OSs: Decisão de Hildon Chaves é a sua “bala de prata" para que o município ofereça um serviço de saúde digno e humano

Há experiência exitosa onde a gestão das OS funcionam, mas existem locais (não são poucos) em que as críticas são enormes pela má gestão dos recursos públicos.

Robson Oliveira
Publicada em 08 de maio de 2018 às 18:12

POLÊMICA – Os vereadores da capital aprovaram o projeto de lei que autoriza o executivo municipal a conceder a uma organização não governamental (OS) a gestão de parte do sistema de saúde do município. É um projeto que em geral provocou polêmica em todos os municípios e estados em que foi implantado, em particular pela oposição ostensiva dos sindicatos ligados à saúde. Em Porto Velho não foi diferente. Há experiência exitosa onde a gestão das OS funcionam, mas existem locais (não são poucos) em que as críticas são enormes pela má gestão dos recursos públicos com denúncias sérias de superfaturamento de serviços, inclusive não prestados.

PRIVATIZAÇÃO – Embora os sindicatos, representantes legítimos dos servidores públicos municipais, digam que o prefeito Hildon Chaves esteja entregando a saúde municipal para ser gerida pelo setor privado, o modelo a ser implantado na capital é um misto entre o público e o privado, ou seja, as urgências e emergências, de responsabilidade das UPAs, vão ser administradas por uma organização não governamental e a municipalidade manterá a gestão da atenção básica, além das ações de saúde da família. A prefeitura delega a uma OS a gestão dos recursos para que ofereça os serviços pagos pelo SUS à população carente. Privatização da forma como estão (des) informando o usuário do SUS é lorota ideológica.

ALTERNATIVA - É possível que esta co-gestão não seja a melhor forma de gerir a saúde pública municipal, o problema é que o modelo atual está exaurido e os entraves burocráticos da administração pública deterioraram ainda mais o sistema obrigando o prefeito a buscar novas alternativas e uma delas é a co-gestão com uma organização não governamental. A decisão do prefeito é a sua “bala” de prata para que o município ofereça um serviço de saúde digno e humano e não dando certo recaíra sobre si toda a responsabilidade. Sendo exitosa em seu desiderato a população carente agradecerá. O tempo dirá quem tem razão. As críticas do momento fazem parte do processo de discussão.

ENTRAVES - A prefeitura não poderia permanecer inerte a um modelo de gestão de saúde que é criticado por todos devido a uma burocracia infernal que impede o bom andamento do serviço. As OS, regidas por uma legislação própria e diferente da lei de licitações, têm condições de resolver o abastecimento das UPAs com mais agilidade. Quanto a uma suposta precarização dos serviços, o projeto de autorização aprovado pelos vereadores cria mecanismos de fiscalização rígidos que podem ser acompanhados por todos, além dos órgãos normais de controle. Ademais, tais serviços já são prestados de forma precária. Pior não pode ficar.

COERÊNCIA – Apesar dos ânimos exacerbados durante a votação que aprovou as OS, o prefeito está sendo coerente com o seu discurso de campanha quando adiantou que a proposta de administração se daria através de parcerias público privado. Este foi o modelo que apresentou aos eleitores para vários setores como saúde, saneamento, iluminação, transportes, entre outros.

MODELO - Nos debates televisivos, nos dois turnos, os opositores ao modelo criticaram bastante Hildon Chaves e o acusaram de querer privatizar tudo. Mas foi a proposta vencedora nas eleições e parte da atual oposição ao modelo escolhido pelo prefeito requenta as mesmas críticas. Certo ou errado está coerente com o que prometeu em campanha.

FISCALIZAÇÃO – Para dar certo e evitar os erros em projetos semelhantes que culminaram com ações judiciais, a prefeitura da capital tem que dar toda transparência ao processo de escolha da OS e impedir que picaretas ludibriem o processo com propostas inexequíveis. A Câmara dos Vereadores e os órgãos de controle devem fazer sua parte nessa fiscalização. Com estes instrumentos funcionando é possível que o modelo não vire um engodo e consiga oferecer à população serviços de saúde mais dignos e humanos, a exemplo de Goiânia. Quem torce pelo contrário é por interesse político mesquinho.  

INSATISFEITO – Falando em saúde, um deputado estadual com trânsito livre no palácio confidenciou que não andam boas as relações entre o governador Daniel Pereira e o secretário estadual de saúde Luis Eduardo Maiorquim. O secretário estaria insatisfeito com as mudanças feitas pelo governador na equipe da saúde e teria ameaçado pedir exoneração e com ele alguns auxiliares também deixariam a pasta.

