Chefe da Casa Civil tenta negar reajuste de salário para Confúcio e secretários, mas é desmentido por documento
A iniciativa de retirar o projeto só foi tomada depois da repercussão negativa. A idéia era votar a matéria na surdina, sem que os servidores públicos ficassem sabendo.
Da redação do TUDORONDONIA
Atordoado com a reação contrária à intenção do governador Confúcio Moura (PMDB) de reajustar o próprio salário, do vice e dos secretários estaduais em 25%, o chefe da Casa Civil do Governo de Rondônia, Ricardo Sá, tentou negar o inegável.
Um dos beneficiados no esquema, Ricardo disse que o Governo não enviou nenhum projeto de lei para a Assembléia propondo reajuste de salários de Confúcio e seus secretários.
Veja abaixo trecho do projeto de lei e conclua quem está falando a verdade:
Na verdade, o governador tentou obter aprovação dos deputados para o reajuste salarial disfarçado e com beneficiários certos alegando que o acréscimo serviria para pagar aluguel dos contemplados com a medida, o chamado auxílio moradia, mas o projeto não deixa dúvida de que se trata de um aumento de salário, pois acrescenta 25% nos salários do pequeno grupo que cerca Confúcio e do próprio governador e do vice.
Diante da reação negativa dos servidores públicos e dos próprios deputados ao projeto, Confúcio resolveu “segurar” a proposta, podendo reapresentá-la em outra ocasião.
Ricardo Sá, que queria ser ministro do Superior Tribunal de Justiça, mas não teve voto na Corte, defende a imoralidade. O tal auxílio, segundo ele, destinava-se aos membros do Governo , incluindo ele, é claro, “que estão na capital para servir ao governo mas vieram do interior do Estado”.
Segundo o secretário, “a elevada procura por imóveis desde o início das obras das hidrelétricas inflacionaram (sic) os preços de aluguéis e ‘assim como o Congresso Nacional, e os poderes em Rondônia garantem auxílio moradia aos deputados federais que saem de seus Estados de Origem para atuar em Brasília, e os titulares dos poderes em nosso estado também recebem o governo enviou à Assembléia projeto de lei para conceder igual benefício aos Secretários do governo rondoniense. Esta é uma razão justa já que eles não possuem residência na capital e nunca sabem quanto tempo permanecerão em Porto Velho”. Quando Ricardo Sá fala em "eles", inclua-se também ele.
LOROTA
Diante da repercussão negativa da medida, Ricardo Sá contou uma outra lorota para tentar diminuir o prejuízo à imagem de Confúcio. Disse que " os próprios secretários pediram à Casa Civil que retirasse o projeto até que se defina o Plano de Cargos e Salários dos servidores e seja concretizada a grande reforma administrativa que o governo está preparando e assim todos os servidores serão beneficiados proporcionalmente à suas funções e deveres”.
Também não é verdade. A iniciativa de retirar o projeto só foi tomada depois da repercussão negativa. A idéia era votar a matéria na surdina, sem que os servidores públicos ficassem sabendo, mas o documento acabou chegando à redação dos jornais por meio de deputados da própria base governista.