Enquanto vários países tomam medidas urgentes e de rápida execução contra o coronavírus, como fechamento de fronteiras, toque de recolher, isolamento social e triagem clínica de entrada em aeroportos, o Brasil caminha na contramão. Infelizmente, o próprio presidente, irresponsável, colocou em risco a saúde de dezenas de pessoas no último domingo com manifestações antidemocráticas e inconstitucionais, contrariando as recomendações da OMS sobre aglomerações. Ao invés de trabalhar para conter os efeitos do surto, propaga discursos inacreditáveis que contribuem para ampliar a tragédia que assola o mundo dentro do Brasil. Chamar o vírus de fantasia e botar a culpa na mídia tornou-se parte do cotidiano de um chefe maior do executivo que não serve nem para liderar uma sala de aula. A preocupação do governo não é com a população, mas sim em manter sua ineficiente política econômica de pé. Bolsonaro, para piorar sua atuação, diz que medidas de governadores estaduais irão prejudicar a economia, afinal, é melhor criticar do que fazer. 

Paulo Guedes diz que se todos ficarem em casa país entra em colapso. Qual país? Só se for sua bolha neoliberal cheia de ricos que recheiam seus bolsos com especulações sem nenhum trabalho. “Temos que tentar manter uma vida o mais próximo do normal”, avaliou o ministro. Afinal, o clã dele pode trabalhar de forma flexibilizada sem altos riscos ou até mesmo não trabalhar, não precisam pegar cotidianamente ônibus lotados, podem estocar remédios, comida e gás, conseguem sobreviver tranquilamente com uma situação caótica como a atual. Quem paga a conta da crise é o pobre trabalhador que não pode fazer quarentena, ou vai em busca da sua renda ou passa fome! O momento é de união e governabilidade, com estratégias de coletividade para o melhor de todo o país, mas o governo é desumano o bastante para não fazer quase nada e ainda propagar falácias sobre o assunto, tudo em nome do lucro e da ambição política.

E quando o vírus chegar na favela, onde uma família inteira vive dentro de um único cômodo? Quem vive na periferia perde o emprego por chegar atrasado por causa de tiroteio, quem dirá poder faltar por causa do coronavírus. 

Para o governo é mais fácil negar a catástrofe. Não existe política social, econômica (digna para a população) e sanitária. Pensam exclusivamente no lucro, sem lembrar dos mais vulneráveis. É a crueldade de um sistema que torna o terreno fértil para o Covid-19 se propagar descontroladamente. 

Não adianta tentar defender que estão tomando as medidas necessárias, porque para todo problema complexo existe uma solução rápida e fácil, porém errada. É preciso algo de abrangência coletiva. Enquanto Bolsonaro dá uma festa de aniversário no final de semana, a população segue sendo adoecida sofrendo as consequências de suas atitudes medíocres.