Grupo do ET Bilu tenta avançar sobre a floresta em RO
A tentativa de entrada no Vale do Guaporé acende alerta sobre riscos socioambientais e culturais na região
O governo de São Paulo firmou em 2024 um protocolo de intenções com a organização Dakila Pesquisas, liderada por Urandir Fernandes de Oliveira, conhecido nacionalmente como o criador do personagem ET Bilu. As informações são de reportagem do jornalista Victor Chapola, publicada pelo The Intercept Brasil.
O acordo, assinado pela Secretaria de Turismo paulista durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), previa cooperação para supostos estudos sobre o caminho indígena de Peabiru. O convênio foi encerrado por falta de resultados, mas gerou o que o grupo buscava: legitimidade institucional para sustentar um discurso de ciência não reconhecida pela comunidade acadêmica.
Segundo o Intercept, a Dakila utiliza a chancela oficial obtida com o acordo para ampliar negócios e difundir pseudociências. Entre as iniciativas está a narrativa da existência de “Ratanabá”, uma suposta cidade perdida na Amazônia, teoria já classificada como fake news por especialistas.
Documentos analisados pelo veículo indicam que o grupo tentou obter licenças do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para realizar “pesquisas arqueológicas” em áreas ambientalmente sensíveis da Amazônia, incluindo o Forte Príncipe da Beira, no Vale do Guaporé, em Rondônia — uma das regiões mais preservadas do Estado.
Os pedidos foram negados pelo Iphan por falta de metodologia científica adequada, ausência de profissional habilitado e ausência de consentimento de comunidades locais. Ainda assim, lideranças políticas têm atuado em apoio ao grupo, segundo o Intercept.
A Dakila mantém frentes empresariais e eventos com representantes do poder público para reforçar sua credibilidade. Entidades científicas, como a Sociedade de Arqueologia Brasileira, já emitiram moção de repúdio às investidas do grupo.
A tentativa de entrada no Vale do Guaporé acende alerta sobre riscos socioambientais e culturais na região. O uso de narrativas fictícias para justificar atividades em áreas protegidas tem mobilizado a atenção de pesquisadores e autoridades, que pedem rigor na fiscalização.
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