Diálogos comprometedores

Trata-se de mais uma grande e grave crise política a solapar o governo Confúcio.  

Valdemir Caldas
Publicada em 08 de março de 2018 às 11:09

Vazou o conteúdo de um áudio clandestino em que deputados estaduais de Rondônia ameaçam instalar uma CPI para apurar possíveis irregularidades na administração do governador Confúcio Moura, caso ele deixasse o comando do Estado nas mãos do vice Daniel Pereira para disputar o Senado.

De pronto, o mínimo que qualquer cidadão de bom senso esperava do governador era que escancarasse as gavetas da máquina oficial, ratificando, assim, o dito segundo o qual nada temer quem nada deve. Em vez disso, teria preferido Sua Excelência, por quem tenho profundo respeito e admiração, até que se prove o contrário, sucumbir à chantagem.

Se o fez, caiu em desgraça aos olhos da opinião pública. Não somente ele, como também seus acusadores, pois uma das atribuições do parlamentar é fiscalizar os atos do Executivo, e não valer-se de métodos condenáveis como instrumentos de vindita pessoal, ou, então, para lograr interesses outros que em nada se coadunam com as legitimas aspirações da população.

O conteúdo da gravação é bastante comprometedor e, por isso, precisa ser alvo de criteriosa investigação. E a apuração precisa ser rápida e feita com total transparência. Isso porque a sociedade não mais aceita esse tipo de coisa. Quem é inocente deve provar que não tem culpa no cartório, sem, contudo, recorrer às costumeiras tergiversações, até o suspiro final.

Trata-se de mais uma grande e grave crise política a solapar o governo Confúcio.  A primeira, todo mundo sabe como começou e quais foram suas consequências. Agora, porém, existe um elemento complicador, qual seja a participação de membros do Poder Legislativo – um deles, aliás, integrante de seu partido, o MDB. Pelo que consta na gravação, tem gente querendo a cabeça do governador numa bandeja, não importa a qualidade do material: ouro, prata ou latão, tanto faz.

Esse é mais um capitulo triste da história do governo Confúcio Moura, que tinha tudo para fechar seu segundo mandato com chave de ouro, mas alguém resolveu meter os pés pelas mãos e estragar a festa.

Winz

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