Época: MP tem gravações de funcionários fantasmas dos Bolsonaro dizendo que devolviam 90% do salário

Não há detalhes sobre quando, como ou quem gravou ou foi gravado.

VIOMUNDO
Publicada em 17 de maio de 2019 às 10:22

No Texas, o presidente Jair Bolsonaro acusou o golpe. Segundo ele, o filho Flávio, senador da República, está sendo esculachado pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.

“Façam justiça! Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, afirmou Bolsonaro em Dallas.

Flávio já havia dito o mesmo sobre a suposta perseguição política, em entrevista ao Estadão.

O senador já pediu duas vezes que a investigação que o envolve com o ex-PM Fabrício Queiroz seja interrompida no âmbito estadual.

Às declarações de Flávio, o MPRJ divulgou uma nota

MPRJ repudia acusações relativas ao caso COAF

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) repudia com veemência as declarações de Flavio Bolsonaro, proferidas em entrevista divulgada pelos meios de comunicação social, no dia 12/05/2019.

O MPRJ reafirma que sua atuação é isenta e apartidária, pautada nas normas e princípios constitucionais, nos tratados internacionais de regência, na legislação vigente, nas resoluções e recomendações do Conselho Nacional do Ministério Público e na jurisprudência dos tribunais superiores.

A infundada representação em face do Procurador-Geral de Justiça, imputando a divulgação de informações sigilosas, foi sumariamente arquivada pela Corregedoria Nacional do Ministério Público.

O relatório de inteligência financeira encaminhado pelo COAF, em janeiro de 2018, contendo diversas movimentações atípicas envolvendo assessores de parlamentares da ALERJ, foi mantido em absoluto sigilo no âmbito do MPRJ, sendo prova maior de sua neutralidade política a sua não malversação junto aos meios de comunicação como forma de interferir no processo eleitoral que teve curso no mês de outubro último.

As investigações sigilosas somente ganharam notoriedade após a deflagração da Operação “Furna da Onça”, pelo Ministério Público Federal, em novembro de 2018, com a consequente juntada do relatório do COAF aos autos da respectiva ação penal.

O Senador Flavio Bolsonaro tem direcionado seus esforços para invocar o foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal ou mesmo tentar interromper as investigações, como o fez junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, fato amplamente noticiado nos meios de comunicação.

O referido parlamentar não adota postura similar à de outros parlamentares, prestando esclarecimentos formais sobre os fatos que lhe tocam e, se for o caso, fulminando qualquer suspeita contra si.

O Senador é presença constante na imprensa, mas jamais esteve no MPRJ, apesar de convidado.

As diligências permanecem em sigilo, sendo que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro seguirá altivo e determinado no cumprimento de sua missão constitucional, tendo por objetivo esgotar todos os recursos investigativos disponíveis para o esclarecimento dos fatos, independente de quem seja o investigado.

O MP carioca está no fio da navalha.

Tanto que vem desmentindo publicamente qualquer vazamento atribuído aos promotores.

Porém, órgãos de comunicação da família Marinho, agora empenhada em derrubar Bolsonaro, continuam trazendo “novidades”.

A bomba mais recente é sobre a existência de gravações de dois aparentados de Jair Bolsonaro, funcionários fantasmas, confirmando que devolviam 90% do salário recebido em gabinetes parlamentares.

Não há detalhes sobre quando, como ou quem gravou ou foi gravado.

Segundo a revista Época, na lista daqueles que tiveram o sigilo bancário afastado pelo MPRJ constam vários parentes da ex-mulher de Jair Bolsonaro, mãe de seu filho mais novo, Renan, de nome Ana Cristina Valle.

Ana Cristina, enquanto casada com o hoje presidente da República, teria requisitado o CPF de parentes para que fossem funcionários fantasmas da família Bolsonaro.

A lista:

Reprodução

Dos doze parentes de Ana Cristina contratados para trabalhar nos gabinetes de Jair Bolsonaro na Câmara ou de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, nove tiveram o sigilo bancário afastado.

Três pessoas trabalharam nos dois gabinetes, em Brasília e no Rio: Andrea Siqueira Valle, irmã de Ana; José P. Valle, pai de Ana e Juliana Vargas, prima de Ana.

Ou seja, embora a investigação esteja centrada em Flávio Bolsonaro, também atinge, ainda que indiretamente, o presidente da República.

Também a Época divulgou que o MP está interessado em investigar os cheques que Fabrício Queiroz destinou à primeira dama Michelle.

“O foco neste momento é em três núcleos: o da loja de Flávio, o do gabinete e o familiar. Em um eventual desdobramento, a primeira-dama pode se tornar alvo”, teria dito um dos investigadores à revista da família Marinho.

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