A chave para a vitória de Lula é o Sudeste

"A liderança na região que concentra o maior número de eleitores, o Sudeste, é um fator decisivo para a vitória, quem sabe no primeiro turno", diz Bepe Damasco

Bepe Damasco
Publicada em 17 de agosto de 2022 às 10:47

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Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Como tem folgada e consolidada maioria no Nordeste, segundo maior colégio eleitoral do país, a liderança de Lula também na região que concentra o maior número de eleitores, o Sudeste, é um fator decisivo para levá-lo à vitória, quem sabe no primeiro turno.

De acordo com a pesquisa Ipec, Lula bate Bolsonaro em São Paulo por 43% x 31% e em Minas Gerais por 39% a 26%. Também está na frente numericamente, mas em situação de empate técnico, no Rio, berço do bolsonarismo: 35% x 33%.

Embora os bolsonaristas Claúdio Castro, no Rio, e Zema (este procurando se descolar de Bolsonaro), em Minas, estejam fortes, especialmente o governador de Minas que tenta a reeleição, Lula conta no Sudeste com três candidatos competitivos: Haddad, líder das pesquisas, Freixo em segundo, mas empatado tecnicamente com Castro, e Kalil na vice-liderança.

Sem falar que a força eleitoral de Lula é tamanha que mesmo entre os eleitores dos candidatos a governador do campo conservador, Lula tem apoio considerável. Oxalá que com a militância da esquerda ocupando as ruas a partir de ontem (16) esse quadro se cristalize.

E os auxílios, hein?

Embora a primeira parcela da farta distribuição de dinheiro público feita por Bolsonaro, para tentar comprar voto,  já tivesse sido embolsada quando os pesquisadores do Ipec foram para as ruas, o resultado do levantamento mostra que até agora praticamente nada se moveu. Vamos ver como o eleitor se manifesta nas próximas pesquisas, mas que foi um balde de água gelada no QG bolsonarista, ah isso foi.

Gasolina e inflação

A redução do preço dos combustíveis à custa do arrombamento dos cofres estaduais (uma ninharia se comparada à alta desenfreada na era Bolsonaro) e a queda artificial da inflação tampouco tiveram impacto eleitoral até o momento. De duas uma: ou esse tipo de intervenção na economia precisa de tempo de maturação até se refletir no ânimo das pessoas, ou o eleitorado está sabendo separar o joio do trigo.

O contra-ataque

De toda maneira, o comando político e de marketing da campanha de Lula, na certa, já tem pronta a estratégia para pôr em prática caso o derrame de recursos faça algum efeito. De forma didática e contundente, vai deixar claro que Bolsonaro promoveu um verdadeiro massacre da classe trabalhadora e do povo por longos três anos e sete meses (volta da fome, morte de quase 700 mil pessoas na pandemia, desemprego, preços dos alimentos mais altos da história), para dar uma de bom moço em apenas cinco meses.

“Peixe” pode se afogar

Outrora genial jogador de futebol, Romário se transformou naqueles políticos inúteis, sem noção do que significa um mandato parlamentar, Romário lidera as pesquisas até aqui, no Rio. Mas, vale lembrar que na eleição de 2018, quando ele concorreu ao governo do estado, sua liderança só durou até que o eleitorado fluminense tomasse conhecimento de sua pobreza de ideias. Terminou com 6% dos votos.   

E mais...

A eleição para o Senado historicamente traz uma peculiaridade interessante: costuma ser a última opção de voto a ser decidida pelo eleitor. São incontáveis os exemplos, em vários estados do país ao longo do tempo, de candidatos que dormiram, na véspera, embalados por pesquisas que lhes asseguravam o mandato, mas que viveram um pesadelo na noite seguinte depois da contagem os votos.

Bepe Damasco

Jornalista, editor do Blog do Bepe

Winz

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