Dezessete meses de decepção

Imagino o que está se passando na cabeça dos eleitores do prefeito, que acorreram às urnas, motivados pelas suas promessas de campanha.

Valdemir Caldas
Publicada em 21 de maio de 2018 às 08:34

Não votei no então candidato Hildon Chaves. Igualmente não pertenço ao PSDB, seu partido, como imaginam algumas pessoas, cujas inteligências não merecem maiores elogios. Nem por isso torço pelo insucesso de sua administração. Já disse isso várias vezes, e repito tantas quantas vezes forem necessárias. Antes, porém, oro para que ele acerte. Afinal, Porto Velho é a minha cidade. A cidade que eu amo, apesar de todas as suas mazelas, não importa quem esteja sentado na principal cadeira do palácio Tancredo Neves.

Imagino o que está se passando na cabeça dos eleitores do prefeito, que acorreram às urnas, motivados pelas suas promessas de campanha. Tanta luta, tanto empenho, tanto corre-corre, para quê? Simplesmente, para nada. A sensação é de que não valeu apena. Porto Velho continua descendo a ladeira, como um caminhão desgovernado, carregado de torras.

A situação da saúde municipal virou uma novela sem fim. O prefeito já trocou secretários, mexeu no segundo escalão da Secretaria Municipal de Saúde, mas a máquina continua emperrada. Só mesmo um milagre! E a coisa tende a piorar, com a entrada das Organizações Sociais de Saúde. É só reparar o que vem acontecendo nas cidades que adotaram esse novo modelo de gestão. Não sei quem colocou essa ideia na cabeça do prefeito, mas o projeto já foi aprovado.

 

Agora mesmo, chega a noticia de que funcionários de uma empresa terceirizada, que cuida da limpeza do Hospital de Urgências de Goiânia, entraram em greve por falta de pagamento. A Organização Social, responsável pela administração do hospital, jogou a culpa no Governo do Estado, que não repassou o dinheiro. Enquanto isso, rostos anônimos, já profundamente marcados pela própria dor e pela desesperança do dia a dia, são obrigados a enfrentar longas filas para conseguirem uma simples consulta médica e, quando conseguem, geralmente, não encontram medicamentos nas farmácias das unidades de saúde.

Apesar de tudo isso, muitos ainda acreditam numa virada de mesa. Acreditam que o prefeito Hildon Chaves vai conseguir dar a volta por cima e, destarte, transformar em realidade as promessas feitas à população portovelhense, que o elegeu num pleito memorável e, hoje, dezessete meses depois, vê seu governo entrar em queda livre.

Winz

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