Psicologia na Prevenção ao Suicídio de Crianças e Adolescentes
"O mais importante em relação à prevenção do suicídio em crianças e adolescentes é a capacidade de se conectar, naturalizar e estabelecer um diálogo claro e transparente com eles"
O mês de setembro traz consigo um alerta importante para a sociedade: é o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio. Quando se trata de crianças e adolescentes, o papel do profissional de psicologia torna-se crucial para identificar sinais de alerta e oferecer o apoio necessário. O professor do curso de Psicologia da Estácio, Carlos Eduardo Pereira, destaca a importância de criar um ambiente de diálogo e compreensão para lidar com essa temática delicada.
"O mais importante em relação à prevenção do suicídio em crianças e adolescentes é a capacidade de se conectar, naturalizar e estabelecer um diálogo claro e transparente com eles", explica Pereira. Muitas vezes, o suicídio é um assunto tabu, mas é essencial quebrar essa barreira e falar sobre o tema de maneira educativa e sensível. "Existe uma crença de que falar sobre o suicídio pode aumentar a incidência, mas isso não é verdade. A educação é a melhor estratégia para lidar com o suicídio", enfatiza o professor.
O suporte profissional desempenha um papel fundamental nesse processo. "A ajuda profissional é fundamental para proporcionar um espaço de compreensão do impacto do luto e da perda. Muitas vezes, a negação das emoções dolorosas é comum, e a psicoterapia oferece um ambiente de reflexão, compreensão e acolhimento", destaca. A negação das emoções é uma característica da cultura brasileira, mas é importante enfrentar e compreender os sentimentos difíceis para um processo de cura eficaz.
Para identificar possíveis sinais de alerta em crianças e adolescentes, Pereira ressalta que mudanças nos padrões de comportamento são cruciais. "Mudanças como retração social, dificuldades em interagir com os outros e evitar brincadeiras podem ser sinais preocupantes em crianças", observa. No caso dos adolescentes, o isolamento social, sinais de autolesão e evitar interações com os pares da mesma idade são fatores que podem indicar riscos.
O Setembro Amarelo nos lembra da importância de abordar a prevenção ao suicídio de forma responsável e sensível. O acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes, aliado a um ambiente de diálogo e apoio, é fundamental para proteger a saúde mental desses jovens e oferecer-lhes recursos para enfrentar os desafios emocionais que possam surgir.
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