ESQUEMA MILIONÁRIO: Processo que acusa Elias Rezende de associação criminosa avança e é colocado em segredo de justiça

Curiosamente após o Radar Rondônia divulgar detalhes da investigação, processo judicial não pode ser acessado por qualquer cidadão

Fonte: Por Felipe Corona – do Radar Rondônia - Publicada em 14 de julho de 2025 às 12:20

ESQUEMA MILIONÁRIO: Processo que acusa Elias Rezende de associação criminosa avança e é colocado em segredo de justiça

A investigação que acusa Elias Rezende, Chefe da Casa Civil e homem de confiança do Governador Marcos Rocha, de envolvimento direto num esquema milionário de associação criminosa, fraude à licitação e direcionamento contratual no Governo do Estado de Rondônia acaba de ganhar novos contornos explosivos. 

O processo nº 7004596-47.2022.8.22.0001, que tramita na 4ª Vara Criminal de Porto Velho, foi colocado em segredo de justiça nesta semana, logo após novas revelações virem à tona pelo Radar Rondônia e outros sites.

O caso coloca em evidência e exige uma atuação firme dos órgãos de controle e do governador Marcos Rocha, que mudou recentemente a cúpula da Polícia Civil e a delegada que indiciou Elias Rezende, após esse escândalo ser revelado.

A investigação aponta Rezende como autor intelectual da contratação fraudulenta da empresa R&A Treinamento e Consultoria Empresarial Ltda., que custou ao povo de Rondônia mais de R$ 2 milhões para digitalizar documentos. A contratação foi direta, sem licitação, durante a gestão de Rezende no DER.

Atuação do Ministério Público e do Gaeco

O processo está sob os cuidados do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção – Gaeco, do Ministério Público de Rondônia, que tem à frente o promotor de Justiça Anderson Batista de Oliveira.

Segundo registros processuais, uma petição foi protocolada na última segunda-feira (16), e imediatamente após, o acesso público ao processo foi retirado do sistema do TJ/RO, impedindo o acompanhamento pela imprensa e pela sociedade.

Cheque de R$ 150 mil e relação de Rezende com pré-candidato de Bolsonaro

O inquérito revelou a apreensão de um cheque de R$ 150 mil, encontrado com Elias Rezende durante cumprimento de mandado de busca. O título foi emitido por Aparecida Scheid, mãe de Bruno Scheid, empresário e pré-candidato ao Senado Federal.

Em depoimento à Polícia Civil, Aparecida confirmou que o valor foi entregue a pedido do próprio Elias, com intermediação do filho, Bruno Scheid, revelando uma estreita e comprometedora relação entre a cúpula do governo estadual e o pré-candidato ao Senado por Rondônia, Bruno Scheid, que é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, foi constatado que a família Scheid teria custeado os móveis da casa de Rezende, avaliados em R$ 160 mil, além de confirmar que Elias teria um terreno de R$ 600 mil em Jaru, município do interior do estado – bens incompatíveis com os rendimentos de um servidor público, segundo a denúncia.

Rezende explicou para a Polícia que Scheid apenas estava prestando uma ajuda gratuita. De fato Aparecida disse que custeou tudo isso e até hoje Rezende não pagou a dívida e que ela também não foi cobrar. 

Contrato sob investigação

A Polícia Civil identificou que a empresa R&A teve acesso ao almoxarifado do DER antes da contratação, participou da elaboração do Termo de Referência e apresentou carta de exclusividade duvidosa para justificar a dispensa indevida de licitação. 

O processo já conta com laudos periciais, provas documentais, conversas de WhatsApp, e testemunhos que apontam um conluio para fraudar a contratação pública e sangrar os confres públicos.

Rezende foi indiciado pelos crimes: 

    •    Associação criminosa (art. 288 do Código Penal);
    •    Fraude à licitação (arts. 89 e 90 da Lei 8.666/93);
    •    Lesão ao erário e violação dos princípios da Administração Pública.

Afastamento de delegada e possível interferência

A delegada Simone Barbieri, responsável pela apuração, foi afastada da 1ª Draco logo após concluir o relatório com o indiciamento de Elias Rezende, o que acentuou as suspeitas de interferência política nas investigações, especialmente por envolver um dos auxiliares mais próximos do governador Marcos Rocha.

