Em debate na CDR, consultor afirma que preços de derivados de petróleo no país não acompanham mercado internacional

Segundo ele, os preços de derivados de petróleo praticados no mercado brasileiro não guardam paridade com o mercado internacional devido à inclusão de uma série de custos como, por exemplo, estadia de navios da Petrobras em portos, frete de navios, volatilidade da taxa de câmbio na formação dos preços dos combustíveis.

Agência Senado 
Publicada em 05 de julho de 2018 às 17:54
Em debate na CDR, consultor afirma que preços de derivados de petróleo no país não acompanham mercado internacional

Diretor da Federação Nacional dos Petroleiros, Agnelson Camilo; presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, Jean Paul Prates; presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra; consultor aposentado da Câmara dos Deputados, Paulo Cézar Lima; representante da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar.

Em audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), na quarta-feira (4), o consultor aposentado da Câmara dos Deputados, Paulo Cézar Lima, criticou a política de preços de combustíveis implementada pela atual diretoria-executiva da Petrobras.

Segundo ele, os preços de derivados de petróleo praticados no mercado brasileiro não guardam paridade com o mercado internacional devido à inclusão de uma série de custos como, por exemplo, estadia de navios da Petrobras em portos, frete de navios, volatilidade da taxa de câmbio na formação dos preços dos combustíveis.

— Então o fato concreto é que a Petrobras passou a vender diesel e gasolina a preços mais altos que nos Estados Unidos. É coisa de R$ 0,20 ou R$0,30 a mais por litro. Então essa diretoria da Petrobras determinou ao povo brasileiro que pague acima do mercado internacional. Nós não estamos praticando preços de mercado internacional, é sempre acima. E às vezes bem acima dependendo do produto — disse Paulo Cézar Lima.

Refinarias ociosas

Na avaliação do consultor, essa elevação de preços está prejudicando duplamente a própria Petrobras que, além de começar a perder mercado, está tendo que reduzir a carga de produção nas refinarias.

— No mês de abril, a carga das refinarias da Petrobras estava com 68%. Vejam que coisa tecnicamente insana. Você tem as refinarias, tem a capacidade de refinar, mas você não refina e importa. Isso é de uma irracionalidade...Com isso cresceram as importações de derivados, sobretudo óleo diesel e gasolina. E aumentou simultaneamente a exportação de óleo cru — afirmou Paulo Cézar Lima.

Desonerações

Jean Paulo Prates, presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), considerou prejudicial aos interesses do país as desonerações que o governo Michel Temer tem concedido, especialmente com relação ao setor de petróleo.

Em sua avaliação, o governo do presidente Temer não precisaria ter patrocinado a aprovação da Lei 13.586/2017, que permitiu deduções dos royalties pagos por empresas petrolíferas, para tornar mais atraentes os leilões do pré-sal. Segundo ele, a situação atual é mais favorável para o governo negociar as áreas de petróleo, uma vez que as reservas provadas de petróleo do pré-sal aumentaram, desde a época dos governos Lula e Dilma, quando se adotou política de cunho mais nacionalista para o setor.

Dayvid Bacelar, representante da Federação Única dos Petroleiros e Agnelson Camilo, diretor da Federação Nacional dos Petroleiros, aproveitaram a audiência pública para elogiar a liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que suspendeu a privatização de estatais sem a autorização do Congresso Nacional.

A presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN) também elogiou a medida.

— Um pouco de alento quando o STF através da decisão patriótica, brasileira, do ministro Lewandowski, numa liminar suspende uma série de processos em curso já, que é a venda de setores da nossa Petrobras — afirmou Fátima Bezerra.

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
Winz

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook