'Cara de veado que viu o caxinguelê'

A língua do deputado de Ariquemes é autônoma ao cérebro, funciona sem qualquer comando neural, o que faz o boquirroto falar coisas sem pensar e, como regra, sobre as quais não entende nada. O resultado só poderia ser o que se convencionou chamar de vergonha alheia

Fonte: RUBENS COUTINHO, EDITOR DO TUDORONDONIA - Publicada em 13 de agosto de 2025 às 10:29

'Cara de veado que viu o caxinguelê'

Em mais um episódio que mistura estupidez, desconhecimento, improviso e um toque de oportunismo, o deputado federal Rafael Bento Pereira (Pode), conhecido como “O Fera”, protagonizou uma cena constrangedora na Câmara dos Deputados, com direito a transmissão pela TV Câmara e repercussão nas redes sociais.

Munido de um papel, o parlamentar discursou em tom moralista sobre sua decisão de “não aderir” a um suposto plano de saúde oferecido aos deputados.

O gesto, que buscava reforçar sua imagem de defensor da moralidade, foi interrompido de forma incisiva pelo deputado Otoni de Paula (MDB).

Em tom irônico, Otoni questionou qual plano de saúde seria esse, já que não existiria  benefício dessa natureza pago pela Casa. “Se a gente quiser, tem que pagar do próprio bolso”, afirmou, deixando claro que a alegação do colega não correspondia à realidade.

Surpreendido, Rafael Fera perdeu o embalo. E o episódio escancarou um traço já conhecido de sua atuação: a fala rápida, mas sem  fundamentação alguma. Irresponsável mesmo. Para dizer o mínimo.

 Acostumado a opinar sobre temas que desconhece, o parlamentar, que chegou à Câmara após a cassação do deputado Lebrão pelo STF, vem acumulando discursos marcados mais pelo improviso do que pela consistência.

O resultado foi um “puxão de orelhas” público, que expôs não apenas a ignorância, mas também a pressa em buscar holofotes com pautas que rendem cliques e curtidas — mesmo que desprovidas de base factual.

Em política, o microfone é poderoso, mas também pode ser implacável com quem fala sem saber.

A língua do deputado de Ariquemes é autônoma ao cérebro, funciona sem qualquer comando neural, o que faz o boquirroto falar coisas sem pensar e, como regra, sobre as quais não entende nada. O resultado só poderia ser o que se convencionou chamar de vergonha alheia.

Em mais este episódio bizarro envolvendo o tal  “Fera”, a lição é simples: antes de discursar, é preciso conhecer o assunto. Caso contrário, o risco é acabar, como diria Raul Seixas, com “cara de veado que viu o caxinguelê” — e ainda ao vivo, para todo o país.

'Cara de veado que viu o caxinguelê'

A língua do deputado de Ariquemes é autônoma ao cérebro, funciona sem qualquer comando neural, o que faz o boquirroto falar coisas sem pensar e, como regra, sobre as quais não entende nada. O resultado só poderia ser o que se convencionou chamar de vergonha alheia

RUBENS COUTINHO, EDITOR DO TUDORONDONIA
Publicada em 13 de agosto de 2025 às 10:29
'Cara de veado que viu o caxinguelê'

Em mais um episódio que mistura estupidez, desconhecimento, improviso e um toque de oportunismo, o deputado federal Rafael Bento Pereira (Pode), conhecido como “O Fera”, protagonizou uma cena constrangedora na Câmara dos Deputados, com direito a transmissão pela TV Câmara e repercussão nas redes sociais.

Munido de um papel, o parlamentar discursou em tom moralista sobre sua decisão de “não aderir” a um suposto plano de saúde oferecido aos deputados.

O gesto, que buscava reforçar sua imagem de defensor da moralidade, foi interrompido de forma incisiva pelo deputado Otoni de Paula (MDB).

Em tom irônico, Otoni questionou qual plano de saúde seria esse, já que não existiria  benefício dessa natureza pago pela Casa. “Se a gente quiser, tem que pagar do próprio bolso”, afirmou, deixando claro que a alegação do colega não correspondia à realidade.

Surpreendido, Rafael Fera perdeu o embalo. E o episódio escancarou um traço já conhecido de sua atuação: a fala rápida, mas sem  fundamentação alguma. Irresponsável mesmo. Para dizer o mínimo.

 Acostumado a opinar sobre temas que desconhece, o parlamentar, que chegou à Câmara após a cassação do deputado Lebrão pelo STF, vem acumulando discursos marcados mais pelo improviso do que pela consistência.

O resultado foi um “puxão de orelhas” público, que expôs não apenas a ignorância, mas também a pressa em buscar holofotes com pautas que rendem cliques e curtidas — mesmo que desprovidas de base factual.

Em política, o microfone é poderoso, mas também pode ser implacável com quem fala sem saber.

A língua do deputado de Ariquemes é autônoma ao cérebro, funciona sem qualquer comando neural, o que faz o boquirroto falar coisas sem pensar e, como regra, sobre as quais não entende nada. O resultado só poderia ser o que se convencionou chamar de vergonha alheia.

Em mais este episódio bizarro envolvendo o tal  “Fera”, a lição é simples: antes de discursar, é preciso conhecer o assunto. Caso contrário, o risco é acabar, como diria Raul Seixas, com “cara de veado que viu o caxinguelê” — e ainda ao vivo, para todo o país.

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