Dr. Carlos Dobbis: um jurista decente em tempos difíceis
Homens como ele vieram para Rondônia com o objetivo de servir, não de se servir. A história do Estado registra nomes como Pedro Origa Neto, Orestes Muniz, Walter Waltenberg, Amadeu Machado, Ney Leal, Heitor Magalhães, Miguel Roumiê, Fouad Zacharias e Amir Lando — entre outros. Carlos Dobbis pertence a essa linhagem
No último domingo, em Curitiba, faleceu o advogado e procurador licenciado do município de Porto Velho, Dr. Carlos Dobbis. Ele estava afastado para tratamento de saúde. Seu corpo foi sepultado nesta segunda-feira em Paranavaí (PR), sua terra natal. A partida de Dobbis encerra o ciclo de um homem que, com discrição, firmeza e notável espírito público, ajudou a consolidar a estrutura jurídica do Estado de Rondônia, contrariando previsões pessimistas feitas nos anos de sua criação.
Durante entrevista aos pesquisadores Maria Celina D’Araujo e Celso Castro, o ex-presidente Ernesto Geisel, ao comentar a formação de Rondônia, revelou ter sido contra sua transformação em estado. Segundo Geisel, a ausência de uma base administrativa atrairia oportunistas e aventureiros. É verdade que parte da profecia se confirmou. Mas houve também o outro lado — e é neste lado que se insere a trajetória do Dr. Carlos Dobbis.
Homens como ele vieram para Rondônia com o objetivo de servir, não de se servir. Vieram ajudar a construir, com competência e compromisso, o arcabouço institucional necessário a um novo ente federativo. A história do Estado registra nomes como Pedro Origa Neto, Orestes Muniz, Walter Waltenberg, Amadeu Machado, Ney Leal, Heitor Magalhães, Miguel Roumiê, Fouad Zacharias e Amir Lando — entre outros. Carlos Dobbis pertence a essa linhagem.
Sua atuação jurídica, especialmente como procurador do município de Porto Velho, foi marcada por pareceres técnicos, elaborados com base no direito e na ética. Isso, inevitavelmente, gerou atritos. Afinal, basta ser decente para desagradar quem vive de interesses escusos. Seu compromisso com a advocacia não se limitava aos tribunais: ele estendia essa atuação à sociedade, inclusive como membro da Associação Cidade Verde, uma entidade sem fins lucrativos voltada à defesa do meio ambiente, do consumidor e dos direitos coletivos.
Ao lado de seu grande amigo, o delegado aposentado Dr. Paulo Xisto, também residente em Curitiba, Dobbis ajudou a fundar e fortalecer ações jurídicas e sociais que marcaram época. Ambos vieram para Rondônia quando o estado ainda era uma promessa — e, juntos, ajudaram a transformá-lo em realidade.
A despedida foi triste, como toda partida. Mas também foi momento de reencontro com as lembranças de quem viveu com integridade e fez da profissão um instrumento de transformação social. Carlos Dobbis deixa um legado discreto, mas fundamental — e, em tempos sombrios, sua biografia brilha como exemplo raro de compromisso público e coerência pessoal.
Que descanse em paz.
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