Segredo de justiça: censura ou blindagem?

O sigilo processual imposto repentinamente levanta questionamentos graves. O processo, que até então tramitava de forma pública, foi rapidamente oculto da consulta pública logo após os novos elementos serem revelados.

A sociedade rondoniense clama por respostas:

    •    Por que o processo foi colocado em sigilo justamente agora?
    •    A quem interessa o silêncio?
    •    Quem será que está querendo abafar esse escândalo de combate à corrupção no alto escalão do Governo de Rondônia?

A sociedade espera do Ministério Público, do Judiciário e dos órgãos de controle respostas firmes e transparentes diante do escândalo que envolve o braço direito do governador Marcos Rocha, dinheiro público, benefícios pessoais e possíveis financiamentos de campanha com recursos de origem duvidosa.

O sigilo não pode servir como escudo para impunidade. Para mais informações, jornalistas e entidades podem buscar junto ao MP/RO e TJ/RO informações sobre a tramitação do processo nº 7004596-47.2022.8.22.0001, da 4ª Vara Criminal de Porto Velho.

ESQUEMA MILIONÁRIO: Processo que acusa Elias Rezende de associação criminosa avança e é colocado em segredo de justiça

Curiosamente após o Radar Rondônia divulgar detalhes da investigação, processo judicial não pode ser acessado por qualquer cidadão

Por Felipe Corona – do Radar Rondônia
Publicada em 14 de julho de 2025 às 12:20
ESQUEMA MILIONÁRIO: Processo que acusa Elias Rezende de associação criminosa avança e é colocado em segredo de justiça

A investigação que acusa Elias Rezende, Chefe da Casa Civil e homem de confiança do Governador Marcos Rocha, de envolvimento direto num esquema milionário de associação criminosa, fraude à licitação e direcionamento contratual no Governo do Estado de Rondônia acaba de ganhar novos contornos explosivos. 

O processo nº 7004596-47.2022.8.22.0001, que tramita na 4ª Vara Criminal de Porto Velho, foi colocado em segredo de justiça nesta semana, logo após novas revelações virem à tona pelo Radar Rondônia e outros sites.

O caso coloca em evidência e exige uma atuação firme dos órgãos de controle e do governador Marcos Rocha, que mudou recentemente a cúpula da Polícia Civil e a delegada que indiciou Elias Rezende, após esse escândalo ser revelado.

A investigação aponta Rezende como autor intelectual da contratação fraudulenta da empresa R&A Treinamento e Consultoria Empresarial Ltda., que custou ao povo de Rondônia mais de R$ 2 milhões para digitalizar documentos. A contratação foi direta, sem licitação, durante a gestão de Rezende no DER.

Atuação do Ministério Público e do Gaeco

O processo está sob os cuidados do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção – Gaeco, do Ministério Público de Rondônia, que tem à frente o promotor de Justiça Anderson Batista de Oliveira.

Segundo registros processuais, uma petição foi protocolada na última segunda-feira (16), e imediatamente após, o acesso público ao processo foi retirado do sistema do TJ/RO, impedindo o acompanhamento pela imprensa e pela sociedade.

Cheque de R$ 150 mil e relação de Rezende com pré-candidato de Bolsonaro

O inquérito revelou a apreensão de um cheque de R$ 150 mil, encontrado com Elias Rezende durante cumprimento de mandado de busca. O título foi emitido por Aparecida Scheid, mãe de Bruno Scheid, empresário e pré-candidato ao Senado Federal.

Em depoimento à Polícia Civil, Aparecida confirmou que o valor foi entregue a pedido do próprio Elias, com intermediação do filho, Bruno Scheid, revelando uma estreita e comprometedora relação entre a cúpula do governo estadual e o pré-candidato ao Senado por Rondônia, Bruno Scheid, que é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, foi constatado que a família Scheid teria custeado os móveis da casa de Rezende, avaliados em R$ 160 mil, além de confirmar que Elias teria um terreno de R$ 600 mil em Jaru, município do interior do estado – bens incompatíveis com os rendimentos de um servidor público, segundo a denúncia.

