A razão por trás da popularidade das caixas surpresa no Brasil

Esse formato aportou por aqui em 2020, quando o e-commerce bateu recorde histórico de crescimento de 73,8% no volume de vendas, abrindo espaço para novos modelos de entretenimento-compra

Fonte: Redação - Publicada em 27 de junho de 2025 às 11:35

A razão por trás da popularidade das caixas surpresa no Brasil

A lógica de pagar sem saber exatamente o que virá na embalagem não é nova. Colecionadores de figurinhas e fãs de brinquedos “blind bag” conhecem bem a dinâmica. O que mudou foi o ambiente digital, que transferiu toda a excitação para a tela do celular, unindo pagamento instantâneo, roleta animada e frete expresso.

Esse formato aportou por aqui em 2020, quando o e-commerce bateu recorde histórico de crescimento de 73,8% no volume de vendas, abrindo espaço para novos modelos de entretenimento-compra.

O empurrão cultural das redes sociais e os números que explicam o boom

No TikTok, vídeos rotulados com #caixasurpresa e #caixamisteriosa mostram creators comprando dezenas de caixas para descobrir “se vale a pena”. Um único clipe de “máquina de caixas misteriosas” no shopping, publicado em fevereiro de 2025, já passa de 90 mil interações.

Essa estética de unboxing espetaculariza o processo de comprar mystery box e cria o chamado efeito imitação. Ver alguém ganhar um smartwatch desperta o desejo de tentar também. Embora ainda represente nicho dentro do comércio eletrônico, o mercado brasileiro de caixas e clubes de assinatura já gira em torno de R$1 bilhão ao ano.

Isso segundo uma pesquisa da Betalabs com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A ABComm projeta, ainda, que o faturamento total do e-commerce ultrapasse os R$234 bilhões em 2025, 15% acima de 2024, o que aponta fôlego extra para formatos de compra por impulso.

Além disso, 79% dos consumidores já pagam de forma recorrente por entre um e quatro serviços ou produtos, mostrando familiaridade com a lógica de “assinar para receber”.

Quem compra e porquê: Casos que viraram manchete

Pesquisas internas das plataformas indicam que 65% dos clientes têm entre 18 e 34 anos, buscam “a chance de ganhar algo caro gastando pouco” e, sobretudo, conteúdo social para compartilhar. Psicologicamente, a sensação de antecipação libera dopamina em nível comparável a raspadinhas.

Mas com a vantagem é que envolver bens físicos, de perfumes importados a action figures. Dados de acesso de algumas empresas apontam pico de 120 mil caixas abertas em um único fim de semana de promoção. No varejo físico, vending machines temáticas ocupam corredores de shoppings.

Segundo a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (ABAAST), o país já conta com 80 mil máquinas e faturamento anual de R$500 milhões, com tendência de alta em categorias de “caixa surpresa”.

Com uma economia cada vez mais habituada a pagamentos instantâneos via Pix e logística que entrega em até 48h nos grandes centros, a mystery box mistura adrenalina, preço baixo e forte apelo de compartilhamento social. Esse coquetel explica por que, em 2025, abrir uma caixa virou um pequeno evento, gravado, postado e invejado por milhares de brasileiros.

Mesma adrenalina, regras diferentes: Marketplaces e vending machines

Em algumas plataformas, a abertura acontece segundos depois do pagamento. O usuário vê na tela o item sorteado e, em caso de decepção, revende instantaneamente por créditos para tentar de novo, mecanismo que mantém o engajamento alto e responde por picos de até 120 mil caixas abertas em fins de semana promocionais.

Já em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, o modelo muda. Cada caixa é anunciada por um lojista distinto, fazendo da reputação do vendedor a principal bússola. Avaliações negativas sobre atrasos ou itens genéricos são um sinal claro para procurar outro anúncio.

O pagamento via Mercado Pago ou Paypal acrescenta uma camada de proteção, travando o repasse de dinheiro até que o comprador confirme o recebimento. No mundo físico, a experiência se multiplica nos shoppings. A ABAAST calcula 80 mil máquinas de autoatendimento em operação.

Segurança de ponta a ponta e as notas tendências

O alto nível de segurança que algumas plataformas oferecem também explicam a adesão. A regra de ouro é checar CNPJ, endereço e canais de suporte antes de pagar. Plataformas sérias exibem esses dados no rodapé. O site do Reclame Aqui e o Trustpilot também são bons guias para ver o histórico de queixas.

Essa dupla verificação é sempre vista como uma boa prática de consumo online. A personalização esperada com a IA generativa deve criar outro boom nesse mercado, com caixas montadas a partir do histórico de compras do usuário. Há ainda a possibilidade  projetos de NFT como certificado de autenticidade.

Eles oferecem produtos de alto valor com garantia de rastreio da origem. Do lado jurídico, a Secretaria Nacional do Consumidor estuda um formato de label obrigatório que informe odds mínimas e política de devolução, algo similar às normas aplicadas a loot boxes em jogos eletrônicos na União Europeia.

Por fim, as caixas “experiência”, que trocam itens físicos por ingressos, cursos rápidos ou assinaturas streaming, devem ganhar cada vez mais publico no Brasil, crescendo no mesmo ritmo do mercado de eventos híbridos.

