Afronta à sociedade

A decisão tomada ofende a maioria da população rondoniense e ignora a exigência, anunciada, de que é preciso cortar gastos. De quem? Se os que deveriam cortar são os primeiros a se auto concederem reajustes salariais.

Valdemir Caldas
Publicada em 26 de dezembro de 2018 às 12:58
Afronta à sociedade

(*) Valdemir Caldas

Soou como provocação à sociedade o reajuste dos salários que os deputados de Rondônia se auto concederam no apagar das luzes de 2018. Chega a ser até difícil encontrar adjetivo ou substantivo para qualificar esse tipo de comportamento, sobretudo neste momento difícil por que passa o país, quando muitos vivem na corda bamba e outros tantos não têm sequer o que comer.

Não é o aumento em si, mas, sim, o histórico acumulado pelos parlamentares. Somente nesse mandato que se encerra, as lembranças do desempenho são negativas. Há exceções, é verdade. Mas elas são pouquíssimas e, por isso mesmo, acabam sendo atropeladas pelo rolo compressor dos seguidores da cartilha do “Mateus, primeiro os meus”. Prevaleceu, no final das contas, o pior do corporativismo, porque na defesa dos seus interesses, os ditos representantes do povo, mandaram às favas outros prejuízos que essa postura provoca.

Por que o reajuste salarial? Por que dobrar os subsídios dos nobres deputados? É um direito ou um privilégio? Não custar lembrar, contudo, que, afora os polpudos salários, os parlamentares dispõem de um rosário de mordomias. Quando se trata de conceder um mísero reajuste salarial a maioria dos servidores públicos, sempre aparece alguém para dizer que “a lei não permite”, mas, quando os beneficiários são os chamados cidadãos de primeira classe, aí não há restrições, tudo é permitido. Depois essa gente reclama quando a sociedade vai às urnas e diz um sonoro não às suas pretensões continuístas.

A distância que separa os salários pagos às autoridades da República do menor salário do país é uma denúncia escancarada da injustiça oficializada. A sensação experimentada é a de que esse não é um aumento legitimo e justo. Pode até ser legal, mas é imoral. Trata-se de uma afronta à sociedade.

Será que os representantes do povo fazem jus a esse reajuste? Pelo que se sabe, há um déficit grande em relação aos compromissos que deveriam ter sido honrados e que não honraram. A decisão tomada ofende a maioria da população rondoniense e ignora a exigência, anunciada, de que é preciso cortar gastos. De quem? Se os que deveriam cortar são os primeiros a se auto concederem reajustes salariais.

Comentários

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    edgard alves feitosa 27/12/2018

    É a roubalheira legitimada; sob demagógicos argumentos, os políticos do brasil, em todos os níveis (municipal; estadual e federal), nadam de braçadas no dinheiros público; isso sob o cínico véu da legalidade, sem contar o melhor dos melhores, que é o desvio de dinheiro público, a galinha de ouro dos políticos, pois tem absoluta certeza da impunidade; primeiro pela simbiose de interesses meramente ecônomico entre os políticos corruptos e as felpudas bancas de advogados, (que não estão interessados em JUSTIÇA, mas na grana que receberão dos MEU CLIENTE É INOCENTE); segundo, pela hipócrita "SÓ PODE SER PRESO QUANDO TRANSITAR EM ÚLTIMA INSTÂNCIA"; e quando será está última instância????!!! NUNCA, POIS OS ADVOGADOS ENTULHAM A JUSTIÇA COM MIRÍADES DE RECURSOS, ATÉ A PRESCRIÇÃO; e os advogados ainda tem a petulância de, fingindo-se de vacas sonsas, dizer que a culpa é do judiciário pela lentidão dos processos; AFINAL, QUEM FAZ AS LEIS SÃO OS PRÓPRIOS POLÍTICOS, na sua maioria advogados; os direitos trabalhistas foram extintos; o ministério do trabalho foi extinto; a aposentadoria será extinta, isto é, vamos contribuir até morrer; MAS PARA OS POLÍTICOS DE TODOS OS PARTIDOS, O CÉU É DE BRIGADEIRO;

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    Antônio p Silva 27/12/2018

    Primeiro nós vivemos no Brasil o país da impunidade e se tratando de polico nada me surpriende vai me surpreender quando eles aprovarem alguma coisa a favor do povo aí eu vou ficar surpreso

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Winz

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