Defesa de Bolsonaro pede prisão domiciliar no fim de ano
Moraes deveria decretar a prisão imediata a essa turma
Enquanto a defesa de Bolsonaro prepara laudos médicos provando suas “crises de soluços” para que ele passe a jato, da prisão domiciliar atual, para a domiciliar dos sonhos – a que vai durar alguns míseros anos – porque ninguém acredita que ele tenha a força e a hombridade do presidente Lula, que aguentou a prisão com a tenacidade dos que têm a certeza e a consciência da inocência -, nós ficamos em contagem regressiva.
Está mais do que evidente que seus advogados, no papel que lhes cabe, usam de medidas protelatórias até o último minuto, para tentar amenizar o que não tem mais jeito, o que não tem desculpas nem nunca terá. Nós, que vivenciamos tudo o que ele nos impingiu, não podemos agora fingir que não torcemos para que Jair Bolsonaro e seus cúmplices paguem por tudo que arquitetaram e tentaram: nos tirar o bem maior, a democracia.
Até lá, um dos planos é levá-lo para uma “unidade militar”, onde ele espera ter vida mansa, ser acolhido e bajulado. Vai estar entre os seus, imagina. Mas o que ele espera mesmo é não ter que juntar os seus panos de bunda e se mudar para uma sala especial da Papuda, antes do Natal. Glutão, sem modos à mesa, Bolsonaro sonha poder se atracar com aquela perna de peru e roer até os ossos, para em seguida baixar hospital, com mais um entupimento. Como sabemos por seus médicos, ele não costuma mastigar os alimentos, que apenas engole, com boa dose de sofreguidão e ansiedade, típica dos autoritários, os que querem comer e falar ao mesmo tempo.
Não se entende o porquê do seu pânico em ir para a Papuda, presídio sob a jurisdição do Distrito Federal, onde quem dá as cartas é Ibaneis Rocha (aquele, que deveria, mas não está, incluído no inquérito do golpe). Ali, já há uma sala destinada a recebê-lo. Se a questão é a simbologia, nada mais simbólico e forte do que a condenação, com sentença de 27 anos e três meses, proferida pelo STF. O resto, é mimimi. Ali, sim, estaria entre os seus. Ibaneis não se cansa de demonstrar lealdade e preocupações sobre o seu bem-estar.
Já houve, como fartamente publicizado, a ideia de mandá-lo para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, local conhecido como "Papudinha”, onde esteve detido, o ex-ministro da Justiça, de seu governo, Anderson Torres. Aí, amigos, é fósforo perto de pólvora.
Imaginem Bolsonaro preso em uma unidade em que parte da tropa aderiu e apoiou o golpe de 8 de janeiro de 2022. Sem querer generalizar, basta lembrar a displicência com que receberam os depredadores, abrindo as barreiras de contenção, dando-lhes acesso aos prédios da Praça dos Três poderes, que acabaram em escombros. Em menos de um mês, Jair estaria obtendo regalias inimagináveis, e deitando proselitismo sobre a tropa. Um perigo que, por tudo o que já demonstrou até aqui, o ministro Alexandre de Moraes não vai correr.
Contando com o bom senso do ministro Moraes, sobra a pretensamente neutra e ilibada Polícia Federal. Ali, sim, na sala que já passou por reformas com esta finalidade, a de recebê-lo, Bolsonaro estaria isolado, seus direitos seriam respeitados, mas dentro do estrito cumprimento da lei. Nada de moleza e mordomia. Melhor destino não há.
Para a defesa, que cava a ida de Jair para uma “unidade militar”, junto com as demais “autoridades militares” que o acompanharam na aventura golpista, tal como o general Augusto Heleno, o general Paulo Sérgio de Oliveira, e o almirante Almir Garnier, oriundos do oficialato e com penas altas, a manobra pode não ser tão simples.
Os embargos protelatórios que estão tentando, podem ser interpretados por Alexandre de Moraes como o que são: manobras protelatórias e, investido do poder que lhe cabe, decretar a prisão imediata a essa turma. Nesse caso, podem ser considerados indignos por seus comandos, perdendo cargo, patente, e o direito de irem para um espaço em um dos quartéis do país.
Como têm penas acima de dois anos, e os comandos têm a prerrogativa de mandá-los a um Conselho de Justificação, por indignidade, talvez não haja tempo para desfrutarem do “acolhimento” e tampouco de serem julgados no Superior Tribunal Militar (STM), para a perda de cargo e patente, antes da prisão. Nesse caso, com ou sem simbologia, acabariam mesmo em presídios comuns e Bolsonaro, sim, na Papuda, por que não? Como diria a minha avó, quando a cabeça não pensa, o corpo é que sente.
Denise Assis
Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".
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