A razão por trás da popularidade das caixas surpresa no Brasil

Esse formato aportou por aqui em 2020, quando o e-commerce bateu recorde histórico de crescimento de 73,8% no volume de vendas, abrindo espaço para novos modelos de entretenimento-compra

Redação
Publicada em 27 de junho de 2025 às 11:35
A razão por trás da popularidade das caixas surpresa no Brasil

A lógica de pagar sem saber exatamente o que virá na embalagem não é nova. Colecionadores de figurinhas e fãs de brinquedos “blind bag” conhecem bem a dinâmica. O que mudou foi o ambiente digital, que transferiu toda a excitação para a tela do celular, unindo pagamento instantâneo, roleta animada e frete expresso.

Esse formato aportou por aqui em 2020, quando o e-commerce bateu recorde histórico de crescimento de 73,8% no volume de vendas, abrindo espaço para novos modelos de entretenimento-compra.

O empurrão cultural das redes sociais e os números que explicam o boom

No TikTok, vídeos rotulados com #caixasurpresa e #caixamisteriosa mostram creators comprando dezenas de caixas para descobrir “se vale a pena”. Um único clipe de “máquina de caixas misteriosas” no shopping, publicado em fevereiro de 2025, já passa de 90 mil interações.

Essa estética de unboxing espetaculariza o processo de comprar mystery box e cria o chamado efeito imitação. Ver alguém ganhar um smartwatch desperta o desejo de tentar também. Embora ainda represente nicho dentro do comércio eletrônico, o mercado brasileiro de caixas e clubes de assinatura já gira em torno de R$1 bilhão ao ano.

Isso segundo uma pesquisa da Betalabs com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A ABComm projeta, ainda, que o faturamento total do e-commerce ultrapasse os R$234 bilhões em 2025, 15% acima de 2024, o que aponta fôlego extra para formatos de compra por impulso.

Além disso, 79% dos consumidores já pagam de forma recorrente por entre um e quatro serviços ou produtos, mostrando familiaridade com a lógica de “assinar para receber”.

Quem compra e porquê: Casos que viraram manchete

Pesquisas internas das plataformas indicam que 65% dos clientes têm entre 18 e 34 anos, buscam “a chance de ganhar algo caro gastando pouco” e, sobretudo, conteúdo social para compartilhar. Psicologicamente, a sensação de antecipação libera dopamina em nível comparável a raspadinhas.

Mas com a vantagem é que envolver bens físicos, de perfumes importados a action figures. Dados de acesso de algumas empresas apontam pico de 120 mil caixas abertas em um único fim de semana de promoção. No varejo físico, vending machines temáticas ocupam corredores de shoppings.

Segundo a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (ABAAST), o país já conta com 80 mil máquinas e faturamento anual de R$500 milhões, com tendência de alta em categorias de “caixa surpresa”.

Com uma economia cada vez mais habituada a pagamentos instantâneos via Pix e logística que entrega em até 48h nos grandes centros, a mystery box mistura adrenalina, preço baixo e forte apelo de compartilhamento social. Esse coquetel explica por que, em 2025, abrir uma caixa virou um pequeno evento, gravado, postado e invejado por milhares de brasileiros.

Mesma adrenalina, regras diferentes: Marketplaces e vending machines

Em algumas plataformas, a abertura acontece segundos depois do pagamento. O usuário vê na tela o item sorteado e, em caso de decepção, revende instantaneamente por créditos para tentar de novo, mecanismo que mantém o engajamento alto e responde por picos de até 120 mil caixas abertas em fins de semana promocionais.

Já em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, o modelo muda. Cada caixa é anunciada por um lojista distinto, fazendo da reputação do vendedor a principal bússola. Avaliações negativas sobre atrasos ou itens genéricos são um sinal claro para procurar outro anúncio.

O pagamento via Mercado Pago ou Paypal acrescenta uma camada de proteção, travando o repasse de dinheiro até que o comprador confirme o recebimento. No mundo físico, a experiência se multiplica nos shoppings. A ABAAST calcula 80 mil máquinas de autoatendimento em operação.

Segurança de ponta a ponta e as notas tendências

O alto nível de segurança que algumas plataformas oferecem também explicam a adesão. A regra de ouro é checar CNPJ, endereço e canais de suporte antes de pagar. Plataformas sérias exibem esses dados no rodapé. O site do Reclame Aqui e o Trustpilot também são bons guias para ver o histórico de queixas.

Essa dupla verificação é sempre vista como uma boa prática de consumo online. A personalização esperada com a IA generativa deve criar outro boom nesse mercado, com caixas montadas a partir do histórico de compras do usuário. Há ainda a possibilidade  projetos de NFT como certificado de autenticidade.

Eles oferecem produtos de alto valor com garantia de rastreio da origem. Do lado jurídico, a Secretaria Nacional do Consumidor estuda um formato de label obrigatório que informe odds mínimas e política de devolução, algo similar às normas aplicadas a loot boxes em jogos eletrônicos na União Europeia.

Por fim, as caixas “experiência”, que trocam itens físicos por ingressos, cursos rápidos ou assinaturas streaming, devem ganhar cada vez mais publico no Brasil, crescendo no mesmo ritmo do mercado de eventos híbridos.

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