Uma “bomba” chamada JBS

As revelações causaram um estrago danado na já desbotada imagem da classe política brasileira. Os estilhaços do petardo atingiram quilômetros de distâncias.

Valdemir Caldas
Publicada em 21 de maio de 2017 às 09:17

Os irmãos e empresários Joesley e Wesley Batista, donos de uma das maiores empresas privadas em faturamento no Brasil, construída com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), por meio de empréstimos a juros módicos, como se viu, não têm nada de bobos. Pelo contrário, quando perceberam que a bomba explodiria em seus colos, procuraram as autoridades e fizeram um acordo de delação premiada.

As revelações causaram um estrago danado na já desbotada imagem da classe política brasileira. Os estilhaços do petardo atingiram quilômetros de distâncias. A lista com os nomes das vítimas é grande. Vai desde presidente da República, passando por senadores, deputados federais, agentes públicos, e até vice-prefeito. Políticos que tiveram suas campanhas eleitorais irrigadas pelo propinoduto da JBS.

Depois que lançou a bomba, Joesley, devidamente autorizado pela justiça brasileira, pegou a família, entrou em seu jato particular (não um jato qualquer, mas uma aeronave moderníssima) e viajou para alguma cidade dos Estados Unidos, deixando no Brasil um cemitério de cadáveres políticos. Não quis sentir o cheiro da carnificina. Cada um que pague as despesas do velório.

Dinheiro há. Não é problema. Afinal, foram bilhões de reais canalizados dos contribuintes brasileiros, por meio de impostos, taxas e contribuições, para os bolsos de agentes públicos e políticos espertalhões, que derramam, no vaso sanitário, seus resquícios de vergonha na cara.

Os Estados Unidos lançaram no Afeganistão a “mãe de todas bombas”. Os russos, por sua vez, lembraram que têm o “pai de todas bombas”. Os irmãos Batistas mostraram ao mundo e, principalmente ao Brasil, que tinham a “bomba JBS”, um projétil potente e extremamente devastador, capaz de transformar reputações em cinzas.

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