibilidade de demandas judiciais, estas se tornam o pior caminho a ser tomado. Isso porque como todos sabem o processo é incerto e duramente demorado. Neste momento de tanta angústia o cliente quer apenas suas necessidades resolvidas com a maior brevidade possível, e trilhar os caminhos de um processo judicial poderá resolver em anos, mas não o conflito de maneira mais rápida. Assim, tendo que se reinventar os advogados estão usando da mediação, que é um procedimento cada vez mais eficaz, confidencial, mais célere e menos oneroso para as partes que o processo judicial, para construir com equilíbrio o acordo ideal para suas necessidades. Diante das recomendações das Agências de Saúde sobre distanciamento social, a mediação pode ser presencial ou até mesmo realizada remotamente. Nessa situação atual, além do distanciamento social temos a inevitável crise econômica, este é o momento ideal para exercitarmos nossas competências e aprimorarmos nossas qualidades, não só como profissionais, mas como seres humanos. Com os escritórios virtuais e com a crise econômica, muitos escritórios convencionais estão fechando suas portas para se livrarem das despesas, bem como dos longos deslocamentos e das refeições nas ruas. Isso é possível, porque os clientes, hoje em dia, estão mais interessados em eficiência e resultados do que na sofisticação dos escritórios. A nova geração de clientes está mais familiarizada com relacionamentos virtuais – e pode até mesmo dar preferência a eles, em muitos casos. Por isso, deixo aqui minha homenagem e parabéns a todos que escolheram a advocacia como profissão, pois como dizia Sobral Pinto “a advocacia não é profissão para covardes”, e não é mesmo! Pois temos que nos reinventar dia após dia em detrimento dos direitos dos nossos clientes. Que tenhamos dias melhores, é momento de pensar no coletivo, e não apenas nos interesses individuais. 

É momento de empatia, de reflexão, de evolução e compaixão”.

Professor Ruzel Costa - Colégio e Curso Sapiens e IFRO - Calama em Porto Velho – RO.

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