COOPERATIVO – De onde não se espera muito é que vem a surpresa: deputados federais contatados pela coluna elogiaram a forma pela qual a representação de Rondônia em Brasília tem informado aos gabinetes sobre as propostas de interesse do estado que tramitam nos órgãos federais na capital federal. Elogiaram também o fato de que o titular da pasta, jornalista Carlos Terceiro, tem informado antecipadamente sobre a agenda do governador quando o mesmo se encontra em Brasília. Bem diferente da antecessora que desdenhava a bancada federal e sequer aparecia nos gabinetes. Na equipe de Pereira, Carlos é o primeiro a receber elogios.

FORA – O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa decidiu não disputar as eleições presidenciais. Um alento aos pré-candidatos de centro-direita que tremeram com os números apurados nas pesquisas divulgadas nos meios de comunicação nacionais dando bons índices ao ex-ministro. Independente do caráter e honra de Barbosa,  em se tratando de política ele é um neófito e não tinha uma fala dele que merecesse atenção quando o assunto é proposta nacional. Fez bem em cair fora, visto que a inapetência para militância partidária era visível. 

TEMPERAMENTO – Não há um analista político isento que consiga desconstruir as propostas que Ciro Gomes anda apregoando por aí nesta pré-campanha eleitoral. Sabe o que diz e está sintonizado com o que está acontecendo no mundo. A única crítica que fazem neste mar de político encrencado com malfeitos é de que o ex-governador cearense é um destemperado. É verdade que Ciro tem um temperamento esquentado e mete os pés pelas mãos quando provocado. No entanto, em comparação aos concorrentes que metem os pés e as mãos na “viúva” sem pejo, o temperamento de Ciro é um bálsamo. Ademais, dizem que o mercado anda estressado e nem por isso pregam seu fim. Foi um ótimo prefeito e um excelente governador. Para se tornar viável presidencialmente tem que controlar o pavio, ser duro com os malfeitos e dialogar melhor com os jovens. 

FAKE - Embora ainda estejamos há mais de dois meses das eleições o pau anda quebrando nas mídias sociais, em especial facebook. É o prenúncio de que a campanha eleitoral vai abaixo da linha da cintura. Precisa que os órgãos fiscalizadores ficarem atentos para evitar as baixarias que devem ocorrer daqui pra diante. Políticos tarimbados sabem que vão ser alvos fácies e vão investir seus recursos contra os fake news. 

ROTA - No último final de semana os motociclistas rondonienses se reuniram em Espigão do Oeste ( 560 KM da capital) num evento que marcou o primeiro encontro da rota 387. O próximo encontro será dia 1 a 3 de junho, em Cacoal. 

Comentários

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    Rosário 08/05/2018

    Tem q terceirizar mesmo, se há tempo não funciona, precisa resolver, quem não quer é porque torce pelo pior, povo de Léo Moraes q ainda não se conformam com a Derrota. É igual as Privatizações, tem q vender Tudo qto é Estatal, só dão prejuízos ao País, se tivessem privatizado a Petrobrás, hj não estariamos pagando a conta do Roubo q fizeram nela, Telefonia no Brasil, só funcionou qdo privatizou, ou não é verdade?????

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    edgard alves feitosa 08/05/2018

    Privatização é simplesmente a mercantilização da saúde; parcerias público/privadas (mero eufemismo para escancarar incestuosas relações corruptas com o dinheiro público), são “balas de chumbo”, os lucros serão privatizados e os prejuízos serão arcados pelos cofres públicos; o povo pagará a conta; empresas privadas visam apenas lucros e lucros; é o caso dos planos de saúde: paga-se uma fortuna mensal, mas quando precisamos, aí são mil empecilhos e negativas; controle por quem??? Vereadores aprovam a privatização, e serão os mesmos que vão fiscalizar??? Ora, para que prefeitos e governadores tanto fazem negociatas para terem a maioria nas câmaras??? Negociatas e mais negociatas para terem tudo aprovado pelos “representantes do povo”; como dizia um papa: “o povo gosta de ser enganado; portanto, nós políticos, e os nossos áulicos muito bem pagos, vamos enganá-los"; o prefeito é o Trump à la porto velho: dane-se a saúde pública; o lucro é que interessa;

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    Milton Nogueira 08/05/2018

    A criação destas Organizações Sociais será muito exitosa. Trará grandes benefícios àqueles que as criarem, bem como aos políticos que receberão seu "justo" quinhão a cada repasse mensal. Modo tucano de governar.

  • 4
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    Peixoto 08/05/2018

    Estudando a história desse município, meu amigo, te digo: você é muito otimista! Historicamente falando, o povo desde quando eram chamados de Mundiças, sempre foi usado para votar contra si mesmo pensando está se dando bem, mas no fim terminam por beneficiar só os Categas e não seria diferente com o teu prefeito WC.

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Winz

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