Agora torcerei pelo Brasil

O nosso time não é uma equipe apenas. É uma academia daquelas invencíveis. Equipe assim só aparece de 50 em 50 anos no mundo do futebol.

Professor Nazareno*
Publicada em 03 de julho de 2018 às 09:00
Agora torcerei pelo Brasil

Confesso que até agora durante esta Copa do Mundo de futebol, eu ainda não tinha entrado no clima de torcedor. Daqueles que apaixonadamente assistem a todos os jogos, principalmente os do Brasil. Torci pela Alemanha, pela Argentina, pela Croácia e até pelo México. Não deu certo nenhuma vez. Com exceção dos croatas, todos perderam e já voltaram para casa. Mudei de ideia: rendi-me em definitivo ao time canarinho. Fui picado pela mosca azul depois de ver o segundo tempo do último jogo do Brasil contra os mexicanos. O nosso time não é uma equipe apenas. É uma academia daquelas invencíveis. Equipe assim só aparece de 50 em 50 anos no mundo do futebol. Nem sei dizer o nome dos nossos jogadores, mas vejo que o país se apaixonou por eles incondicionalmente. O time uniu o país e num passe de mágica botou a ordem no caos.

Pensei até em torcer pela Bélgica na próxima sexta-feira pelas quartas de final. Mas me faltaram razões coerentes para fazer isto. Em primeiro lugar porque “brasileiro que ama de verdade o seu país” não pode torcer por time estrangeiro. Depois, a Bélgica é um país deplorável. Deve ser igual à Suíça ou à Dinamarca. Países horríveis de se viver. Praticamente não têm nenhuma qualidade de vida e o povo é muito frio. Não entendo como um ser humano consegue morar em lugares como esses. O Reino da Bélgica é menor do que o nosso Estado de Alagoas e tem uma população superior da 10 milhões de pessoas. No país falam-se três línguas e suas cidades sediam várias instituições internacionais. Pior: seus poliglotas jogadores são conhecidos como “os diabos vermelhos”. Os belgas devem ter um dos piores sistemas de educação do mundo.

Além do mais, o time da Bélgica é muito ruim. Praticamente chegou “na marra” a esta fase da Copa do Mundo. Sem nenhuma habilidade no futebol e com uma seleção que mais se parece uma espécie de “pega na rua”, não se percebe nenhum atleta que se destaque na equipe. O Brasil vai dar um passeio neles. Acho que três ou quatro gols ainda é pouco para nós. E é muito bom, pois a cada jogo que ganhamos, os nossos problemas diminuem consideravelmente. Na hora das partidas, por exemplo, quase não se veem pacientes nas UPAS ou nos hospitais públicos à procura de médicos. Roubos, assassinatos e violência comum, coisas tão comuns nas cidades belgas, não se verificam também nestas horas. Corrupção é uma palavra que não se houve falar em dias de jogos. Tenho até pena do povo da Bélgica que deve ter uma roubalheira altíssima por lá.

Se o Brasil ganhar esta Copa, o que é um fato quase certo, muita coisa vai deslanchar em terras tupiniquins. Duvido que os políticos queiram roubar mais o Erário. Até as muitas obras paradas do país terão prosseguimento. Se houve operação da Polícia Federal nestes tempos, a mídia não noticiou nada. Até os viadutos imprestáveis de Porto Velho foram inaugurados durante os jogos. A seleção brasileira tem o poder de deixar quase todo o povo daqui feliz e rindo à toa com os seus poucos dentes. Professores “esclarecidos” gritam a todos os pulmões para seus alunos: “o Brasil é uma potência, mano! Ninguém segura este país!” Jornalistas eufóricos escrevem textos patrióticos. Todos, da direita e da esquerda, se confraternizam alegres. Cada gol de Neymar ou de Philippe Coutinho o país explode e mergulha no “patriotismo de ocasião”. Desculpem-me outros povos e países: vou me vestir de amarelo e gritar feito louco: “Brasil, hexa!”.

*É Professor em Porto Velho.

Comentários

  • 1
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    JOSÉ CARLOS MONTEIRO 04/07/2018

    SR MARCOS, SEU COMENTÁRIO DE POUPOU MUITAS PALAVRAS. E EM POUCAS PALAVRAS EU CONTINUO A COMBATER ESSE SUJEITO QUE MENOSPREZA RONDONIA , E INFELIZMENTE É BRASILEIRO.

  • 2
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    marcos 04/07/2018

    Em que pese o fato que vossa excelência seja um professor .E que seja comunista ,pois tudo indica que sim. Seu texto deprecia nossa seleção e tenta culpar nossos jogadores por toda ladroagem e desmandos em nossa nação. Tudo que falou sobre Suiça ,Bélgica e Dinamarca é verdadeiro. Países pequenos,com excelente padrão de vida para seus habitantes e exemplos para o mundo,. Já de outro lado nosso país é um antro de corrupção,hospitais abandonados,educação atrasada e insegurança total. Mas ao mesmo tempo vossa excelência se esqueçeu de dizer que temos o churrasco gaúcho e o chimarrão, Temos a comida mineira e o queijo assim como o bolo de polvilho.A moqueca capixaba e o Vatapá e o Acarajé da Bahia .A peixada Cuiabana e o arroz tropeiro .Temos a Amazônia e o Pantanal junto com o cerrado e a caatinga do sofrido povo nordestino . Somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e poderemos ser no futuro o maior produtor de grãos .Já conseguimos alimentar um bilhão de pessoas mundo afora. Será que a Dinamarca e esses países citados fazem isso ? Ademais excelência ,qualquer país do mundo gostaria de ter cinco titulos do futebol mundial. Pergunte aos americanos,ingleses, franceses .A seleção é patrimônio da nação desde a época de nossos avós. Assim como os yankees não vendem seu time de basquete ,também não devemos vender nossa seleção ou despreza la. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Porque se fosse assim,países iguais a Alemanha,França, Inglaterra que são riquíssimos não iriam de forma nenhuma aceitar futebol em seu território. Pois da forma que vossa excelência declara,futebol é atraso e prejudica uma nação. Não seria atraso a forma que votamos e a falta de investimento em educação ? Mas se não amas seu país por tudo de bom que ainda tens , acredito que vossa excelência deveria morar na Suiça,Dinamarca ou na Bélgica. Potências mundiais ,altamente produtivas e que no futuro poderão alimentar dois bilhões de pessoas.

  • 3
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    Christian 04/07/2018

    Muito boa a análise. Fantástico como sempre.

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Winz

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