Há cerca de 20 anos atrás, eu era recém formada na PM, ptr, na época,  do CB Jose Robson Buzette, fomos acionados para um abandono de incapaz no bairro Caladinho, próximo ao flor do cacto, chegando ao local, um casebre de madeira insalubre e fedorento, nos deparamos com uma criança do sexo feminino de aproximadamente 1 ano e meio, deitada em um colchão sujo, coberta de moscas, chorando muito e sozinha no local. 

Através de populares conseguimos localizar a mãe em uma boca de fumo nas proximidades. Uma sra muito magra, portadora do virus HIV, sem dentes, esfarrapada e totalmente alucinada. Contactamos o Conselho tutelar para acompanhar a ocorrência e ficar responsável pela criança. 

A mãe foi encaminhada à central de polícia. Porém, mesmo sem as mínimas condições de ficar com aquela criança, dias depois lá estava ela com a filha sob seus cuidados. Continuei acompanhado de longe essa família, pois sempre perambulavam pelo bairro, pedindo esmolas, para sustentar o vício.  Posteriormente mudaram-se para o bairro Cidade Nova, onde sempre as via. 

Se, naquela época, a justiça tivesse feito seu papel humanitário de tirar aquela criança daquela mãe que não tinha as mínimas condições de criar filhos e tivesse enviado ela para adoção, quem sabe seu destino seria diferente. 

A criança que mencionei nesse texto é Fabiana, a jovem que foi morta, junto com o filho de 7 anos e teve seu bebê arrancado do ventre.

Parabéns Conselho Tutelar,

Parabéns Justiça.