Rezende explicou para a Polícia que Scheid apenas estava prestando uma ajuda gratuita. De fato Aparecida disse que custeou tudo isso e até hoje Rezende não pagou a dívida e que ela também não foi cobrar. 

Contrato sob investigação

A Polícia Civil identificou que a empresa R&A teve acesso ao almoxarifado do DER antes da contratação, participou da elaboração do Termo de Referência e apresentou carta de exclusividade duvidosa para justificar a dispensa indevida de licitação. 

O processo já conta com laudos periciais, provas documentais, conversas de WhatsApp, e testemunhos que apontam um conluio para fraudar a contratação pública e sangrar os confres públicos.

Rezende foi indiciado pelos crimes: 

    •    Associação criminosa (art. 288 do Código Penal);
    •    Fraude à licitação (arts. 89 e 90 da Lei 8.666/93);
    •    Lesão ao erário e violação dos princípios da Administração Pública.

Afastamento de delegada e possível interferência

A delegada Simone Barbieri, responsável pela apuração, foi afastada da 1ª Draco logo após concluir o relatório com o indiciamento de Elias Rezende, o que acentuou as suspeitas de interferência política nas investigações, especialmente por envolver um dos auxiliares mais próximos do governador Marcos Rocha.

Segredo de justiça: censura ou blindagem?

O sigilo processual imposto repentinamente levanta questionamentos graves. O processo, que até então tramitava de forma pública, foi rapidamente oculto da consulta pública logo após os novos elementos serem revelados.

A sociedade rondoniense clama por respostas:

    •    Por que o processo foi colocado em sigilo justamente agora?
    •    A quem interessa o silêncio?
    •    Quem será que está querendo abafar esse escândalo de combate à corrupção no alto escalão do Governo de Rondônia?

A sociedade espera do Ministério Público, do Judiciário e dos órgãos de controle respostas firmes e transparentes diante do escândalo que envolve o braço direito do governador Marcos Rocha, dinheiro público, benefícios pessoais e possíveis financiamentos de campanha com recursos de origem duvidosa.

O sigilo não pode servir como escudo para impunidade. Para mais informações, jornalistas e entidades podem buscar junto ao MP/RO e TJ/RO informações sobre a tramitação do processo nº 7004596-47.2022.8.22.0001, da 4ª Vara Criminal de Porto Velho.

Comentários

  • 1
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    ANTONIO NOGUEIRA 15/07/2025

    ESSE É O PROBLEMA, MEU CARO JORNALISTA. AQUI TEM MINISTERIO PUBLICO, JUDICIARIO, PODER LEGISLATIVO. E SE TEM , SE EXISTE, SERVEM A QUEM? AOS GOVERNANTES DE PLANTÃO, SOB AS ORDEMS DE QUEM? AS CUSTAS DE QUE? SÃO PERGUNTAS SEM RESPOSTAS, QUE SÓ UMA IMPRESA INVESTIGATIVA E INDEPENDENTE PODERIA RESPONDER. PORQUE O POVO, PARA QUE SERVE MESMO O POVO. AH PAGAR IMPOSTO, IMPOSTO E MAIS IMPOSTO PARA MOVIMENTAR ESSA MAQUINA VELHA E CORRUPTA QUE INSISTIMOS EM CHAMAR DE GOVERNO, QUE GOVERNO.

  • 2
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    Maria das Dores 14/07/2025

    É como acontecer com eles que encabeçam, aí para jogar na mídia, pegam um servidor que escorrega em algum delito pequeno ou que não se configura uma conduta escandalosa, mas mesmo assim faz com que os paus mandados da corregedoria façam uma desgraça na vida funcional dessas pessoas, mas quem humilha, envergonha, rouba conforme indícios policiais, engravidam estagiarias e amantes e adjuntas kkk ... São agraciados com cargos que somados aos benefícios anualmente ganham mais de uma centena de milhares de reais, isso sim é vergonhoso, e a justiça, a PGE, o MP e o TCERO não enxergam ou não querem enxergam enquanto isso, demitem vários servidores arrimos de famílias sem pensar por um momento se quer, para esconder suas condutas vergonhosas e degradantes.

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