Rondônia é o terceiro da região Norte com o maior número de casos de hanseníase

Jaine enfrentou uma dificuldade a mais no diagnóstico. Ela contraiu um tipo raro da hanseníase em que a doença atinge apenas os nervos, e não a pele, como na maioria dos casos

Agência do Rádio
Publicada em 18 de julho de 2019 às 05:50
Rondônia é o terceiro da região Norte com o maior número de casos de hanseníase

Imagine que o seu corpo começa a mudar fora de seu controle. Primeiro, as dores nas mãos, depois nos pés. Então, começam as dormências. Aos poucos, o controle dos dedos vai embora, junto com a força. Em meio a tudo isso, o pouco conhecimento sobre medicina te faz acreditar que isso é algum problema nos ossos das mãos, mas os remédios não funcionam. Foi nessas condições que a estudante Jaine Ferreira, de 22 anos, moradora de Porto Velho, procurou ajuda médica em novembro do ano passado. O diagnóstico de hanseníase já deu espaço para que começasse o tratamento. Se tivesse iniciado o tratamento antes, ela poderia ter evitado sequelas.

“Antes eu nem sabia o que era hanseníase. Vim saber mesmo depois que eu fiz os exames. Desde então eu estou fazendo o tratamento. Todo mês fazendo acompanhamento. Aí, esse mês agora, eu vou fazer uma cirurgia porque já atrofiou muito. A médica encaminhou para fazer uma minicirurgia para poder melhorar o movimento da minha mão, voltar a ter sensibilidade”. 

Jaine enfrentou uma dificuldade a mais no diagnóstico. Ela contraiu um tipo raro da hanseníase em que a doença atinge apenas os nervos, e não a pele, como na maioria dos casos. Por casos como esse, é preciso ficar atento aos sintomas nas áreas afetadas do corpo. Pode ser tanto por manchas avermelhadas, amarronzadas, esbranquiçadas que tenham a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, principalmente nas mãos, nas pernas e no rosto. Ter informações e conhecimento sobre a enfermidade é importante também para diminuir a transmissão. Como ela tem cura e pode ser tratada, o Brasil luta para reduzir a carga da doença e sua eliminação como problema de saúde pública, como já ocorreu em alguns países. De acordo com a infectologista da Secretaria da Saúde de Rondônia, Cristiane Menezes, os casos no país ainda preocupam.

“O Brasil ocupa a segunda posição do mundo entre os países que registram casos novos. Rondônia é o terceiro estado da região Norte com o maior número de casos de hanseníase. Em 2017, 503 casos novos foram registrados. As complicações da hanseníase estão relacionadas com vários fatores, dentre alguns deles, dependente da resposta imunológica do paciente, e o que tiver um diagnóstico tardio da doença.”

Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase.

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