MPF quer explicações do Ministério da Saúde sobre remoção de alerta contra falsa cura da covid-19 com feijões

Aviso está fora do ar desde sexta; produtos foram postos à venda pelo pastor Valdemiro Santiago com promessa de efeito milagroso

Assessoria de Comunicação - PR/SP
Publicada em 15 de junho de 2020 às 16:01
MPF quer explicações do Ministério da Saúde sobre remoção de alerta contra falsa cura da covid-19 com feijões

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou informações ao Ministério da Saúde sobre a remoção de uma página no site da pasta que alertava para a falsa cura da covid-19 por meio do cultivo de feijões. O aviso havia sido fixado a pedido do MPF e se referia a um anúncio de venda dos grãos supostamente milagrosos veiculado pelo pastor Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Na sexta-feira (12), após o Ministério Público divulgar que a solicitação de publicação da advertência tinha sido cumprida, o conteúdo não estava mais disponível.

O aviso foi removido também da lista de alertas da pasta contra diversas “fake news” que vêm sendo disseminadas a respeito da covid-19. Nesta segunda-feira (15), quem tenta acessar o link original da publicação sobre os feijões se depara com uma mensagem de erro. “Pedimos desculpas pelo inconveniente, mas a página que você estava tentando acessar não existe neste endereço”, diz o texto. Porém, o conteúdo da publicação contra o anúncio do pastor Valdemiro Santiago ainda pode ser visualizado a partir de pesquisa no Google, por meio do acesso “em cache”.

No novo pedido encaminhado ao Ministério da Saúde, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (órgão do MPF em São Paulo) fixa um prazo de 10 dias para que a pasta informe os motivos da remoção do alerta e se essa decisão será mantida. Após a resposta, o Ministério Público avaliará a necessidade de instauração de um inquérito para apurar eventuais responsabilidades pela exclusão do conteúdo.

Os feijões foram anunciados pelo pastor em vídeos publicados no YouTube. A cura da covid-19, segundo o líder evangélico, seria alcançada se os fiéis adquirissem e semeassem os grãos, vendidos por até R$ 1 mil. Também a pedido do MPF, a plataforma de vídeos removeu o conteúdo, que não tinha nenhuma fundamentação científica e levava os espectadores a comprarem produtos cuja eficácia prometida não existe.

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