Esperteza em tempos de pandemia

É a demagogia, de mãos dadas com a arrogância, usando e abusando de conhecidos e surrados chavões, que sempre serviram aos velhos processos de agitação popular

Valdemir Caldas
Publicada em 12 de abril de 2021 às 16:47
Esperteza em tempos de pandemia

Alguém já disse que a esperteza, quando muita, acaba engolindo o próprio dono. Tempos difíceis favorecem toda sorte de esperteza e bandalheiras. Governadores estão na mira na Policia Federal, acusados de desviarem recursos destinados ao combate da pandemia do coronavirus. Prefeitos anunciam a chegada de milhares de doses de vacinas que ainda não foram fabricadas em tempo recorde. Autoridades que não conseguem sequer organizar um plano de vacinação, possibilitando, assim, que políticos definam, segundo seus próprios critérios, que são os grupos prioritários que receberão a vacina contra a covid. E – pasmem! -, até um ex-presidiário, acusado de ser o mentor e principal beneficiário do maior esquema de corrupção mundial, resolveu surfar na onda do vírus, tentando ensinar Pai Nosso a vigário, achando que todo mundo é otário. Não que o dito cujo esteja, de fato, preocupado com o bem-estar da população. Nada disso. Move-o, apenas, o desejo diabólico de esmagar politicamente seu principal adversário politico para, assim, ter a oportunidade de retornar ao ápice do poder, calcado numa oposição construída por uma confluência de interesses ocultos e sórdidos, não percebendo que esse esforço resultará inútil e estéril. E, o pior, é que ainda tem muitos desmiolados que acreditam no discurso falsamente moralizar do ex-detento. É a demagogia, de mãos dadas com a arrogância, usando e abusando de conhecidos e surrados chavões, que sempre serviram aos velhos processos de agitação popular. 

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