Perplexidade, estupefação, revolta. Todo apoio a Alexandre de Moraes

O que mais podemos sentir diante da aplicação de leis extraterritoriais agressivas contra um ministro da mais alta corte do nosso país?

Fonte: Carol Proner - Publicada em 31 de julho de 2025 às 21:11

Perplexidade, estupefação, revolta. Todo apoio a Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes (Foto: Victor Piemonte/STF)

Perplexidade, estupefação, espanto e revolta. O que mais podemos sentir diante da aplicação de leis extraterritoriais agressivas contra um ministro da mais alta corte do nosso país?

A Lei Global Magnitsky de Responsabilização por Violações de Direitos Humanos foi aprovada pelo Congresso dos EUA em 2012 com o propósito de punir autoridades russas — incluindo fiscais, juízes e investigadores — consideradas responsáveis pela morte do advogado Sergei Magnitsky, após ele revelar fraudes fiscais envolvendo empresas e autoridades russas.

Desde então, com a revisão de 2016, a lei foi expandida para permitir sanções a indivíduos de diversas nacionalidades, por motivos variados. Estima-se que mais de 8 mil pessoas e entidades já tenham sido sancionadas com base nesse amplo e genérico conjunto legislativo, cuja principal finalidade é inviabilizar a vida econômica e financeira de pessoas acusadas — muitas vezes sem devido processo legal — de corrupção ou violações de direitos humanos.

A principal ferramenta de execução dessa legislação é a imposição de sanções coercitivas unilaterais, viabilizadas pela hegemonia do sistema financeiro dos Estados Unidos. Em outras palavras, trata-se da capacidade de excluir alguém do sistema bancário internacional dominado pelo dólar americano.

Para quem estuda sanções unilaterais aplicadas a países e indivíduos ao redor do mundo — como no caso de Cuba ou da Venezuela —, esse tipo de prática não é novidade. O próprio Brasil já sentiu os efeitos dessa hegemonia extraterritorial durante episódios da Operação Lava Jato. O que causa espanto, agora, é a aplicação de medidas escancaradamente ofensivas contra um ministro do STF no exercício legítimo de suas funções.

O ministro Alexandre de Moraes está sendo punido por cumprir seu dever constitucional em um processo de máxima importância nacional, que investiga a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a articulação de um golpe de Estado. Os eventos de 8 de janeiro de 2023 incluem até mesmo um plano criminoso que previa o assassinato do próprio ministro e do presidente da República.

A afronta é absoluta e atinge não apenas um indivíduo, mas todo o Poder Judiciário brasileiro. Ao mesmo tempo, ao impor sanções unilaterais e arbitrárias, os EUA pressionam o Poder Executivo, o Poder Legislativo e os setores econômicos e sociais do Brasil, buscando aniquilar qualquer resquício de soberania ou multilateralismo.

Como advogada e professora de direito internacional, junto minha voz a tantas outras manifestações de apoio ao ministro Alexandre de Moraes, a seus familiares e a todas as pessoas atingidas por esse ato arbitrário e violento. É hora de reafirmar a defesa da soberania nacional, do Estado de Direito e da independência dos nossos poderes.

Carol Proner

Doutora em Direito, professora da UFRJ, diretora do Instituo Joaquín Herrera Flores – IJHF

92 artigos

Perplexidade, estupefação, revolta. Todo apoio a Alexandre de Moraes

O que mais podemos sentir diante da aplicação de leis extraterritoriais agressivas contra um ministro da mais alta corte do nosso país?

Carol Proner
Publicada em 31 de julho de 2025 às 21:11
Perplexidade, estupefação, revolta. Todo apoio a Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes (Foto: Victor Piemonte/STF)

Perplexidade, estupefação, espanto e revolta. O que mais podemos sentir diante da aplicação de leis extraterritoriais agressivas contra um ministro da mais alta corte do nosso país?

A Lei Global Magnitsky de Responsabilização por Violações de Direitos Humanos foi aprovada pelo Congresso dos EUA em 2012 com o propósito de punir autoridades russas — incluindo fiscais, juízes e investigadores — consideradas responsáveis pela morte do advogado Sergei Magnitsky, após ele revelar fraudes fiscais envolvendo empresas e autoridades russas.

Desde então, com a revisão de 2016, a lei foi expandida para permitir sanções a indivíduos de diversas nacionalidades, por motivos variados. Estima-se que mais de 8 mil pessoas e entidades já tenham sido sancionadas com base nesse amplo e genérico conjunto legislativo, cuja principal finalidade é inviabilizar a vida econômica e financeira de pessoas acusadas — muitas vezes sem devido processo legal — de corrupção ou violações de direitos humanos.

A principal ferramenta de execução dessa legislação é a imposição de sanções coercitivas unilaterais, viabilizadas pela hegemonia do sistema financeiro dos Estados Unidos. Em outras palavras, trata-se da capacidade de excluir alguém do sistema bancário internacional dominado pelo dólar americano.

Para quem estuda sanções unilaterais aplicadas a países e indivíduos ao redor do mundo — como no caso de Cuba ou da Venezuela —, esse tipo de prática não é novidade. O próprio Brasil já sentiu os efeitos dessa hegemonia extraterritorial durante episódios da Operação Lava Jato. O que causa espanto, agora, é a aplicação de medidas escancaradamente ofensivas contra um ministro do STF no exercício legítimo de suas funções.

O ministro Alexandre de Moraes está sendo punido por cumprir seu dever constitucional em um processo de máxima importância nacional, que investiga a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a articulação de um golpe de Estado. Os eventos de 8 de janeiro de 2023 incluem até mesmo um plano criminoso que previa o assassinato do próprio ministro e do presidente da República.

A afronta é absoluta e atinge não apenas um indivíduo, mas todo o Poder Judiciário brasileiro. Ao mesmo tempo, ao impor sanções unilaterais e arbitrárias, os EUA pressionam o Poder Executivo, o Poder Legislativo e os setores econômicos e sociais do Brasil, buscando aniquilar qualquer resquício de soberania ou multilateralismo.

Como advogada e professora de direito internacional, junto minha voz a tantas outras manifestações de apoio ao ministro Alexandre de Moraes, a seus familiares e a todas as pessoas atingidas por esse ato arbitrário e violento. É hora de reafirmar a defesa da soberania nacional, do Estado de Direito e da independência dos nossos poderes.

Carol Proner

Doutora em Direito, professora da UFRJ, diretora do Instituo Joaquín Herrera Flores – IJHF

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Comentários

  • 1
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    Jotinha 01/08/2025

    Esse é o cara!!! Cadeia pra golpistas.

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