Polícia de Rondônia era Tropa de Elite nas planilhas da Odebrecht, diz delator

A rubrica “Tropa de Elite” contabilizava os pagamentos que eram feitos aos policiais que deviam garantir a ordem nos canteiros de obras da usina Santo Antônio, em Porto Velho (RO), para evitar revoltas como a ocorrida durante a construção da hidrelétrica de Jirau, também erguida no Rio Madeira, em Rondônia.

Estadão
Publicada em 13 de abril de 2017 às 15:52
Polícia de Rondônia era Tropa de Elite nas planilhas da Odebrecht, diz delator

Destruição do canteiro de obras na Usina Hidrelétrica de Jirau

O pagamento de propina envolvendo obras das hidrelétricas da Amazônia também incluía o repasse para policiais que atuam no entorno do empreendimento. Segundo o delator Henrique Serrano de Prado Valadares, que dirigia a área de energia da Odebrecht, as planilhas que eram administradas pelo departamento de propinas da empreiteira incluíam a alcunha de “Tropa de Elite”, uma referência ao filme dirigido por José Padilha.

A rubrica “Tropa de Elite” contabilizava os pagamentos que eram feitos aos policiais que deviam garantir a ordem nos canteiros de obras da usina Santo Antônio, em Porto Velho (RO), para evitar revoltas como a ocorrida durante a construção da hidrelétrica de Jirau, também erguida no Rio Madeira, em Rondônia.

“Eram pagamentos feitos para o ‘bico’ que a polícia fazia e recebia por esse ‘bico’, para dar proteção no canteiro, principalmente nos momentos críticos, como aconteciam aquelas invasões e incêndios como acontecia lá em Jirau. Então, ela (polícia) rateava lá entre eles”, disse Valadares.

O delator não mencionou quais valores foram repassados nem nomes de recebedores e por quanto tempo a propina foi paga. As obras das usinas são citadas pelos delatores como alvos para desvios de recursos e para alimentar o caixa 2 do departamento de propinas da Odebrecht.

Comentários

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    Augusto 14/04/2017

    Antes de publicarem materias que visam denegrir a imagem de uma categoria, deveriam procurar mais exclarecimentos sobre o assunto, é fundamental que se dê nomes aos bois. Isso cabe uma representação

  • 2
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    MOACIR FIGUEIREDO 14/04/2017

    Quando ainda era titular do 8º DP, dois peões que pediram as contas, e que trabalhavam em Jirau, me procuraram através de um amigo e me detalharam quem eram os cabeças do segundo movimento que iria paralisar as obras, e o modus operandi. Passei as informações ao escalão superior e ao chefe da segurança da usina, sendo certo que em conjunto com as polícias realizaram um trabalho preventivo e evitaram os graves danos que adviriam do movimento. Soube que muitos foram agraciados com comendas e outros salamaleques. E o leso aqui ò, ficou apenas no assovio. TRISTES TRÓPICOS.

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