Média de idade das pessoas que vêm a óbito por covid-19 diminui; adultos jovens são o novo alvo da doença

Em 2020, os óbitos entre a faixa etária até 59 anos representavam 22,9% do total pela covid-19. Em março deste ano, passaram a representar 31% do total

Montezuma Cruz Fotos: Frank Nery e eSUS Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 16 de abril de 2021 às 10:38
Média de idade das pessoas que vêm a óbito por covid-19 diminui; adultos jovens são o novo alvo da doença

Em Rondônia, desde o início da pandemia, morreram 546 pessoas com menos de 44 anos

O percentual de pessoas jovens e adultas abaixo de 60 anos que morrem de covid-19 cresceu consideravelmente em março, o pior da pandemia até agora no Brasil. Naquele mês aumentou 35% comparando-se ao ano passado o percentual de pessoas que morreram sem alcançar os 60 anos. Em Rondônia, desde o início da pandemia, morreram 546 pessoas com menos de 45 anos.

“De um ano para cá, a média de idade diminui, e isso representa duas vezes mais novos óbitos”, alertou o estrategista de dados da Casa Civil do Governo de Rondônia e integrante do Comitê Técnico Científico de Enfrentamento à covid-19, Caio Nemeth.

Em 2020, os óbitos entre a faixa etária até 59 anos representavam 22,9% do total pela covid-19. Em março deste ano, passaram a representar 31% do total. A tendência é de alta, o que deve se ampliar com o avanço da vacinação entre os idosos. O robô no qual analisa dados de Rondônia desfaz dúvidas e revela a Nemeth prontidão para o perigo maior causado pela multiplicação de cepas.

“Apesar da média de idade de falecidos 65,5 anos (no começo da pandemia) parecer próxima a 62,6, constatamos uma diminuição muito grande na média de idade das pessoas que vêm a óbito, ou seja, morreram mais jovens do que no início da pandemia”, disse.

Mesmo acreditando que a vacinação em massa seja a única saída, Nemeth chama a atenção para um aspecto: “Uma parte da população se imuniza, outra não segue em isolamento e assim corremos o risco do surgimento de novas cepas resistentes à própria vacina”. Segundo ele, rompendo a barreira, o vírus se mistura ao DNA da pessoa, criando outra cepa.

Gráfico aponta aumento de mortes diárias de pessoas jovens

O estrategista de dados diz que o ocorrido em Manaus no ano passado não foi apenas consequência da evolução viral, mas da gravidade causada por aglomerações. Nemeth voltou a comentar o exemplo do rapaz que se deu por satisfeito com a avó vacinada. “Esse raciocínio deve ser evitado pelas camadas mais jovens, sob pena de transmitirem o vírus ; os jovens se acham seguros de não perderem avós, mas vêm tomando atitudes que podem levá-los à perda dos próprios pais”.

Conforme o Sistema Único de Saúde (SUS), 64,61% do total de óbitos (4.419) são de pessoas que não tiveram qualquer comorbidade (diabetes, doenças cardíacas e imunossupressão). Destas, 38,61% (1.706) são homens e 26,0% mulheres (1.149). Morreram sem comorbidade alguma, 2.855 pessoas.

A exemplo da Agevisa e da Sesau, o Comitê de Enfrentamento observa atentamente situações descritas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como, por exemplo, os assintomáticos, que transmitiriam menos do que uma pessoa que tosse. No entanto, constatou-se, todas as pessoas que manifestam os sintomas, transmitem muito antes disso, na fase pré-sintomática. Três dias antes de ter qualquer sintoma, os pré-sintomáticos começam a transmitir o vírus. Daí, as orientações gerais para o uso constante de máscara facial e evitar aglomerações.

MÉDIA DE IDADE E Nº DE ÓBITOS

2020

ABRIL

 

65,5 ANOS

39
MAIO

 

63,2

301
JUNHO

 

64,8

(PICO DA 1ª ONDA)

430

 

 

JULHO

 

64,6

320
AGOSTO

 

65,2

255
SETEMBRO

 

68,3

153
OUTUBRO

 

(A MAIS BAIXA)

59,3

85
NOVEMBRO

 

66,2

161
DEZEMBRO

 

66,5

290

2021

JANEIRO

 

65,4

596
FEVEREIRO

 

62,8

748
MARÇO

 

62,6

986

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